dezembro 16, 2013

Por que é possível ter reação alérgica ao sal?

Vou começar este post pelo final. Pretendo ajudar aqueles que procuram respostas para uma reação alérgica que está acontecendo exatamente agora. Assim eles podem ler e buscar outros lugares mais adequados ao problema que tem. Entretanto, recomendo ler até o final começo para fazer melhores associações. 

Eu posso ter reações alérgicas ao sal?

Sim. Porque o sal no Brasil é basicamente sal iodado que contém dextrose.

O que é essa dextrose?

Essa é uma substância derivada do milho, um tipo de açúcar. Ou seja, sal contém açúcar! Mínimas quantidades, mas contém.

Processo de moagem úmida do milho. Quero saber de onde veio isso!

Por quê colocam essa tal dextrose no sal?

Para que ele fique iodado. O iodeto de potássio adicionado ao sal é um químico instável. Quando está exposto à oxidação (ao ar), ele se tornaria iodo livre. Ele se perderia do sal pela sublimação que eu acho um processo lindo, na química e na psicologia. Sim pegaram emprestado de lá. Mas voltando, é aí entra a dextrose, estabilizando o iodeto de potássio para que fique preso lá e você possa consumi-lo.

Mas por quê a dextrose pode me fazer mal se ela é insignificante?

Vou avisando que é a partir daqui a situação fica desfocada. São várias teorias que você pode avaliar para ver se faz sentido. Se é que faz...

Uma delas é a introdução do glúten em todos os alimentos como aditivo de sabor. Também dá vontade de comer mais e pode contribuir para a saturação do organismo gerando alergias.


Também relacionam o crescente número de casos alérgicos aos processos químicos dos alimentos atuais, como os transgênicos. Saiba exatamente o que é um transgênico aqui. O milho geneticamente modificado, por exemplo contém um pesticida que mata as pragas. Até então, ninguém garante que o agrotóxico não deixa resíduos no organismo humano contribuindo para a reação.

Outra tem a ver diretamente com a alergia ao milho. Apesar de não ser considerada uma das 8 mais comuns* nos Estados Unidos, a alergia ao milho está crescendo rapidamente. Pode ser por ser em maioria transgênico e por isso que você reage às comidas com sal.

Alguns também falam que as mudanças genéticas ocorridas no trigo estão contribuindo para aumento de casos de alergias e sensibilidades ao glúten, como os casos de doenças celíacas. Uma sensibilidade ao glúten quando não tratada, pode proporcionar hipersensibilidade aos alimentos que o corpo acha parecido com o glúten. Como a maçã ou o pêssego. Lembre-se que o seu corpo é que acha esses alimentos semelhantes, não você. Leia algo mais aqui porque esse também pode ser outro motivo.

Além disso, existem as mudanças genéticas do próprio ser humano, as toxinas do meio ambiente (leia sobre a contaminação do solo aqui), as infecções intestinais e doenças autoimunes (leia sobre doença celíaca e sensibilidade ao glúten não celíaca aqui).

Ou todos juntos, afinal na psicologia não falamos de multi fatores o tempo todo?

Ficou confuso mesmo... e para quê é preciso colocar iodo no sal do Brasil?

O iodo, um elemento pesado vital para o bom funcionamento da glândula tireoide, prevenção de doenças mentais e outras como o bócio. Lá pelos anos de 1950 quando o Brasil tinha 20% de sua população com gota, resolveram seguir outros países e colocar iodo no sal.

No começo de 2013 a Anvisa reduziu a quantidade de iodo no sal porque o brasileiro está comendo muito sal. Ingerindo o dobro do que necessita corre o risco de ter outras doenças, hipertireoidismo é uma delas. Leia mais aqui.

Um pouco mais sobre a história mundial do sal iodado.

Os gregos já se alimentavam de águas marinhas ricas em iodo para prevenção de gota, mas somente em 1821 o ocidente começou a tratar a doença com ele, isso foi na França. Na época não pensaram que o iodo pudesse ser usado como prevenção. Muitos anos se passaram até que resolveram adicionar iodo ao sal para prevenir doenças, isso foi em 1920 na Suiça.

A escolha pelo sal de mesa foi simples. Porque é um alimento presente na alimentação diária, ou pelo menos era na época. Se fosse hoje colocariam a dextrose (um tipo de açúcar) no açúcar mesmo ou no chocolate. Por quê será?


*As oito alergias mais comuns que os Estados Unidos considera na hora de fazer uma etiqueta de produto alimentício são: ovo, laticínios (leite), crustáceos (frutos do mar), peixe, glúten (trigo, cevada e levedo), castanhas (todos os tipos e nozes) , amendoim e soja.



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Isabela: designer, especialista em tecidos automotivos, estudou psicologia clínica, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso gosta de compartilhar as coisas interessantes que encontra pelo caminho.
ATENÇÃO

Todo o material escrito na seção ALERGIA tem somente a intenção de informar com referências. Você não deve de jeito algum deixar de conversar e comunicar seu médico sobre suas decisões de trocar ou parar de tomar qualquer remédio, suplemente ou começar a fazer qualquer tratamento. Por favor use o bom senso, faça sua própria pesquisa. Consulte seus especialistas quando resolver fazer alguma substituição que afete sua vida.

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