agosto 28, 2020

A criança é a esperança

Por Elisabeth Santos


Nosso “bebezão” completou oito meses fazendo um tanto de estripulia. Agora resolveu gargalhar sem nenhum incentivo que não seja este: ele grita vogais em vários tons e a babá repete, imitando-o. É semelhante a uma conversa onde um fala e o outro responde. Pelo visto... o neném acha um barato! No ponto de vista dele deve ser bem interessante.

Seja lá o que estiver expressando o adulto repetir no mesmo tom poderá ser um entendimento no idioma próprio da criancinha. Isso justificaria as gargalhadas!

Vai que esteja tentando dizer: - Estou alegre com sua presença. O adulto imitá-lo está sendo entendido como: - Eu também com a sua!

Fico imaginando...

Depois do banho é a hora do lanche. Assentado bem firme com cinto de segurança em sua cadeira de menininho abre a boca com satisfação sem deixar de acompanhar tudo à sua volta com o olhar esperto: é a vovó juntando brinquedos que os dois espalharam; é o relógio de parede que faz tique-taque; o papai em home office; a panela sendo mexida no fogão ou os latidos de um cãozinho lá na rua. Nada disso chega a distrair o bebê de sua agradável refeição. Quando a barriga está cheia, aí sim, põe pra fora a última colherada com uma careta. Ainda não sabe dizer, mas se expressa bem: - Aqui não cabe mais nada!

E ali assentado, ele permanece uns minutos, para a cuidadora trocar os apetrechos da refeição por uma lata colorida que o distrai. Gosta de movimentá-la tirando sons. Como gosta de fazer barulho!

E chega a hora de uma soneca: coça os olhos, choraminga, estica o corpo como se estivesse brigando com o irresistível sono.

 Dá um pouco mais de trabalho aguardar que o neném durma. Parece não querer perder nada daquela vida boa.

E assim dormindo não parece mais o molequinho sapeca que não tem sossego.

É um anjo caído do céu para renovar as esperanças na Terra!




--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora resolveu escrever e já publicou dois livros. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia"

agosto 21, 2020

Meio ano

Por Elisabeth Santos


Cá está ele, a alegria da família, dono de nosso tempo, senhor de suas vontades e administrador do orçamento doméstico: o neném que completou seis meses de vida!

- Se já está dentro do carro e percebe que o vovô desta vez não vai junto... vira-se para ele e o chama, ou pelo menos reclama, balbuciando coisas ininteligíveis. Ao seu modo, o reizinho da família, manda, desmanda e comanda. O bom seria o avô não ir se despedir, todo mundo já percebeu menos o próprio, que se enche de orgulho com aquela demonstração de amor.

Estando no colo do vovô o pequerrucho não estende os braços para nenhum outro convite por mais brinquedos que estejam a oferecer-lhe.

E a gente vai percebendo o tanto de coisas aprendidas desde a manifestação de preferências, alimentação e movimentos a brincadeiras de esconde - aparece.

O neném ergue a cabeça numa tentativa de assentar-se, mas são só tentativas. Está se exercitando para chegar lá.

Na cadeirinha de refeição, preso ao cinto de segurança, recebe as comidas amassadas na ponta da colher. Fica bravo com a possível demora, faz cara feia para novos sabores, adora frutas raspadinhas, suga o caldo das mais suculentas e... não abre a boca se está satisfeito. Melhor não insistirmos...

Para quem tem só meio ano de vida por conta própria, o bebê está com um bom repertório.
Só na hora de dormir dá mais trabalho por estar indeciso entre “quero não,” mas “preciso sim”. Sua mamãe está achando que o filhote não quer perder nada do que acontece em torno. O papai acha que é uma luta entre duas forças: o sono, e o medo do desconhecido. Vencido pelo sono, o neném dorme por horas e acorda sorrindo feliz.

A roda viva continua para a felicidade de todos: mamar, dormir, tomar banho, papar, trocar fralda, tomar a vitamina em gotas que provoca lambança, passear de carrinho, tomar banho de sol e mais dos muitos detalhes para viverem de bem com o aprendizado sem fim, que a vida oferece.



--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora resolveu escrever e já publicou dois livros. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

agosto 14, 2020

PRUUU

Por Elisabeth Santos



Sei bem o que é isto, embora ainda não saiba o que significa. Numa linguagem adulta poderia ser “pouco caso”. O autor desse som labial tem seis meses, então não se trata nada de ruim, ou quase. Apenas que o bebê descobriu mais um som a emitir com a boca e chamar a atenção de quem se encontra por perto:

- Pruuuuu... Pruuu... Pru... (e saliva pra todo lado).

Considerando que já sabia falar:

- Ah, agu, angu, aba, é e gru...

Concluo ser um progresso significativo. Falta só o neném dizer no momento certo, mas está treinando bastante. Fala, a gente repete, então fala novamente. Assim ficamos brincando de imitação, ou interação.

Já sabe beber água, mas vai “com muita sede ao copo”. Afirmo porque ele segura com as duas mãos o copo, que já está seguro nas minhas. Bebe parecendo ter pressa. Para e respira. Não engasga!

Também está experimentando alimento novo. Algumas frutas raspadas com colher. Parece gostar, pois estende as mãozinhas, agarra e leva à boca. Não morde, pois nem dente tem.

Na hora do banho quer pegar o frasco do xampu, quer chutar o frasco do sabonete. A banheira de plástico brevemente estará pequena porque o bebê não senta sem ajuda. O comprimento dele corresponde ao tamanho da banheira.

O rapazinho está crescendo depressa e vai brincar carnaval no colo da vovó com a fantasia combinando: dois palhaços muito alegres!

Quer ver o fofinho fazendo pruuuu? Clique no video.



--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

agosto 11, 2020

Convivendo com um passivo-agressivo, o livro, epílogo

Atendendo a pedidos, cá estou eu dando continuidade ao resumão do livro do Dr. Scott no qual ele combina experiências de consultório, de amigos e observações sociais sobre a convivência com um passivo-agressivo.

Lembrando que nada substitui a leitura do livro do próprio autor. Esse texto tem a intenção de ser a base introdutória para um assunto complexo que merece ser relido várias vezes durante o longo e duro processo de amadurecimento.


Epílogo

Poliana está na porta do cinema esperando o namorado quando se dá conta que ele é mais um passivo-agressivo que atravessa a vida dela. Ela geralmente decidia onde iam passar as férias e quanto tempo seria.

Assim como Poliana, muitas mulheres andam agoniadas, frustradas ou com raiva. Elas se devoram em pensamentos e maquinações... Mas eu espero que este livro as ajude a aprender e se proteger desses tipos passivo-agressivos.

Entenda que apesar de gostar e se importar com ele, você não é responsável pelos problemas dele nem mesmo pela maneira com que ele trata você. Mais importante que tudo, você não é responsável pela mudança dele. Embora sua ajuda seja importante, uma mudança de comportamento é trabalho para um terapeuta.

Como deixar de ser passivo-agressivo?

Algumas respostas mais frequentes:

- Por que ele é passivo-agressivo? Tudo começa com a negação da raiva, medo da intimidade, dependência e competição, gerenciamento de conflitos com desculpas, procrastinação e auto-sabotagem. Os pais formaram o caráter dele punindo uns e reforçando e recompensando outros.

- O que você ganha no relacionamento com ele? Por que você cai na rede do passivo-agressivo? Acho que ajudei você a entender o seu jeito de agir perto dele. Você acha engraçado o jeito dele? Acha o jeito evasivo dele algo desafiador? Você pode agir como uma vítima que não age para se defender, uma salvadora que vai o resgatar fazendo tudo para ele assim como sua mãe ou uma gerente que não aceita não como resposta. Assim você pode encontrar seu lugar nessa equação.


* Espero que tenha entendido que:

1. Ele é responsável por tudo o que acontece com ele, mesmo que ele não aceite isso.

2. Ele está no controle de suas escolhas, boas ou más. O mesmo vale para você.

3. Seja clara sobre suas expectativas no relacionamento com ele, fale com ele, coloque limites necessários.

Infelizmente saber não é fazer e mudar dá trabalho, para você e para ele.

Se você realmente gosta dele e vê potencial no relacionamento. Convença ele a fazer terapia, pois haverá o momento que você chegará no seu limite de atuação enquanto namorada, esposa.

O autor decide terminar o livro enfatizando o quanto a terapia com o passivo-agressivo que quer fazer uma mudança de vida, vai funcionar. Além de influenciar seu comportamento no trabalho e em casa com atitudes assertivas.

Para isso acontecer ele deve:

- Estar preparando para tomar contato com seus sentimentos.

- Se livrar de sentimentos do passado que o imobilizaram.

- Entender como ele perpetua situações que o fazem ficar como está.

- Saber que vai ganhar um relacionamento íntimo completo e será um excelente funcionário.




O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D. Em tradução livre Vivendo com o homem passivo-agressivo; Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Encoberta - da Cama à Sala de Reuniões. Autor: Scott Wetzler, Phd., New York, 1992.

agosto 10, 2020

Convivendo com um passivo-agressivo, o livro, capítulo 10.2

Atendendo a pedidos, cá estou eu dando continuidade ao resumão do livro do Dr. Scott no qual ele combina experiências de consultório, de amigos e observações sociais sobre a convivência com um passivo-agressivo.


Lembrando que nada substitui a leitura do livro do próprio autor. Esse texto tem a intenção de ser a base introdutória para um assunto complexo que merece ser relido várias vezes durante o longo e duro processo de amadurecimento.


Elogio ou um insulto passivo-agressivo.
É mesmo difícil de saber.


A bordo do trem do insulto

O passivo-agressivo é arrogante e facilmente insulta os outros que geralmente nunca saberão o que ele realmente pensa. Ele precisa ser constantemente persuadido e lembrado de sua importância. Alguns chefes pedem para a secretária interromper reuniões com mensagens urgentes que fazem o visitante achar que está diante de alguém imprescindível.


Se recusando a tomar decisões

Inclinado a ficar em cima do muro, ele vai concordar com você quando estiverem sozinhos. Contudo, vai se fazer de desentendido quando estiverem perto de seus adversários. Ele vai ter muita dificuldade em mandar pessoas embora, pois não quer ser o cara mau. Alguns preferem deixar que o funcionário perceba que não tem mais valor na firma e saia por si mesmo. É um sádico e demorado processo.  

Ele não é um líder, então não peça para ser um.


Fazendo bonito com o chapéu alheio

Esse é outro jogo que ele é muito bom. Vai pegar crédito de outros com coisas que não fez, mas somente quando a ideia dá certo. Claro! Falta-lhe ética ao deixar que o colega seja injustiçado, mas ele age assim por não suportar sua própria impotência.

Mantenha cópias de emails e anotações sobre decisões e ideias que tenham a ver com você e ele. Mesmo que isso seja contra sua natureza, é o melhor a fazer. Essa atitude vai o conter, mas não vai mudar o comportamento dele. 

Às vezes é bem sutil...
Portland recicla!


O desvio eterno   

Mesmo quando ele próprio colocar datas para entrega de seus projetos, é provável que ele as descumpra. São tarefas menores, detalhes que não merecem atenção. Ainda assim ele vai desviar o foco para conversas no corredor e ligações desnecessárias que vão o convencer de que estava muito ocupado. Ele ama desvios e respostas fáceis que vão o levar ao outro grande problema: procrastinação.


Quando o passivo-agressivo trabalha para uma mulher
 
É fato que as executivas têm mais subordinados passivo-agressivos que seus parceiros executivos. Sua autoridade é constantemente testada e os funcionários se magoam mais facilmente do que quando trabalham para homens.

Isso acontece devido à memória que tem de uma mãe autoritária e super controladora comparado com seu pai ausente e fraco. No fundo, ele anseia que o homem seja forte e que a mulher seja fraca. Tanto é que ele acha que não colocar nenhum perigo aos chefes.


A empresa passivo-agressiva

As empresas também podem ser consideradas passivo-agressivas, acostumadas com maneiras indiretas de agir, burocracia e trabalho supérfluo. Para sobreviver dentro delas, você deverá ser o mestre da agressão passiva. É muito comum de se ver em departamentos governamentais onde funcionários pensam somente em termos do dia do pagamento, do plano de saúde e dos benefícios, ao invés do crescimento profissional, comprometimento com o trabalho bem feito e salário merecido.

A maioria dos trabalhos burocráticos estimulam esses comportamentos transformando a empresa em inércia pura. Muitos que lá trabalham "não fazem nada de errado, nunca" apenas obedecendo seus chefes e dizendo não para todo o cliente externo.

Essas são empresas fáceis de identificar pelo tempo improdutivo e a falta de poder de seus funcionários. Agendas egoístas que não se importam em atingir o objetivo a tempo, comunicação confusa, infidelidade e boas ideias que morrem na praia são outras características.

Assim funciona no dia-a-dia, o diretor passa uma ordem passivo-agressivamente para seus subordinados diretos que repassam ao segundo escalão a mesma ordem contaminando toda a empresa. Todos os funcionários se sentirão alienados e infelizes descontando nos colegas.


Finalmente

Apesar de existir em empresas, o comportamento é menos aceito neste ambiente. Esposa, amigos e familiares costumam tolerar muito mais. Devido ao ambiente impessoal, os colegas poderão falar abertamente com o passivo-agressivo para o fazer parar com os jogos ou cair fora.

O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D. Em tradução livre Vivendo com o homem passivo-agressivo; Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Encoberta - da Cama à Sala de Reuniões. Autor: Scott Wetzler, Phd., New York, 1992.

agosto 07, 2020

Bodas de Ouro

Por Elisabeth Santos

O significado é a celebração de um casal vivendo juntos há cinquenta anos!

- Como pode?

Muito simples. Algo muito maior que o casal os uniu até então: o Amor!

Se existe receita do uso deste ingrediente a fazer a liga do bolo... não seria igual para uso indiscriminado, então não serve para todos, ou qualquer um. Cada par poderá descrever a sua receita, todas começadas pelo que os uniu primeiramente.

- Antepassados nossos que não escolhiam com quem casar-se poderiam afirmar que desde a aurora de suas vidas olhavam seus “prometidos” com carinho.

- Os que vieram depois deles, criavam prole tão grande que decerto nem tinham tempo para desentendimentos.

- Quando casamento era mais exigência social para se estar vivendo juntos, não existia legalidade para homem e mulher tentarem outra união pós separação. Ficar só, não era do gosto geral, então... de repente, não mais que de repente, alguém os lembrava das tais Bodas de Ouro que alcançaram.

Pulando tantas outras épocas... Chega-se ao século XXI para conjeturar sobre o significado da celebração do cinquentenário de uma união matrimonial.

Realmente... não há receita!

 Se houvesse, pela variedade de uniões legais hoje existentes, haveria mais desinteressados, que gente assistindo na TV “Como não desandar, embatumar, emborrachar, solar ou esturricar... seu bolo casamentar, que até dois noivinhos de cera já foram comprados para sobrepor o confeito.”

Então volta-se ao assunto união matrimonial duradoura, porque casamentos nem só terminam pela vontade de um, ou dos dois...

Há palavras dignas de serem repetidas de vários sábios através dos tempos, indicando caminhos de vida a dois. Sendo que essa vida, por cinquenta anos seguidos, há de ter percalços... fica-se com a máxima: “perdão, paciência, querência, respeito, sorrisos, tesão, união, verdades, xis, dáblio, ípsilon (só três incógnitas!) e muito zelo”.

O restante do alfabeto, que propositalmente aqui começou pela parte final, fica por conta dos interessados a emplacar Bodas de Ouro completa-lo!

- Uai!



Clique aqui e role o cursor para ler outros Contos da Beth.


--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora resolveu escrever e já publicou dois livros. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia"


agosto 05, 2020

Convivendo com um passivo-agressivo, o livro, capítulo 10.1

Atendendo a pedidos, cá estou eu dando continuidade ao resumão do livro do Dr. Scott no qual ele combina experiências de consultório, de amigos e observações sociais sobre a convivência com um passivo-agressivo.

Lembrando que nada substitui a leitura do livro do próprio autor. Esse texto tem a intenção de ser a base introdutória para um assunto complexo que merece ser relido várias vezes durante o longo e duro processo de amadurecimento.


Campo minado: o passivo-agressivo no trabalho

Intriga, poder e controle, assim é a convivência com o passivo-agressivo no trabalho. Ele é inteligente, complicado, desonesto e ardiloso. Ele planeja e sabe o que deve ser feito para ter sucesso. Em Otello de Shakespeare, Iago é o passivo-agressivo no alto de sua façanha.

Na vida real eles são menos astutos que o personagem e pouco conseguem com seus truques. No geral, tem pouca iniciativa no trabalho e seus conchavos não chegam a lugar nenhum ou até mesmo, se voltam contra ele ao ponto de serem demitidos. (Aqui eu diria que é uma análise americana, mas não sei se seria o mesmo para brasileiros porque já vi alguns ficarem um bom tempo na empresa.)

- Eu decidi ser mais agressivo para culpar os outros da minha falta de sucesso.
Por exemplo, você está atrapalhando o meu trabalho agora.
- Não, eu não estou.
- Eu não tenho tempo para ficar aqui discutindo com você o dia todo! 


Passivo-agressivo no trabalho: o que isso quer dizer? 

É o cara que precisa ser lembrado de pedir aumento e é tão inseguro que raramente obtém sucesso. O grande diferencial dele é o conflito que tem com a competição. Ele vai ficar com eterno medo de ser retaliado por isso não vai competir.

Ele também acha que por ser passivamente competitivo ele oferece menos risco na competição, mas sua falta de objetividade é contrapordutiva para todos. Ele evita os holofotes, apesar de amar a ideia de triunfo. Ao mesmo tempo que perde negócios por evitar reuniões, é também incapaz de fazer o que mandam. 

O passivo-agressivo acha que seus esforços não fazem diferença, então ele nem tenta. 


Cheio de desculpas esfarrapadas

Ele se coloca numa posição onde constantemente deve explicar porque não conseguiu fazer algo. Ele sempre vai colocar a responsabilidade do erro no outro com uma certa histeria, pois nada que faz é errado. 

No começo você vai ficar enrolada nas suas desculpas, até aprender que elas soam iguais a todas as outras. Você vai ser sempre a culpada. Ele pode até mesmo cancelar um evento importante criando a falsa impressão de que algo incrível aconteceu.

Algumas desculpas para não fazer o serviço vão ser bem infantis como: "quem consegue trabalhar com esse telefone tocando o tempo todo?" Quanto mais manipulativo, mais desculpas vai arrumar e quando você não mais aceitar suas desculpas ele vai se tornar agressivo. 

Só há um jeito de consertar situações como essa. Mantenha a responsabilidade dele sobre o que ele fez e não fez. Coloque limites.


O comportamento passivo-agressivo consume temo desnecessário.
Fale o que você quer dizer, vamos resolver o problema e passar para tarefas mais pordutivas.


Obstruindo: construindo um labirinto de barreiras   

Em trabalhos cooperativos ele pode escolher sabotar o que você faz, mesmo que para isso precise estragar o que ele fez. Ele busca áreas de tensão e as acentua. Sendo assim, ele é um tipo destrutivo no ambiente de trabalho que cria empasses, encoraja reclamações, controla e deixa assuntos mal resolvidos por todo lado. 

Ao invés de ser um facilitador, ele cria obstáculos, dificuldades que podem ser sutis, vagas ou pontuais e intencionais, mas sem sentido. De qualquer maneira, você vai sentir a presença dele dentro do departamento.

Você vai ser pega pela rede de má-fé dele logo quando precisar trabalhar em conjunto com ele. Foi o que Karla percebeu quando foi promovida pela empresa. Nos primeiros meses o chefe de equipe que respondia para ela se mostrou acessível e cooperativo. Com o tempo ela percebeu que ele segurava informações que eram essenciais para o trabalho dela. Também contratava pessoas para novos projetos sem designar o local de trabalho desses jovens. Além de  desmoralizar e destruir a criatividade do time.   

Mas por que uma empresa manteria um funcionário como ele? Inércia! (Foi o que pensei em termos de Brasil...) Esse funcionário havia chegado ao pico de sua carreira e o chefe do RH sabia que ele não seria mandado embora, nem tão pouco promovido.

Para Karla e você que lê esse livro, atente-se a frustração de estar lutando contra um muro. O melhor a fazer é minimizar os efeitos das sabotagens sobre você. Se mantenha firme em suas regras, mostre a ele que você sabe o que ele está fazendo. Sempre num tom calmo, ofereça a ele outra chance, fale que ele é importante para o projeto, que sem ele as coisas não andam e que se ele não for fazer, você fará sem ele.


Estragando tudo

O estereótipo da pessoa que estraga as coisas no escritório é a da secretária que sorridente faz tudo errado e não consegue te ajudar nas tarefas que deveria, esquece de anotar o nome da pessoa que ligou e não te ajuda com a agenda. Seja homem ou mulher, a história se confirma quando ele faz uma coisa errada, se desculpa, mas erra novamente. Ele perde arquivos e você não poderá contar com ele. 

As desculpas serão: "eu não sabia se você queria isso ou aquilo (então não fez nada)", "por que você não me falou que queria isso?", "não ouvi você pedindo isso". A uma certa altura você vai pensar que é melhor fazer você mesma, mas é algo que além de dobrar seu trabalho, não vai funcionar.

O estereótipo da secretária ineficiente funciona aqui na aprendizagem porque eventualmente você terá que a demitir para preservar o seu emprego. Quando o passivo-agressivo sabota o trabalho, ele prejudica a si mesmo e estraga o seu trabalho. Lembre-se que esses deslizes não são acidentais!

O empregado passivo-agressivo é um grande desafio para o seu chefe e esse comportamento é muito menos aceitável no trabalho quando comparado com o ambiente familiar. Esse funcionário tem uma capacidade incrível de aceitar incompetência e incompletude. Ele dá três passos para frente e um para trás porque está ansioso e com raiva. Ele tem medo do sucesso.

Se você trabalha com um desses, tente não corrigir os erros dele, não se prenda a detalhes das coisas erradas que ele faz. Elogie o que ele faz bem, afinal se ele ainda está lá, alguma coisa ele deve fazer bem. Não abaixe seu nível, não deixe que a baixa produtividade dele atrapalhe a sua ou a do departamento. 

***

O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D. Em tradução livre Vivendo com o homem passivo-agressivo; Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Encoberta - da Cama à Sala de Reuniões. Autor: Scott Wetzler, Phd., New York, 1992.

agosto 04, 2020

6 coisas que você não sabia sobre dor crônica

Eu acho que você com dor crônica sabe dessas coisas, mas talvez precise de alguém para colocar em palavras.

1. Sentir dor te deixa exausta:
Você pode não ter se conscientizado dessa realidade, mas a dor que você sente durante o dia te consome o mesmo tanto que uma gripe.

2. A dor é causa de um sono inadequado:
Se você pensa que depois de um dia de intensa batalha contra a dor você terá uma ótima noite de sono reparador... Isso não passa de um sonho.

3. Dor dá mau humor:
Para aqueles que acham que você é mau humorada por natureza explique que a dor crônica te suga física, mental e emocionalmente.

4. Dor destrói a concentração:
A maioria dos pacientes com dor crônica lutam ferozmente para viver uma vida normal. Você está constantemente tentando ignorar a dor e viver um dia de cada vez, mas não é assim tão fácil.

5. Dor destrói a autoestima:
Você não consegue fazer o que deseja na hora que quer mesmo se tentar. Para ajudar as pessoas ficam bravas e insatisfeitas com vepisocê mesmo depois de todos os seus esforços. É mesmo frustrante!

6. Dor causa o isolamento social:
Quando você está sentindo dor a última coisa que você quer é se arrumar para pegar um cinema, participar do churrasco da firma ou mesmo almoçar com amigos ou com a família.

7. Sentir dor te deixa deprimida:  
É normal depois de alguns anos de dor crônica a pessoa sentir uma tristeza profunda. Alguns épisódios de crise podem ser especialmente depressivos cm pensamentos profundamente obscuros... Procure ajuda!

Ops, era para ser 6, mas saíram 7... Na verdade tem muito mais...

Quais os suas descobertas sobre os efeitos colaterais de se sentir dor todos os dias, todos os momentos e em todos os movimentos?


***