outubro 01, 2018

Convivendo com um passivo-agressivo, o livro, capítulo 4.2

Atendendo a pedidos, cá estou eu dando continuidade ao resumão do livro do Dr. Scott no qual ele combina experiências de consultório, de amigos e observações sociais sobre a convivência com um passivo-agressivo.


Lembrando que nada substitui a leitura do livro do próprio autor. Esse texto tem a intenção de ser a base introdutória para um assunto complexo que merece ser relido várias vezes durante o longo e duro processo de amadurecimento.

Não brinque comigo.
Eu posso passivo-agressivamente fazer você comer maionese estragada.

A metade da infância: crescendo e se adaptando

Scott começa falando da visão que esse garoto tem sobre o turbulento casamento de seus pais. Muitas vezes eles se comunicam atravez da criança, ou então falam como se ele não não estivesse presente na sala. Assim esse menino aprende a fazer guerras frias, pois ele se sente (e é) fraco perante o grande conflito familiar.

Existe uma taxa altíssima de alcoolismo entre os pais do homem passivo-agressivo, afinal o álcool é um meio de amenisar os confrontos. Especificando o problema, ele cresceu sem um modelo masculino adequado quer seja por ter um pai ausente, ou então, por este ser constantemente humilhado pela esposa.

Portanto, esse garoto se identifica melhor com sua mãe. Competir com o pai (referência ao Édipo de Freud) é um grande tabu para ele. Neste sentido, o menino vacila entre a identificação com um homem que ele não respeita totalmente e o afastamento de um pai apático, frio, ou ressentido.

Um dos pacientes do autor o procurou depois de rejeitar uma promoção que o faria mudar de estado. A decisão parecia ser acertada no primeiro momento, mas algo passou a incomodá-lo depois que contou para sua mãe.

John se lembra de aos 8 anos de idade ter ouvido a primeira comparação dele com seu pai. Sua mãe queria ser a mãe do futuro presidente do país enquanto dizia que o pai do garoto era um fracassado - contrariando as evidências dele ser muito bem sucedido na sua profissão.

Era comum ver John se sabotar por inibição ao decidir algo, além de ser reativo ao que a mãe queria para ele. Como não conseguia atingir as expectativas dela, ele deixou de tentar expondo dois problemas que ele deveria abordar:

1. Liberar a vontade de competir, ao invés de represá-la.
2. Firmar suas decisões ao invés de atender todas as vontades de sua mãe.

É claro que outras famílias terão problemas diferentes, mas esse é um cenário típico do início da vida do passivo-agressivo. Ou seja, a mãe dele é do tipo que toma conta da cena familiar. Ela se tornará o modelo para os relacionamentos amorosos desse homem que depois de alguns anos tende a se relacionar com mulheres sedutoras, mas controladoras e perigosas.

A distância emocional será extendida aos irmãos e irmãs, pois esses naturalmente implicam competição e inveja. Muitas crianças não gostam da ideia de um irmão, o problema é o fato dos pais do passivo-agressivo não deixarem ele demonstrar essa raiva. Por isso, ele usa de muitas artimanhas para não demonstrar raiva.

Os pais de um garoto passivo-agressivo terão vários motivos para levá-lo á terapia, entre eles: enurese (fazer xixi na cama), preguiça, se recusar a falar, a comer, rebeldia, desobediência, mal humor, teimosia, notas baixas, bagunça na escola, etc. Aliás, a escola será o segundo lugar onde ele terá problemas perante as figuras de autoridade. Sua baixa performance acaba por machucar ainda mais a própria autoestima.  

Continua no próximo post.



Aguarde os próximos capítulos.

O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D. Em tradução livre Vivendo com o homem passivo-agressivo; Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Encoberta - da Cama à Sala de Reuniões. Autor: Scott Wetzler, Phd., New York, 1992.

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