junho 30, 2017

Bem vindo

Por Elisabeth Santos
Lago nos arredores do museu Biltmore House na Carolina do Norte.

Se há no mundo um lugar em que somos sempre benvindos é numa paisagem natural. É só prestar atenção: os pássaros chilreiam, o lagarto sai da toca, a ramagem balança, as folhas secas estalam ao serem pisadas, o córrego jorra notas musicais, os raios de sol ultrapassam as copas das árvores deixando um rastro de luz mostrando vida em movimento.

Aos menos corajosos, em enfrentar o show que é tudo isto, e o inesperado, recomenda-se uma visita a algum sítio, ou chácara de amigos. Duas vezes bem vindo sentir-se- á a pessoa mais privilegiada do planeta Terra!

À tarde, na hora do café com bolo e biscoitão, os anfitriões contam que o pet, xodó da casa fugiu em busca do pecado.

Enquanto era criança, Xodó brincava com seus brinquedos, donos, visitantes, e nem tinha ideia do mundão lá fora. Sob a ação hormonal da idade, precisou de um confortável canil, já que manifestou desejo de passadas largas pelo cafezal atrás do irresistível apelo natural.

Em sequencia, do sítio vizinho, alguém telefonou avisando que o cãozinho, numa visita rápida, saiu de lá bem acompanhado. E puseram-se a procura-los.

Passaram-se dois dias de muitas informações desencontradas... e nada de Xodó & cia.

Então, no quarto dia, tanque do carro quase vazio, mas coração ainda cheio de esperança, ela “a mãezona”, o vê, vindo em matilha. Eram uns doze contando a fêmea no cio, próximos da perigosa estrada, talvez a caminho do lixão. A dona estaciona o carro, balança em sua mão direita a guia da coleira, e na esquerda a chave do veículo tão conhecido do seu xodó...

Pela porta do carro aberta, entra apressado alguém de olheiras, orelhas e rabinho abaixados, costelas insinuadas na pelagem suja, e que não levou a bronca merecida da pessoa ao volante.

Em casa de sítio sempre haverá histórias, para alguém de coração sensível, e ouvido atento.



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

junho 23, 2017

Viagem

Viajar é preciso...

Por Elisabeth Santos

Navegar é preciso, mas há quem prefira voar num avião. Aviões de grande porte partem de aeroportos igualmente grandes. Cidade pequena geralmente não tem deste tipo. Se tiver, não é para servir exclusivamente à população local. O local pode ter sido escolhido por uma questão de espaço: espaço para estacionar aeronaves enormes; espaço para a pista de decolagem e aterrissagem; espaço para abrigar guichês e corredores onde transitam passageiros com suas bagagens.

Praça de alimentação é essencial no quesito conforto, assim como lojas de conveniência, etc.
Sua viagem começa de casa para o aeroporto torcendo para não pegar engarrafamento. Chegando lá, com duas ou mais horas de antecedência, garante-se o despacho da mala ficando-se livre para o aguardo da chamada do voo. A entrada no avião traz certo alívio: guardar a bagagem de mão no devido compartimento, ajeitar a poltrona, colocar o cinto de segurança, tudo isto indica o início do voo.

A chegada sem contratempo é motivo de satisfação!

A retirada das malas da esteira rolante, os trâmites legais se necessários, a saída para entrar no táxi...

A alegria do abraço!



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

junho 16, 2017

Neto e avó

Por Elisabeth Santos

Meu neto diz que sou “hi-tech”. Comprou um chaveiro de “facebook” numa loja de “souvenirs” em Pomerode para presentear-me. Também fez meu retrato caprichado, diante de um computador, e pôs junto a seguinte dedicatória: “PARA A MELHOR VOVÓ DO MUNDO”.

Resolvi então fazer-lhe uma proposta: Em troca do seu velho “tablet” precisando de nova bateria, eu lhe daria outro novinho, escolhido no magazine perto de casa. E lá estávamos nós, diante da simpática vendedora, escolhendo o objeto das negociações.

Troca feita, voltamos para casa satisfeitos da vida!

O meu novo “velho tablet” coloquei dentro da mala de viagem, não antes de tirar-lhe a capa para proteger de arranhões o novíssimo objeto recém- saído da loja. Dalí a pouco vem o meu neto pedir-me o cartão de memória também. Enfim, enquanto o dele ia ficando incrementado, o meu ia se despojando de seus artifícios.

Tudo bem, pois jogamos juntos todos os “games” antigos, e ele ainda me ensina a perder dele nos “games” mais recentes!        





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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".  

junho 09, 2017

Betinho

Por Elisabeth Santos

©  | Dreamstime Stock Photos

“Baby-sitter faltou? Não te apavora. Chama a Dona Aurora!”

Assim foi o Betinho passar umas horas na casa da vizinha para sua mamãe ir ao dentista. O combinado nunca é caro, então... tudo bem combinado, pacotinho pronto, no horário tratado a campainha de entrada soa dim- dom...

Betinho estranhou a casa, estranhou os demais moradores, e não parava de chorar. Dona Aurora se desdobrou que nem aurora matutina, espalhando aconchego, luz e calor humano. Isso consumiu a primeira hora de estada do Betinho em novo ambiente. A segunda hora foi usada pelo baby a explorar todo o território, incluindo seus habitantes. Passou de colo em colo puxando o brinco, o cabelo, ou a barba de quem tinha.

Dos brinquedos ali existentes, nenhum o entreteu. Só apreciou os tais controles remotos existentes na mesinha perto do sofá. Até esqueceu-se de chorar, para chorar de rir acompanhando as brincadeiras dos palhaços Patati Patatá.

Na terceira hora, todos cansados (menos Betinho) era chegado o momento da mamadeira, que veio pronta, e da troca da fralda descartável. Nesse ponto Dona Aurora, sentiu-se a mamãe de dez anos atrás, riu, conversou na linguagem dos nenéns, beijou os pezinhos da criança e... Viu surgir seu filho que estudava no cômodo ao lado reivindicando:

_ Não acredito que você está beijando o pezinho dele como beijava o meu quando eu era seu bebê. Pode parar. Eu que sou seu filho né?

E o Betinho, talvez assustado com a aparição repentina do Rei Sol... retomou o chororô de horas antes.

_ Ai que ciumeira mais fora de hora filhão! ‘Cê sabe o tanto que te amo.

FIM.




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junho 05, 2017

Graffiti do Kobra em Chicago

Passeando por Chicago encontramos uma bandeirinha brasileira colada num edifício.

_ Oh... seria isso um graffiti brasileiro? Sim!

 Muddy Waters by Kobra, na 17 N State St, Chicago IL.

Diga-se de passagem, autorizado e feito sobre painéis que são colocados em cima da fachada do prédio. Hummmmm... Porque americano não vai estragar arte histórica com pintura de natureza efêmera, não é mesmo?

Um abraço, pessoas anti-Dorianas.

Site do Kobra aqui.

Uma performance do homenageado, Muddy Waters, pioneiro do Jazz, com  o Rolling Stones aqui.


junho 02, 2017

Eu sei

Por Elisabeth Santos
A escrivinhadora em ação.

Sei que não sou escritora, talvez seja uma escrevinhadora...

Gosto de registrar na língua materna: curiosidades, fatos, observações, sonhos e invencionices sem quaisquer outras intenções, que não sejam da minha vontade ou necessidade. “Livre como o vento”, nem tudo que escrevo, descrevo, subscrevo... divulgo. Nesse “tudo” estão pensamentos, opiniões, raciocínios que faço, considerando o entorno, o momento, a companhia...

Tenho consciência do meu estilo reticente, dos personagens mal disfarçados, das palavras dúbias, que levam ao interpretador certa liberdade de formar opinião. O que não quero é discutir, nem comigo mesma, muito menos publicamente, coisas efêmeras, que vão e vem a tona a cada milésimo de segundo.

Dúvidas? Tenho muitas. Carrego comigo o Mundo das Interrogações do tempo que estou vivendo.

É enlouquecedor!

Por isso gosto da minha vida pacata, cheia das obrigações de cuidar de mim todos os dias, rotineiramente, até sem perceber, cuidando dos outros e do meio em que vivo.

Sim, eu gostaria de resolver a problemática do mundo atual! Não consigo pensar que o caminho que a humanidade tomou não tenha retorno. Fui criada procurando e achando a “solucionática”!

Que nunca me falte, além dessas revelações que ora faço, meu toque de bom humor!


Amém.   



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".