fevereiro 26, 2018

O que pode entrar nos Estados Unidos em relação aos alimentos?


Toda semana várias pessoas me perguntam sobre o que pode ou não pode entrar nos Estados Unidos. São brasileiras que têm restrições alimentares, família com bebê de colo, ou simplesmente viajantes que acham que vão sentir saudade da comidinha lá de casa.

Dessa vez falei com a Fernanda que vem com o marido e os filhos morar no sul dos Estados Unidos - saiba quais estados são considerados do sul neste post aqui. Vou compartilhar aqui a nossa conversa para ajudar outras pessoas.

Ela fez várias perguntas, mas vamos comer o elefante aos bifes, que é como dizem lá em SP.

- Flocão pode? Flocão é farinha de milho. Sendo um produto básico para produção de várias coisas no país, o milho tem a entrada proibida nos Estados Unidos. Isso porque ele pode trazer pragas ou doenças para as plantações daqui. Euzinha não arriscaria trazer a farinha, mas isso sou eu, né gente. Deixaria para comprar a farinha no site da Amazon.com, ou no ebay, ou até num mercadinho mexicano próximo de casa.



- Tapioca granulada pode? Essa também entra na parte dos farináceos, mas ela pode. Só lembrando que tapioca tem aos montes por aqui, de todo tipo. Às vezes é encontrada em mercados americanos perto das mercadorias saudáveis. Tapioca pearl que é a do tipo bolinha para fazer sagu também se encontra fácil, ou ainda nas lojas asiáticas.

-  Mel pode, mel natural pode. MAS eu já encontro o mel brasileiro no Whole Foods que fica do ladinho de casa, ou seja, não preciso mais trazer. Apesar de que eu continuo trazendo... haha. Afinal nada se compara ao mel da fazenda da cidade da gente.

- Azeite de dendê é um condimento e por isso também pode. Ele também existe por aqui  e se chama red palm oil.


- Acarajé congelado não tenho certeza. Como eu sou mineira, preciso de uma ajuda aqui pessoal... afinal de contas, o que tem dentro do acarajé mesmo? Se for o tradicional camarão parece que pode, se for carne vermelha, ou carne de porco não pode de jeito nenhum. Eu não arriscaria trazer acarajé nem mesmo dentro da mala. Se fosse o caso de um desejo muito forte, tentaria fazer com os ingredientes daqui. Então vou contar um causo mineiro para vocês. Uma colega que sentia falta de comer coxinha, começou há um ano a fazer essas delícias em casa para matar a vontade da família. Hoje ela vende seus quitutes para a comunidade brasileira da região.

- Chás em saquinho industrializados pode. MAS também vou falar que você encontra vários chás de ervas nos mercados daqui e são tão bons quanto. Entre eles, dente de leão (dandelion), alfazema (lavender), camomila, hibisco, pau d'arco, moringa, chá verde (green tea), etc. Entretanto a erva doce, o funcho (fennel), o boldo e as folha de louro (bay leaf) são mais difíceis de achar em mercados da minha região, mas todos eu encontro online.

Então é isso, espero ter ajudado e boa viagem.

Quer ver mais coisas do sul dos Estados Unidos? Veja outras tradições sulistas aqui.

Você encontra quiabo nos Estados Unidos!



fevereiro 23, 2018

Imagine

Por Elisabeth Santos



Dizia-se tanta coisa boa do Brasil. Mesmo que fosse em forma de anedota... ouvia-se:

“_ Deus ao assinar um cheque para o país, deixou-o cair. Um cheque do Criador do mundo, assinado, e em branco, em Terra brasileira!”

_ Somos um país privilegiado em matéria de desastres naturais. Não temos maremoto, terremoto, furacão, dentre outros.

_ Ganhamos a Amazônia, pulmão do mundo.

_ Não se sabe em quanto monta a imensa riqueza oceânica fronteiriça com o Atlântico.

Segue-se ao infinito a descrição da paisagem, encantos naturais, terra fértil, clima tropical, riquezas minerais sem conta, etc.

Também se ouviu uma voz tão pessimista, quanto sinistra:

“_ O resto do mundo, com ou sem inveja, verá o povo que viverá nessas Terras de Pau Brasil!”

Aconteceu o que não foi dito: _ O povo é bom. Os dirigentes é que não são. O mundo que aguarde para constatar, o que a História afirmará.

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 E chegou o dia...

O dia em que tudo que foi preciso ser feito, foi feito, para acabar com a corrupção entre os dirigentes do Brasil. E não deu em nada!

O povo desta nação sofre diariamente ao ser informado através da mídia e comentários das redes sociais:

_ Acabou em pizza!

Os três poderes não se entendem. Há quem ache que os eleitores devem ser consultados, pois o regime constitucional é democrático. O seguinte acha que estando com bolso, cueca, mala cheia de dinheiro, está tudo bem e nada precisa mudar. Ainda há outro, que age com a certeza de “quanto pior melhor”! A impunidade existe para ser utilizada pelos maiorais.

Enquanto isto, a população que nem precisaria estar em estado de vigia permanente dos males feitos, gasta suas energias, antes voltadas para o trabalho que sustenta tudo isso; para seu bem estar, e de sua família; e ao desenvolvimento de um país “abençoado por Deus e bonito por natureza”!



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".



fevereiro 19, 2018

Convivendo com um passivo-agressivo, o livro, capítulo 2.2

Atendendo a pedidos, cá estou eu dando continuidade ao resumão do livro do Dr. Scott no qual ele combina experiências de consultório, de amigos e observações sociais sobre a convivência com um passivo-agressivo.

Lembrando que nada substitui a leitura do livro do próprio autor. Esse texto tem a intenção de ser a base introdutória para um assunto complexo que merece ser relido várias vezes durante o longo e duro processo de amadurecimento.


Falar "faça como quiser" com cara de m... é o ponto alto!

Como se proteger

Primeiro, fale claramente o que você quer, o que ele pode ou não fazer com você, explique que você quer que ele cumpra suas promessas, que seja mais aberto e que assuma responsabilidade das atitudes. Esteja preparada para reafirmar sua posição sempre que necessário, pois se fazer de vítima faz a passividade-agressiva piorar.


Você começa dizendo que ele não vai se sair bem te tratando com falta de respeito, ou te ameaçando. Exemplo, quando você conta uma história dessa maneira você me insulta. Diga a verdade, assim é melhor para nós dois. Assim você mostra que merece melhor tratamento e ele vê que não pode te fazer de boba.

Seja específica, cite exemplos, com números quando possível. Fale num tom normal para mostrar que você é confiável. Não seja vingativa ou autoritária (ficou fácil isso, heim?!) porque o passivo-agressivo é motivado pelo medo. Se simpatizando com essa parte você tem mais chances de falar com hostilidade.

Dica importante: ultimatos fazem você perder todo o contexto da batalha naval.

Como falar quando essa pessoa te deve algo, dinheiro para ser mais exata.

1. Eu quero que a nossa amizade siga em frente, mas ela só pode funcionar se eu puder confiar na sua capacidade de lidar com dinheiro. - fala do relacionamento e da confiança.

2. É humilhante para mim ter que pedir para você pagar o que me deve. Isso mostra que você não me respeita. - descrevendo como você se sente.

3. Você me dá desculpas esfarrapadas para não pagar o que deve. Eu quero o dinheiro agora. - confronto direto.

4. Deixando de me pagar você acha que me mantém atrelada a você, mas você está fazendo exatamente o contrário. Eu fico p... da vida e desconfiada. - explicar a consequência do comportamento.

Parece fácil, diz o autor (só na cabeça dele, eu digo!), mas lembre-se que agora você entrou na briga. Não espere que ele mude só porque você pediu. O passivo-agressivo é um sabotador e alguém que não querer deixar o poder. Para mudá-lo você precisa seguir os limites que estabeleceu, caso contrário ele vai seguir com a mensagem de que pode tratá-la como ele quiser.

Entretanto, se você percebe que o relacionamento tem poucas chances de sobreviver...

Caia fora

Pode ser um erro sair do relacionamento que ainda não foi totalmente explorado, por outro lado, você precisa fazer as contas. Então você tentou de tudo sem sucesso, melhor será tomar distância dele, seja ele quem for, marido, empregado, patrão, parente ou amigo. Permanecer num relacionamento que te faz mal, não é somente sem sentido, mas também autodestrutivo.

Terminar por telefone foi a única alternativa para uma das pacientes do Dr. Scott. Ele diz que muitos deles te prendem pelo otimismo ou pela sedução. Você sonha que vai ter um dia um parceiro melhor, que você vai salvar o relacionamento, mas o conselho está mais para: seja sincera sobre o que recebe dessa relação. Faça decisões baseadas em realidade, não falsas promessas, ou sonhos dourados. Outra paciente aconselha: coloque o passivo-agressivo depois de você. Case-se com ele lá pelos 20 anos, se divorcie pelos 30. Você deve aprender com seus erros, ao invés de viver com eles para sempre.

Finalmente

Não existe essa história de viver com um passivo-agressivo e não querer nada dele - ou  de qualquer outra pessoa para sermos exatos. Para viver bem com ele você rebaixa suas expectativas, mas no fundo espera por algo melhor.

Por que será que ele te fisgou? Qual seria o ponto fraco e como ele o descobriu? 

***


O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D. Em tradução livre Vivendo com o homem passivo-agressivo; Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Encoberta - da Cama à Sala de Reuniões. Autor: Scott Wetzler, Phd., New York, 1992.

Carol Tavris, Anger: The Misunderstood Emotion, 1989.








fevereiro 16, 2018

Quando nada mais importa...

Por Elisabeth Santos

Caminhos da vida.

Quando você não fez o que tinha de ser feito, não pronunciou as palavras salvadoras na hora certa; não reagiu devidamente aos fatos, não ensinou o certo, nem se desviou do erro que pressentiu...

E você neste dia chega a pensar que o momento exato chegou, de tomar a atitude adiada, não tomada no devido tempo... Analisa tudo e percebe que hoje não faz a mínima diferença recorrer a fatos passados, tentar por no devido lugar as coisas e pessoas, reagir ao que já deveria ter reagido, fazer o certo de acordo com seus princípios... Enfim quando você acha que é a hora e a vez... pode ainda não ser. Se nada mais importa, tente balançar o ombro, e fechar a porta!

Que lhe importa lá? Água pra cima, água pra baixo já não faz diferença, mas seguir em frente é preciso. Enquanto há vida, há esperança. Não cabe a negação dos caminhos tortuosos percorridos através dos anos. Basta continuar a caminhada nas escolhas feitas, e na convivência passiva com as consequências das mesmas no seu encalço.

Se, será fácil não há garantias, porém se você nem tentou escrever sua própria história, deve ter sido fácil sim, e será cômodo, pelo menos.

Há quem vire a mesa como há quem não dá o braço a torcer; há quem balance a cabeça respondendo sim, igual ovelhinha de presépio, mas existe aquele que numa cajadada acerta três e sai no lucro. Se você sempre preferiu ficar na sua, sem dar bola para o que acontecia ao redor, será um pouco complicada a guinada de cento e oitenta graus em busca do caminho que imagina ser o melhor no momento.

Se conselho você for pedir, o conselheiro não poderá receber a responsabilidade da escolha feita. Só aconselha. Não o obriga!

Geralmente o bom conselho é agradecido; o conselho não tão bom, ou que resultado positivo não rendeu é esquecido.

Então, no caso de remendos novos em tecidos nem tanto... serão reconhecidos de longe. Também os frutos que caem longe de suas árvores; os gatos comprados como lebres; os lobos a vestir pele de cordeiro para infiltrarem-se no rebanho... Tudo pode ter novo sabor quando assumido: a volta por cima; a retomada; as mãos nas rédeas do direcionamento a ser dado.

Assim diz o Rei: “Se chorei, ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.”

Assim dirá você: “O que fiz, deixei de fazer, ou só retardei a decisão é problema que resolverei assumidamente e da melhor forma, no momento oportuno que pode ser... JÁ!”




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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".


fevereiro 09, 2018

Avisos

Por Elisabeth Santos
No quadro de “AVISOS” um pequeno aviso fazia rir a turminha: “HOJE NÃO HAVERÁ AVISOS”. Só poderia ter sido alguém bem humorado a deixar sua marca.

Na porta do elevador um aviso mais sério: “Ao entrar no elevador verifique se o Mesmo está parado neste andar". E a turma de adolescentes jogava com aquelas palavras perguntando um ao outro quem seria aquele tal de Mesmo que deveria estar por ali parado. Na garagem vazia de carros da segunda feira brava, alguém verificava gritando: _“Meeesmooo!” Só de farra.

Respondia o eco. O eco não era o Mesmo... mas a risadaria era.

Certo dia o aviso foi retirado para dar lugar a uma atualização: “Ao entrar no elevador verifique se Ele se encontra parado neste andar”. Melhorou o entendimento dos jovens, que continuaram a zoar: que ninguém ali se aproximasse muito da porta do elevador na pressa de ser o primeiro. O desequilíbrio poderia ser fatal. Muito cuidado enfim, porque a porta poderia se abrir e o elevador estar desencontrado por algum enguiço imprevisível de hora ou local. Afinal... naquele impulso de “pegar lugar”, não haveria tempo de se salvar do tombo.

E os avisos continuam colocando cabeças a pensar. No portão da garagem da casa vizinha está fixado: “Não estacione, sujeito a guincho”. Qual seria o sujeito? Não da frase. Aquele que viria guinchado pela gola da camisa? Ai que medo...

Há todo tipo de Aviso. Um dos piores, e muito comum é: “Cuidado cão bravo!” Por economia na pontuação poderá ser mal interpretado. Toca-se a campainha, e aparece o dono da propriedade com “cara de poucos amigos”. Atrás dele nenhum Fila ou Buldogue de latido rouco. A quem tocou a campainha daquela casa, ainda resta a terceira opção: _ Alguém do aviso estaria sugerindo que eu seria o tal “Cão Bravo”?


Mania de perseguição, diria o analista.



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

fevereiro 05, 2018

Coisas que você só faz no aeroporto.

Recentemente comprando passagens com as milhagens que tenho, me dei conta que viajei muito nos últimos anos. Sendo assim, posso dizer que já tenho um know how nessa coisa. Hoje resolvi dividir um pouco dessas situações com vocês.

Então, veja aqui uns comportamentos e atitudes estranhas que temos depois que entramos em aeroportos. 

- Checar o passaporte, o bilhete, os documentos, a carteira, o celular, o dinheiro, tudo, o tempo todo. Não estranhe, o comportamento Obsessivo Compulsivo é automaticamente ativado ao se adentrar o saguão de qualquer aeroporto do mundo.

- Viver a grande dúvida que é: guardar o bilhete e correr o risco de perdê-lo no buraco negro que é uma bolsa de mulher, ou ficar com ele na mão e esquecê-lo lá-sei-onde. O que fazer?

- Pagar um absurdo por excesso de bagagem - 100 dólares na Delta. Afinal de contas, você vai tirar o quê de dentro de qual mala? Deixar para trás, ou jogar fora não vai lhe parecer uma opção válida nessa hora. 

- Tirar e colocar peças de vestuário perto de pessoas estranhas; meias, sapatos, casaco, ou agasalhos. Também abrimos a mala para colocar ou tirar essas coisas fazendo o máximo esforço para não derrubar outras coisas, nem deixar a mostra a nossa bagunça. 


- Sentar no chão bem no meio dos companheiros que por lá esperam o embarque. Na verdade, em qualquer lugar que for possível. Isso torna-se extremamente verdadeiro nos grandes aeroportos onde você anda quilômetros para achar o portão de embarque, ou depois dos voos internacionais. 

- Diretamente relacionado ao item acima, veremos alguém se abancar em um cantinho que tenha uma tomada funcionante. Vale inclusive desligar a máquina de venda de refrigerante para carregar o aparelho que está por um palitinho. Já vi isso, mas não recomendo.

- Às vezes é preciso colocar bolsas, copos, sacola com o lanchinho, mochilas, ou qualquer outra coisa no chão. Tudo é válido na hora de ajustar a bagagem.

- Também está incluso no preço da passagem dormir em um daqueles bancos gelados (ou no chão) entre pessoas desconhecidas da sala de embarque. Usar a mochila ou bolsa como travesseiro é fator primordial de segurança. Roncar parece que é opcional.

- Chegar na imigração de um país tipo Austrália e descobrir que não tem visto de entrada. Ainda bem que o processo é rápido e online.

- Igualmente necessário é passar na loja mais cara do aeroporto sabendo que não vai comprar nada. Nadinha mesmo! 

Clique para ver o vídeo da espera de um voo.

- Apesar de não comprar nada, passar pela seção de perfumes importados da loja só para “testar” uma fragrância bem cara. Alguns destinos valem o mico e a evidência da pobreza, fazer o quê não é mesmo? 

- É obrigatório passar na lojinha de bugigangas e comprar um cacareco qualquer para alguém que ficou de fora da lista original de presentes. 

- Sentir aquele frio na barriga ao pensar que esqueceu o adaptador de tomadas é básico para qualquer brasileiro num voo internacional. 

- Ver pessoas fazendo refeições num restaurante fast food e achar a cena glamourosa é notório para os românticos. 





- Tentar ir para a sala VIP da companhia aérea sem ter um bilhete internacional na mão*. Um pouco forçado eu admito, mas vai que... 



- Se sentir ansioso quando chega perto do pessoal da segurança, do raio-x, da imigração, ou de qualquer pessoa para ser sincera. Não é para menos, aquelas mensagens "não deixem suas malas dando sopa, cuidado com bagagens suspeitas, não aceite coisas de estranhos" deixam qualquer um paranóico.


- Falando nisso, ver uma pessoa ser parada no raio-x porque esqueceu comida na bolsa e se sentir aliviada. Ufa, ainda bem que não sou eu!

- Julgar as pessoas vestidas com roupas de verão é inevitável. Você se pergunta, de onde será que essa pessoa veio? Será que não vai pegar um avião gelado como o meu? Ou deve estar com a tireóide desregulada, coitada.

- Após ver um casal como o da foto abaixo, agradecer a vida entre homens brancos opressores da sociedade capitalista judaico cristã ocidental!

Sim, ela andava atrás dele.
Sim, durante o voo, ele comeu a refeição dela.
Fala sério, como se alimentar usando essa roupa?


- Para quem tem tempo de sobra na conexão, torcer para a companhia aérea comprar o seu assento no voo. Dependendo da situação algumas empresas americanas pagam até 800 dólares - refeição ou hotel também**.



*Até pode, mas precisa pagar! 50 dólares na Delta, acho.
**Você recebe um vale no tal valor que pode ser trocado por passagens ou produtos da empresa e, dependendo do tempo de espera, um vale-refeição para ser trocado dentro do aeroporto. Pode ser que paguem a sua noite no hotel também


Vai viajar no feriadinho? Tem alguma história interessante de aeroporto para contar para a gente? Compartilha aí, vai!


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fevereiro 02, 2018

Lar Doce Lar

Por Elizabeth Santos

Alimentos doces fazem a delícia da infância... da adolescência, juventude, maturidade até à velhice. Uns mais, outros menos, difícil mesmo é descobrir quem não gosta de doces.

Se a pessoa tem alguma restrição ao açúcar em sua alimentação, o caso é diferente. Não pode, não deve comer nada acrescido de açúcar natural, PONTO. Se adoçante e remédio resolvem o problema... tudo bem. Um docinho aqui, um sorvetezinho ali... Vai-se vivendo a doce vida.

Assim é até que lá da cozinha vem um aroma de bolo terminando de assar. Difícil resistir a um bolo servido com uma xícara de café, na hora certa. Para a criançada seria o cheiro do chocolate derretendo para se fazer as bolinhas negras, que serão roladas no granulado.

Dona Maria, aos seus oitenta e um anos, ia para a cozinha quando os filhos estavam no serviço, os netos na escola, e o cãozinho dormindo no alpendre. Doce pronto separava a porção de cada um, e escondia na prateleira mais alta da cozinha, o seu quinhão (diga-se de passagem, era o Senhor Quinhão). Daí Dona Maria “Formigona”, sentava-se na cadeira de balanço e comia a rapa da panela com boca boa. Se ela cochilava, a panela deslizava pela sua saia longa, e o gato se encarregava de lamber a sobra. Depois disso a panela ficava lustrosa de tão limpa!

Certo dia, estando Dona Maria Doceira sobre um banquinho, na ponta dos pés descalços para não correr perigo de escorregar, “escondendo” o doce que lhe pertencia de direito e viu chegar sua amiga. Tratava-se da Dona Landa, gente boa, de casa... que sempre ia entrando sem avisar.

Ao seu olhar de interrogação, a dona de casa (ou pelo menos dona daquela cozinha) foi explicando que estava a tirar das vistas dos familiares o doce que havia feito para degustar às colheradas durante toda a semana.

E a amiga, sem dó, veio com censura, afirmando categoricamente que tudo que tinha, ou ganhava, repartia até o fim com os de casa. Ao que Dona Maria argumentou, descendo do banquinho, que os demais iam dispor de muito tempo na vida para comer os doces que quisessem, mas ela não, pois já passava dos oitenta anos de idade.

Assim mesmo, Landa ganhou um pires transbordando de açúcar e afeto para provar.

A conversa não se encerrou ali. Falaram de bolos que mais pareciam pudins; de roscas que mais pareciam bolos; de pastéis recheados de geleias; empadas cobertas de glacê e até o lombo à Califórnia, a farofa de uvas passas, e outros deliciosos pratos mais.

Nenhuma das duas amigas lembrou-se da casinha de guloseimas da história de João e Maria. Afinal quem a construiu foi uma bruxa, e a doce conversa poderia desandar. Elas não acreditavam em bruxa, mas sabiam que ela existia!




 
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".