Por Elisabeth Santos
No quadro de “AVISOS” um pequeno aviso fazia rir a
turminha: “HOJE NÃO HAVERÁ AVISOS”. Só poderia ter sido alguém bem humorado a
deixar sua marca.
Na porta do elevador um aviso mais sério: “Ao entrar
no elevador verifique se o Mesmo está parado neste andar". E a turma de
adolescentes jogava com aquelas palavras perguntando um ao outro quem seria
aquele tal de Mesmo que deveria estar por ali parado. Na garagem vazia de
carros da segunda feira brava, alguém verificava gritando: _“Meeesmooo!” Só de farra.
Respondia o eco. O eco não era o Mesmo... mas a
risadaria era.
Certo dia o aviso foi retirado para dar lugar a uma
atualização: “Ao entrar no elevador verifique se Ele se encontra parado neste
andar”. Melhorou o entendimento dos jovens, que continuaram a zoar: que ninguém
ali se aproximasse muito da porta do elevador na pressa de ser o primeiro. O
desequilíbrio poderia ser fatal. Muito cuidado enfim, porque a porta poderia se
abrir e o elevador estar desencontrado por algum enguiço imprevisível de hora
ou local. Afinal... naquele impulso de “pegar lugar”, não haveria tempo de se
salvar do tombo.
E os avisos continuam colocando cabeças a pensar. No
portão da garagem da casa vizinha está fixado: “Não estacione, sujeito a guincho”.
Qual seria o sujeito? Não da frase. Aquele que viria guinchado pela gola da
camisa? Ai que medo...
Há todo tipo de Aviso. Um dos piores, e muito comum é:
“Cuidado cão bravo!” Por economia na pontuação poderá ser mal interpretado.
Toca-se a campainha, e aparece o dono da propriedade com “cara de poucos
amigos”. Atrás dele nenhum Fila ou Buldogue de latido rouco. A quem tocou a
campainha daquela casa, ainda resta a terceira opção: _ Alguém do aviso estaria
sugerindo que eu seria o tal “Cão Bravo”?
Mania de perseguição, diria o analista.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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