outubro 27, 2017

O livro: Turma Quevedo

Por Elizabeth Santos

 “Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba; verdes mares que brilhais como liquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias assombradas de coqueiros; serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro e manso resvale à flor das águas”.

José de Alencar

Há quase sessenta anos nossos verdes mares se abriram para a Turma Quevedo da Marinha brasileira adentrar no Navio Escola Custódio de Melo. Hoje 23/09/2017 essa mesma turma, reunida em excursão, vem conhecer as montanhas de Minas Gerais, cidades turísticas, e históricas. Numa parada em Campanha visitam a casa do colega Milton Xavier. Casa onde este algum dia morou com seus pais e irmãos. E a turma de setentões, com suas esposas, descansa um pouco do ônibus, enquanto lancha, se refresca do inesperado calor da entrada da primavera, conversa sobre como é bom estar no sossego do interior mineiro.

Justifica-se! Estão chegando do Rio de Janeiro onde acontece a guerra de traficantes de drogas, e o exército tem tido que marcar presença.

Incrível o que a Turma Quevedo realizou, desenvolveu, enfrentou depois da formatura, e descreveu no livro do mesmo nome que me foi presenteado. Um trabalho corajoso desde o início, quando em 1962 guarneceram navios mercantes na GREVEMAR, abastecendo o país de norte a sul. Uns com o agravante de terem pego navios sabotados, sucateados, e outros até sem instrumentos básicos de navegação como: radar, ecobatímetro ou hodômetro. Sem contar os que tinham a agulha magnética descompensada, e navegantes tendo de orientar-se pelas constelações.

Em 1963 enfrentaram a Guerra da Lagosta, incidente entre Brasil e a França, que veio pescar em litoral nordestino. Foi necessária a força aérea juntar-se à marinha para o enfrentamento. Terminou com o cansaço dos pesqueiros franceses, não antes dos EUA pedir ao Brasil desistência da briga pela valiosa lagosta.

NPaFlu Rondônia (P-31), em operações.

Essa mesma turma teve intensa atividade, e enfrentou grandes desafios na Flotilha do Amazonas elaborando croquis de navegação, e cartas de praticagem; dando assistência às populações ribeirinhas, treinamento para alunos da Marinha Mercante, apoio à Força Aérea, e ao Exército. Aquela centenária Flotilha foi criada para garantir o exercício da soberania e dos interesses nacionais na Amazônia Ocidental.

Em 1964, as tropas foram reunidas para ouvirem as novas ordens do Governo Militar. Posteriormente o Pres. Castelo Branco passou em revista a tropa.

Impossível descrever minuciosamente tudo o que uma boa equipe passa no período que vai dos primeiros aprendizados no exercício de sua profissão, aos quarenta anos de trabalho para se chegar à aposentadoria. Cada qual vivenciou da sua maneira, guardou na memória, relembrou relatando nas linhas do livro, o que mais significado teve em sua convivência profissional com a imensidão do mar: pororocas, tempestades, ventanias, salvamentos, encalhes, içamentos, reboques, avarias, improvisações etc.

E sobrou tempo para as famílias, hobbies, amizades, voluntariado, compor músicas, escrever poesias; para o lazer e o turismo.  

Valeu!


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Não tendo a pretensão de resumir, ou fazer sinopse do livro, quero deixar registrada minha admiração por essa valorosa turma que continua unida até hoje (2017) e através de sua “Associação Turma Quevedo” ter chance de ser lembrada para sempre.



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".  

outubro 23, 2017

Convivendo com um passivo-agressivo, o livro, capítulo 2.1

Atendendo a pedidos, cá estou eu dando continuidade ao resumão do livro do Dr. Scott no qual ele combina experiências de consultório, de amigos e observações sociais sobre a convivência com um passivo-agressivo.


Lembrando que nada substitui a leitura do livro do próprio autor. Esse texto tem a intenção de ser a base introdutória para um assunto complexo que merece ser relido várias vezes durante o longo e duro processo de amadurecimento.



Na gangorra emocional com o passivo-agressivo

Um projeto inacabado rodeado de desculpas esfarrapadas é a tática clássica do passivo-agressivo. A porta de entrada da casa de uma das pacientes do Dr. Scott está há dois anos com a pintura pela metade e ela responde com humor aos amigos que questionam o motivo. "Foi porque o telefone tocou", diz ela sabendo que é apenas uma maneira de dissimular a frustração e a raiva.

Susan sabe que insistir não vai fazer seu marido terminar a pintura, chamar um pintor vai deixá-lo furioso e terminar a pintura por ele aumentará a hostilidade dele contra ela. Então ela se pergunta: Como tudo isso pode ser minha culpa? Por que isso é um problema meu?

Para o passivo-agressivo tudo é sempre sobre você, nada é sobre ele! Pela perspectiva dele, as acusações sempre fazem sentido SE você pode ser culpada de algo, nunca ele. Na cabeça dele as coisas são organizadas para você não mudar nunca e para ele conseguir o que quer. Às vezes essas situações funcionam também para você, em outras só te causam irritação.

Não, você não é responsável pelo comportamento passivo-agressivo dele. Isso não é sua culpa! Entretanto, nesse livro ele vai mostrar como você começa a duvidar de si mesma, como você pode estar favorecendo a passividade-agressiva dele e como se proteger disso.

Como ele consegue te deixar em dúvida

Ele tem o dom de fazer as pessoas duvidarem de si mesmas, de ignorarem seus próprios sentimentos, de fazer os outros abrirem exceções para, basicamente aceitar os abusos dele. Um filme de 1944 mostra, com exagero é claro, a convivência com um passivo-agressivo. Ele é recomendado pelo Dr. Scott e o nome do filme em português é À Meia Luz.


É esperado que você desenvolva um temperamento ofensivo perto desse tipo de pessoa, ao ponto de ficar agressiva como nunca havia sido antes. Depois, pode ser que se sinta envergonhada das coisas que fez nos momentos de raiva e então, finalmente, concorde com o passivo-agressivo deixando para lá suas reivindicações. Pedir desculpas para ele também é algo comum.

Duas realidades operam nesse relacionamento, a que vocês vivem e a que ele quer que você acredite que vive. Sua intuição te diz que ele é hostil, mas então você se acha sensível demais. Deixe disso e confie na sua intuição! Ele é insensível e vai te dar um empurrãozinho  sempre que estiver na dúvida sobre em quem confiar. "Por que você está tão chateada? Assim vai morrer logo."

Outras artimanhas das conversas podem ser: "Você tirou do contexto o que falei sobre sua aparência". Quando ele é indelicado sobre sua roupa. "Você não aceita uma crítica construtiva." 

Esses exemplos do Dr. Scott servem para você se reconhecer e entender as suas reações emocionais. O autor acredita que confiando em suas percepções e sabendo os motivos das atitudes dos passivo-agressivos, finalmente você vai superar a situação. Visto que o passivo-agressivo não vai admitir que está errado e também não vai ter empatia por você. Esqueça os pedidos de desculpas siceros, eles não sabem que isso sequer existe. Se o fizer, vai ser vazio.

É frequente observar um casal onde o passivo-agressivo aproveita-se da ética do parceiro para não cumprir com as próprias responsabilidades. Quando o relacionamento é intenso, quer seja entre marido e mulher ou colegas trabalhando num projeto, a falha de um recai também sobre o outro. Neste caso o passivo-agressivo sempre machuca o parceiro que só consegue confrontá-lo quando toma distância da situação (nem sempre essa distância é física).


Antes de mais nada, você deve ser a pessoa a restabelecer os limites deste relacionamento. Saiba definir os sentimentos que ele desperta em você. O autor ainda sugere você apontar as mentiras, apresentando as ambiguidades dele. Assim você está no controle e mostrará como deve, ou não ser tratada.

Como você encara a passividade-agressiva

Nas consultas do Dr. Scott, muitos pacientes reclamam "ele é distante",  "ele não fala que horas ou que dia vamos nos encontrar", "ele não coopera", "tudo que tento fazer com ele se transforma num jogo de cabo de guerra entre crianças onde o que importa é vencer", "ele não tem respeito por mim". "Será que a culpa é minha?" é uma pergunta frequente entre as pacientes dele

Entretanto, ao mesmo tempo que você não é culpada da passividade-agressiva do outro, lembre-se que as atitudes dele não podem ir para frente sem a sua participação. A convivência com outros passivos-agressivos durante a infância podem fazer você inconscientemente, aceitar mais facilmente outras pessoas com o mesmo problema. Por exemplo, quando no começo do relacionamento você arruma desculpas para as atitudes inconsistentes e incoerentes dele.

Exemplo do livro: Neal pergunta à Bárbara como foi o começo da carreira dela em marketing. Ela, então conta emocionada que num momento difícil de sua juventude um de seus cunhados a encorajou muito e ainda arrumou a entrevista para o primeiro emprego dela. Neal ouve, toma um gole de cerveja e então conta uma história engraçada de quando foi esquiar com amigos. Ela se pergunta, o que isso tem a ver com o que eu falei? Nada! A história de Neal serviu para afastá-lo de um momento empático onde ele deveria contar seu início de carreira. Ele poderia também contar uma história de superação com a qual se aproximaria de Bárbara, mas ele só a confundiu.

Provavelmente você pensou, "ele é tímido", "não demonstra os sentimentos tão facilmente" e isso é exatamente o que ele quer. Mais cedo ou mais tarde, Scott afirma, que você vai se encher de arrumar desculpas para o comportamento dele. O que antes era fácil de ignorar vai pular na sua frente, bem na sua cara.

Como você vai se proteger é algo que vou falar na segunda parte deste capítulo.

***


O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D. Em tradução livre Vivendo com o homem passivo-agressivo; Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Encoberta - da Cama à Sala de Reuniões. Autor: Scott Wetzler, Phd., New York, 1992.

Carol Tavris, Anger: The Misunderstood Emotion, 1989.








outubro 20, 2017

É sim

Por Elisabeth Santos

Artur e sua turma da 3a idade.

O grupo de sexagenárias, uniformizadas devidamente, aguardava a apresentação da nova equipe do trabalho específico com Saúde do Idoso. De repente aparece, atrasado, um rapaz de regata e bermuda; magro; com um sorriso bonito, e todos se perguntam... o que aquele menino estaria fazendo ali.

Ao se apresentar, disse algumas palavras expressando o quanto gostava de exercícios físicos, e ali estava como professor concursado, a dar aulas de ginástica aos idosos. Saldado com palmas, agradeceu a cada um de seus alunos com um aperto de mão.

Ficamos pensando como aquele jovem de vinte e dois anos haveria de impor respeito e disciplina naquela turma que gostava de conversar alto, e fora de hora. Além disso, metade das alunas saia para fazer almoço, antes que começasse a bateria de exercícios adequados à terceira idade. Não ia haver boa frequência naquelas aulas, era o que alguns pensavam.

Mas o rapazinho se deu bem em menos tempo do que esperávamos, conseguindo aumentar o interesse de todos por suas aulas. Sua descontração cativou vovós e vovôs. Permitiu que estes sugerissem jogos e brincadeiras. Levou-os a caminhadas, e ginástica ao ar livre, ganhou a confiança do pessoal. O mais difícil mesmo foi impor ritmo aos exercícios, principalmente o de panturrilhas. Se era para ser, uma bateria de trinta por três vezes seguidas, negociávamos para vinte, e o pobre professor Artur Henrique aceitava vinte e cinco. E as aulas continuaram animadas.

 Nos intervalos entre aquecimento, flexões, alongamento etc. sempre rola uma conversa interessante sobre benefícios de cada movimento repetido, para combater dores costumeiras de idosos. E o Artur se mostra estudioso e atualizado!

Certo dia a curiosidade da maioria pergunta-lhe o porquê de haver escolhido a faculdade de Educação Física. Poderia estar seguindo o exemplo de algum familiar; poderia fazer parte do “culto ao corpo” (a ideia vinda das fotos dele nas redes sociais); modismo, e outras coisinhas mais...

_ Eu? Eu queria mesmo unir o agradável ao útil. Uma profissão na qual pudesse: lutar, dançar, praticar esporte, conviver com pessoas de todas as idades, e assim continuar jovem para sempre._ resposta do mestre.

Diante dos olhares espantados, e risos da sua turma mais aplicada e assídua... o “prófe” completou:

_ É sim!

Que pena não sabermos disso antes... Foi algo que passou pela cabeça da Terceira Idade naquele momento.

Olha a Beth toda sorridente aí na foto!



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".  

outubro 16, 2017

Levando comida na bagagem para os Estados Unidos, atualização.


Afinal, eu posso levar alimentos na viagem? Frutas, queijo, carne, etc?

Nesse site aqui estão todas as informações que você vai precisar para tomar essa difícil decisão. Eles começam avisando que não declarar que está trazendo comida para os Estados Unidos pode resultar numa multa de 10 mil dólares. Outro ponto a ser lembrado é que eles estão sempre atualizando a página – a última foi dia 28/08/2017, então verifique sempre antes de embarcar.

Segue a tradução de um pedaço do novo texto:

Produtos animais e seus subprodutos

Carne, leite, ovo, frango e seus produtos, incluindo produtos feitos com eles, como mistura para sopa são proibidos ou têm sua entrada muito restrita no país. Isso dependerá das doenças que ocorrem na região de origem do produto. Carne fresca (congelada ou resfriada), seca, curada e totalmente cozida tem a entrada geralmente proibida e isso depende do país de origem. Carne enlatada é permitida, exceto a carne de ovinos e caprinos vindos do Canadá. Ou seja, carne de carneiro, ovelha, vitelo ou bode do Canadá são proibidas mesmo que sejam enlatadas.

Produtos contendo ovos da maioria das regiões são proibidos.

Ovos e produtos derivados das regiões afetadas com influenza aviária e outras doenças exóticas (veja quais são elas aqui e aqui). Isso inclui ovos cozidos quando não acompanhados do certificado veterinário de importação.

Carne de porco também deve ser enlatada e etiquetada em embalagens lacradas. Com exceção do México de onde não serão aceitas carne de porco mesmo que enlatadas.

Veja os outros textos aqui do blog sobre o assunto.

Quais tipos de comida posso levar para os Estados Unidos?




Outros textos que você vai gostar.

Viagem Turística

outubro 13, 2017

Observando os pássaros

Por Elisabeth Santos


São muitos os pássaros existentes por aqui. Observo que cada família tem suas preferências alimentares. Tempo de abacate, são uns de tamanho médio, de cores amarronzadas a visitar o abacateiro. Acho que são Sabiás, e Joãos de Barro. Aqueles que não fazem ninhos, e sim casinhas redondas de terra molhada que trazem no bico!

Se o tempo é de bananas, e essa fruta existe em todas as estações do ano, vêm os Sanhaços azuis, ou mesclados de verde e cinza. Na jabuticabeira de frutas pretinhas e brilhantes desce o bando de Maritacas.

Pardais, Rolinhas, Canários, Melros etc. preferem quirela de milho espalhada no chão para eles, mas se estão mesmo famintos, disputam o que há no pomar.

Ao pio do gavião é um Deus nos acuda! Voltam todos aos ninhos a proteger seus filhotes. Tucanos também são ameaçadores. Destroem os ninhos com aqueles bicões, matando a ninhada.

O dia inteiro tem canto de passarinho por aqui. O ruim é que acordando cedinho, acordam até quem não tem tantos afazeres como eles.

Os primeiros a piarem na varanda do meu quarto são os nenéns famintos.

Daí os pais saem para a padaria, digo para o mato. O dia inteiro a filharada quer alguma coisa. Nos intervalos das refeições dormem o sono dos anjos.

Ao crescerem mais um pouco, têm aulas de voo e de caça aos insetos.

Só quando ficam adultos, namoram e fazem ninhos para constituírem suas próprias famílias.

Olho para a paineira frutificada no canteiro central da avenida. Meus amigos passarinhos estão todo lá. Buscam a paina sedosa para afofar os berços.

O recomeço é com, ou sem observadores que nem eu.


Os pássaros no observatório natural da casa da Beth.



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

outubro 06, 2017

Meu celular

Por Elisabeth Santos



Na história tecnológica ficará para sempre gravado o avanço que representou para o conforto das pessoas o telefone celular. Se haverá uma página para relembrar dos sufocos que ainda enfrenta-se no século XXI... não se sabe. O mais provável é, que no futuro, só exista espaço para os dois pontos e uma lista de etapas mais ou menos assim: celular tijolão, tijolinho, multi funções, micro celular e o implantado na cabeça das pessoas. Nas crônicas literárias da época sim serão pesquisados fatos difíceis de acreditar que pudessem estar acontecendo em 2013, numa cidade evoluída de 2.000.000 de habitantes, localizada na região mais desenvolvida do Brasil.

A comunicação da telefonia móvel depende de torres das operadoras do serviço muito bem pago posto que inadequado para as populações mais distantes de serviços básicos. Isto está claro. Então não basta um oi ou olá, mas estar vivo na cobrança do custo benefício tim-tim por tim-tim.

Pelo noticiário da TV sabe-se de lugarejos onde se faz necessário subir no muro do quintal para comunicar-se via celular. Em várias outras localidades sobe-se, na escada, na laje ou numa árvore. Subir no sofá, alcançar-se a janela aberta do apartamento do nono andar é bem arriscado, mas por vezes, essencial.

Já que o técnico chamado a reativar o sinal do telefone fixo era da mesma operadora do telefone móvel, foi testada através de amostra estatística domiciliar, a viabilidade dos moradores daquelas alturas do prédio poder contar com DD, DDD ou DDI.

Compareceu ao endereço depois de insistentes solicitações efetuadas de dentro do carro nas longas horas de engarrafamento o mais competente, atencioso e educado dos funcionários. O diálogo a seguir foi se desenrolando:

_ Vim solucionar o problema de um telefone fixo que ora se encontra surdo mudo.

_Queira entrar, por favor. O aparelho em questão é o que está fixo na parede, ao lado do interfone a manter-nos em contato com o porteiro físico.

Passados alguns minutos:

_ Agora está funcionando conforme poderá constatar. Por favor, queira assinar para mim esta ordem de serviço realizado.

E depois de verificado e assinado, a solicitante delicadamente sugeriu ao técnico que diagnosticasse também seu “celular/fixo” na janela, ao que ele atendeu prontamente.
_É... realmente não dá sinal algum...

_Moço, não basta estar próximo da janela aberta com o celular ligado ao alcance do ouvido. É preciso estar com a cabeça pro lado de fora.

_Puxa! Todo este risco?

_Sim. Desta maneira, tentando contatos com meus clientes, já perdi...

_Chamadas?

_Não. Perdi alguns celulares esborrachados lá em baixo.

_O risco é maior que o benefício pelo que vejo. Já tentou o orelhão da esquina?

_Diversas vezes. Quando está inteiro até que me serve bem.

_Bem... agora entendo porque minha operadora recebe tantas reclamações, e é campeã de queixas no serviço de defesa do consumidor. Poderíamos resolver o caos assim: “desfixar” o telefone fixo da parede; botar este fixo no lixo (ou no “líquiço”). Fixar o telefone móvel na grade da janela, ao ar livre. Utilizar o orelhão da Padaria do outro lado da rua para evitar torcicolo conversando sentado no encosto do sofá com a cabeça para fora da janela. Aguardar chamadas pelo fone móvel “fixo na janela” respondendo monossilabicamente; responder torpedos (que teria que ser com ambas as mãos) através do batuque de um tambor de longo alcance seguro entre os joelhos evitando maiores danos no caso de queda do instrumento, e...

_ Esquecer a modernidade.

_ É isto!





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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

outubro 02, 2017

Jabuticaba, taking care of a bonsai.

 Curious and fun facts about Brazil


This tree is in located in the Serra Negra Farm Fanpage here.



Last weekend I was invited to see my neighbor's bonsais. For my surprise he has one jabuticaba tree (jabuticabeira) among many other beautiful plants. Each one was perfectly prune and placed in handcrafted pots.

Although he was very proud of showing me his beautiful "jabuticabeira", he couldn't stop talking about his frustration of not having seeing any flower or fruit since he bought it, 10 years ago.

So, as Brazilian who was born and raised in Minas - one of the states where you see the most jabuticabeiras in the country - I left his garden decided to help. I didn't have a jabuticabeira where I used to live, neither I know how to make bonsais. So, the best way for me to help him is finding a good Brazilian bonsai website where I could read more about this intriguing plant.

All that said, I spend a few hours to find reliable information to translate to my friend, and that's what I'll post in here today.

Buckle it up, and let's go!


This tree is in located in the Serra Negra Farm Fanpage here.

The basics about jabuticaba you might already know...

Note: Although the correct spelling is jabOticaba, the popular name you'll find more information is jabUticaba.

Transplant – annually
Minimum sunlight a day – 4 hours
When to start framing – Spring


How long (framing) – 2/3 months (easily makes scars from framing) 
Don’t like shallow pots, but it's fine with cold winds
Leaves are always green
Grow fast, loves heat

Max height (tree) 49 ft, it could live for 100 years

It’s a tree from Brazil (Sao Paulo and Minas Gerais states) - It has the sweetest fruits we know. They are small black balls and they grow attached to the trunk and branches. Its trunk has a beautiful peeling effect.


It's the end of Winter in Brazil (August/September) and the Jabuticabeira's trunk is full of white, delicate flowers.
Photo from my parents backyard in Minas Gerais you see better here.

Sunlight
The jabuticaba tree is sensitive to cold, and it has low grow in low temperatures.
We should protect it from the wind if the temperature is below 50F.
During spring we should let it get direct sunlight, usually before 10am or after 4pm. It can be done if you have a porch, or under other trees. Sunlight is a must for its flowers and fruits.

Water
There are two things we need to know before we water a jabuticaba bonsai: how and how often.
Watering a bonsai is watering all the soil that's inside the pot. Place water over the top of the surface until it begins to come out from under the holes in the pot.
During warm day one can also wet the crown and the branches.
The frequency will depend mainly on the size of the pot and the weather such as temperature and humidity of the air. Usually pots up to 11” in length and / or very shallow vessels should be watered every day when the air humidity is low and the temperature above 68° F.
Beware of extremes: On hot days (above 89° F) we recommend water twice a day. On very cold days (below 59° F) water every two days.
Pots larger than 11”, usually need less frequent water, but be very careful, usually a bonsai does not remain more than two days without water.
Trees in the general DO NOT like a lot of moisture on their roots. Therefore we should generally water the bonsai only when the potting soil is almost dry.
Our  "constant observation" of both the climate and the humidity of the earth is worth a lot. Checking the soil moisture can be done easily by touching the earth with your fingers.
Vaporization of the leaves is only necessary when the air humidity is low. In this situation it is convenient that we make a light vaporization only on the leaves preferably the shade with drinking water, at least three times a day. Another important function of Vaporization is when done on thin roots exposed in certain particular styles (example "Root Exposed", "Root on Stone" and others). It is also important in moss cultivation that, if used, should not occupy more than half the surface of the bonsai land, so that it can "breathe". Moss should be sprayed lightly about three times a day without the bonsai soil becoming moist.
From spring to autumn the growth of Jabuticaba tree is very intense and this makes the consumption of water in this period abundant. In winter consumption is moderate. Jabuticaba tree likes soggy soils, but only in summer. Constant humidity in the trunk and roots favors the appearance of fungi (White Powder), these can even cause their death if they are not treated. To avoid problems with high humidity, outside the summer, it is recommended to wet its soil only when it is already dry.

End of September, the beginning of the Brazilian Spring and we start see its fruits.
Yes, they are vivid green before they turn deep purple, almost black. When they are black, they are ready for you!
This tree is in located in the Serra Negra Farm Fanpage here.

Fertilizer
Plants feed on the nutritive salts they extract from the soil. As bonsai live in small pots, the tree can consume all the nutrients of the soil after a time, we will have to go replacing these nutrients with fertilizers. It is necessary to fertilize mainly in the times of great growth of the plants and this fertilization must be done without exaggeration. It is much better to fertilize in small amounts more frequently than to do so sporadically in large quantities. We recommend the use of products of excellent origin and with clear instructions of use.
For beginners we suggest a very simple fertilization using castor cake and bone meal, which are easily found in grocery stores. These can always be used separately every other month, ie if you use one in *January* (Brazil winter), I will use bone meal in March. So we will have 6 applications per year.
Always use recommended dosages. If there is no dosage indication for bonsai use half the recommended dose for small pots. Use only good quality products from specialized stores. Always follow a professional orientation.
In periods of growth (when it is sprouting a lot) it tolerates and requires some type of fertilizer. The most indicated fertilizers are the organic ones rich in Phosphorus (P), and can be liquid fertilizers by foliar route or solids in the earth. As a suggestion, choose trace amounts of N-P-K (Nitrogen - Phosphorus - Potassium) in the order of 04-14-08. Don’t forget the micro nutrients as (Ca {Calcium}, Mg {Magnesium}, S {Sulfur}, B {Boro}, Cl, Cu, Co, Fe, etc) are also required. Don’t use fertilizers within one month after transplant. Best times for fertilizing the Jabuticaba tree is spring. Never nurse diseased or newly transplanted plants. 
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Their suggestion of fertilization agenda for the Jabuticabeira:



Transplantation
Pot Transformation (Transplantation):  In the natural development of the trees the roots grow in search of water, air and food. The roots of a bonsai grow and can occupy the entire space of the pot, slowly expelling the soil that existed there. Therefore periodically we must reduce the root volume inside the vessel by pruning. In this same process we also take advantage of the fact that we can change part of the soil that no longer offers all the characteristics for a good development of the plant. Jabuticabeira needs a soil with good drainage. The recommended mixture is 40% sifted sand (2 to 5 mm) and 40% industrial soil conditioner and 20% refractory clay of good sifted origin (2 to 5 mm). In the exchange of land, prune at most 50% of the roots. Jabuticabeira soil must be changed annually or every two years, usually in early spring when it begins its intense budding. Never nurse diseased or newly transplanted plants. To get a detailed how to do the land exchange click on: Learn more about Transplantation.


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Pruning
Bonsai Art seeks, as inspiration, to seek forms existing in nature. This search takes us to a rich spectrum of textures, shapes and colors, making our hobby one of the most interesting and creative. The purpose of bonsai (vase tree) practice is not just to keep them alive and healthy, but increasingly beautiful. For this it is necessary to make regular pruning to maintain the form of "mini tree". Pruning is stylizing the formation of a tree. With the pruning, we eliminate the branches that leave the silhouette of the bonsai, branches defective, dry or unnecessary. For pruning we must use appropriate tools such as sharp scissors. For larger concave-cut pliers, they make clean, precise cuts and easy healing. When pruning wounds are large in size (larger than the size of a cigarette's diameter) it is convenient to cover them with sealing paste to ensure their perfect healing. You can use egg white or PVA ink.
Jabuticabeira pruning can be easily done with sharp scissors by cutting the twigs that leave the unwanted area of ​​the trunk or canopy, whose best shape is the shape of the triangular canopy. The most drastic Pruning should be done at the end of winter. The Jabuticabeira sprouts easily in old wood and it does very well there. Cleaning dried leaves is very important. Cutting new shoots that appear near new roots or branches are also desirable, they are in competition with existing larger branches. One can prune several times a year, but during winter to keep its original shape.




See the first post about jabuticaba below.



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Brazil: Tipping & Etiquette