"Garota eu vou pra Califórnia..." |
Gosto muito de viajar, e esse gosto teve início quando eu era criança e acompanhava mamãe em visita à mãe dela em Cruzeiro, estado de São Paulo. Íamos de trem de ferro, hoje conhecido como “Maria Fumaça”. A viagem era longa, cheia de novidades, quase uma aventura. O trem ia atravessando túneis, subindo e descendo a Mantiqueira de ricas paisagens. Parando nas estações do trajeto passageiros desciam, passageiros subiam, e também entravam alguns vendedores ambulantes oferecendo suas mercadorias: brinquedinhos para entreter as crianças; deliciosas frutas da serra; lanches e revistas.
Chegando ao destino, pegávamos condução para o endereço da vovó. Talvez minha mãe preferisse o Chevrolet 49 preto ali parado aguardando passageiro, mas eu sempre escolhia a novidade, que era a charrete puxada a cavalo. Daquela janelona, ia prestando atenção nas ruas planas, comércio, casario, gente e tudo mais. Viajar, para mim, era o mesmo que abrir um bom livro, e participar de tudo que me era oferecido!
Depois dos trens de ferro e de aço, chamado Expresso, viajei e continuo viajando de ônibus. Minha primeira oportunidade de viagem de avião foi muito depois, mas conhecer lugares longínquos, culturas diferentes, idiomas nem sempre compreendidos, foram experiências inesquecíveis.
Fui à Roma, não vi o Papa; apreciei de longe estações de esqui; experimentei altas temperaturas nas Américas; fotografei bastante aproveitando as novas tecnologias.
De tudo tirei proveito, guardando no coração.
Ainda pretendo dar a volta ao mundo, inspirada em filmes que vi no cinema da minha Terra Natal, aí sim, navegarei em mares nunca dantes navegados... pela minha pessoa!
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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