setembro 18, 2012

Mudança de Carreira

© Bellemedia | Dreamstime Stock Photos

“Siga seus sonhos” é a resposta que Ron Clark dá a seus alunos no filme que é baseado na vida desse professor americano. Pensando sobre suas aspirações, ele decide seguir seu próprio conselho e assim entra para a história trabalhando em uma escola no Harlem, o bairro negro de Nova Iorque.

Mas a decisão da mudança de carreira vai muito além de respostas românticas. O dilema é profundo e diz respeito a seguir o coração ou o bolso? Quando deve-se correr atrás de um sonho? Por quanto tempo deve-se insistir?

Na internet, encontra-se muito mais histórias de pessoas que mudaram radicalmente suas vidas. Quase ninguém fala daquelas que fizeram pequenas correções de rota na profissão. Mas ao mesmo tempo que os blogs mostram pessoas que seguiram a vocação com sucesso, a internet gerou tantas possibilidades que tudo ficou muito mais difícil. Nunca houve tantas opções, nem tantas dúvidas. Sendo assim, desista de respostas fáceis.

Algumas das melhores dicas do momento tem relação com a personalidade. Se a pessoa é criativa ou independente vai ter mais sucesso seguindo seu próprio caminho, ou seja, trabalhando em algo que possa se expressar mais livremente. Se lida bem com circunstâncias novas, vai ter menos problemas ao mudar de profissão. O mesmo vale para os mais flexíveis ou resilientes, eles tem mais chance de alcançar seus desejos seguindo uma intuição.

Ao contrário, uma pessoa com baixa tolerância deve recorrer a uma solução mais segura. Buscar algo próximo do seu desejo dentro da empresa atual. Pode também começar com uma consultoria ou terceirização. Deve realizar este sonho sem a preocupação de “fazer dinheiro”, como um passa-tempo ou voluntariado. Assim é possível sentir se o plano é viável e conquistar a confiança necessária para mudar de vez.
     
Lembrando que, nenhuma das sugestões acima torna fácil o começo de qualquer profissão. Ao que se sabe, a satisfação no trabalho tem mais a ver com a criatividade da pessoa, a autonomia e o domínio que ela tem da função. Um trabalho perfeito que pague o quanto você quer, não passa de um mito.

 * A História de Ron Clark, EUA, 2006.


Escrito por Isabela, publicado no blog R|R Gestão de Pessoas em setembro de 2012.

setembro 11, 2012

Mudar de emprego, será que é a hora? - parte 2

© Alex Kirichenko | Dreamstime Stock Photos

O sentimento de tristeza das noites de domingo indica que você está angustiado com o começo da semana. Este pode ser um alerta do seu corpo para quando as coisas não vão bem no trabalho. A dificuldade em acordar ou sair da cama nos dias de semana também é outro sinal. Fique atento a esses avisos e comece a pensar numa mudança profissional.

Mas antes de se inscrever em sites de vagas, faça uma revisão nas emoções relacionadas ao trabalho que faz hoje. Identifique o que te deixa insatisfeito ou infeliz. Por que fica irritado? Em que momento se sente bem? Quais são as tarefas que te dão prazer?

Algumas pessoas precisam de um bom clima organizacional para serem criativas, outras precisam de reconhecimento pelo que fazem. Para escolher bem é importante que você saiba quais as suas necessidades. Para alguns, esses fatores são tão importantes quanto o salário ou o cargo.
Se você já tem em vista uma empresa específica, comece perguntando por que está atraído em ir trabalhar lá? Depois pergunte às pessoas que são importantes para você o que elas pensam dessa empresa? Isso vai lhe ajudar com questões subjetivas como: sua auto-imagem e a ideia que seus amigos tem de você.

Procure saber sobre as metas, a missão e os valores da empresa; veja se seguem a mesma linha dos seus pensamentos. Se a meta da empresa vai contra seus valores, por exemplo, divulgar uma tradição regional por exemplo os rodeios, e você não concorda porque maltrata animais. Considere que trabalhando lá, você vai contribuir, no mínimo, para que isso continue existindo por muito mais tempo.
Lembre-se também de pontos específicos como os horários de trabalho, eles combinam com seu estilo de vida? Eles "emendam" os feriados? Ficam abertos até o último cliente vá embora? São flexíveis com horários de chegada ou deverá “passar o crachá” sem atrasos? Ainda sobre estilo pessoal, se você não suporta padronizações, pense bem antes de aceitar uma vaga onde terá de usar um uniforme, EPI (Equipamento de Proteção Individual), corte de cabelo ou maquiagem.

O ideal é conhecer as intalações da futura empresa. Se possível, vá até a cidade ou bairro e considere o trânsito em dias de semana na ida e na volta. Peça para ver o escritório e entre na sala onde vai ficar, veja como se sente. Conheça também os futuros colegas, converse com as pessoas do lugar, observe se sente empatia por eles e se fica à vontade ao lado deles.

Agora faça um exercício simples se projetando no futuro. Feche os olhos (sim, você deve fechar os olhos para ouvir seus sentimentos). Tente lembrar ou imaginar a empresa, o ambiente e tente se ver ali dentro. O que você está fazendo? Consegue ver outras pessoas com você? Como elas estão?

(pausa)

Agora veja como se sentiu depois da experiência. Bem? Conseguiu “se ver” na empresa? Conseguiu ver outras pessoas? Como elas estavam? Houve interação entre você e elas? Se você, conseguiu por alguns minutos fazer o exercício e ainda se divertiu... este parece ser um bom lugar para você trabalhar!
Não leu a 1a parte? Veja aqui.

Escrito por Isabela, publicado no blog R|R Gestão de Pessoas em setembro de 2012.

setembro 04, 2012

Mudar de emprego, será que é a hora? - parte 1

© Jyn Meyer | Dreamstime Stock Photos

As pessoas mudam de emprego por diversos motivos que vão desde o salário até os conflitos pessoais. Nos tempos de crise econômica, as empresas fazem os famosos “cortes de pessoal” e nessa hora não sobra muito mais que atualizar currículo, sites de contratação, se preparar para filas, salas de esperas e entrevistas.

Situações de desemprego estão sendo vivenciadas por muitas pessoas nos Estados Unidos, que tem hoje uma taxa de desemprego de 8,2%. Na Europa, a taxa já passou dos 10%2. Enquanto isso, o Brasil, vive tempos de economia crescente, com as menores taxas desde 2002, em maio ficou em 5,8%3. Na fase atual do país, onde se tem mais e melhores oportunidades em muitos setores, o que deve ser considerado para deixar uma empresa? Ou mudar de departamento? Será que vale a pena mudar de carreira?

A listagem de pontos à favor e contra ainda é muito eficaz quando se trata de decisões importantes, seja para mudança ou para a escolha entre duas ou mais vagas. Mas as pessoas mais racionais, como os engenheiros, vão gostar de saber que também podem usar uma fórmula para diminuir a ansiedade da dúvida.  No final de uma simples equação chega-se a um número que pretende minimizar os riscos de sair de um emprego ruim e ir para outro ainda pior.

A fórmula considera inicialmente 4 fatores principais: aprendizado ou o quanto pode aprender na função, a valorização pessoal, o salário com todos os benefícios e o potencial de crescimento. Primeiro pense no emprego atual e atribua valores de 1 a 10 para cada um desses fatores. Some todos os números, por exemplo 2 + 5 + 7 + 5 = 19. Esse resultado é a pontuação para o emprego atual. Agora faça o mesmo para novo emprego ou o cargo que tem em vista, 7 + 7 + 7 + 9 = 30.


Somente para o novo emprego, você ainda deve usar o resultado encontrado (30) e subtrair outros 2 fatores. A mudança, ou seja, a dificuldade que você tem para sair de onde está hoje e o medo de novidades. Por exemplo, 4 se você acha que terá pouca dificuldade para sair e 5 se tem pouco medo do desconhecido. Subtraia do resultado encontrado para o novo emprego (30) a mudança e o medo 30 - 4 - 5 = 21. Esse último resultado será o guia para a sua decisão.


Assim você tem 19 pontos para trabalho atual 21 pontos o novo emprego. Segundo Ben Michaelis4, quando o valor encontrado para o novo emprego é maior que o valor do emprego atual, você deve se preparar para uma mudança profissional.


Mas se você é do tipo sensorial, intuitivo ou do tipo que precisa ter um portfólio nas mãos para a entrevista... aguarde o próximo post.




Escrito por Isabela, publicado no blog R|R Gestão de Pessoas em agosto de 2012.