maio 29, 2017

3 livros 1 ideia, se alimente de plantas


Ano passado ouvi dizer que a medicina funcional seria o hit do verão. Bem, cá no hemisfério norte estamos na primavera, ou seja, acho que podemos falar do assunto.

Esse é um tipo de medicina que poucos médicos no Brasil praticam, mas que consiste em usar alimentos para prevenir e até mesmo curar doenças. A grande recomendação de uma dieta baseada em comidas não industrializadas, ou como chamam nos Estados Unidos, plated-based diets – dieta baseada em plantas em tradução livre.


Os médicos citados são Dr. Jeffrey Bland, o autor do livro Disease Delusion. Ele explica como uma dieta livre de industrializados pode ser recompensada mesmo em apensas 2 semanas. Outra médica é a Dra. Kelly Brogan e ela oferece uma alternativa sem remédios e sem glúten para depressivos. O livro que ela escreveu se chama A mind of your own. Outro médico citado é o Dr. Josh Axe e seu foco é nos microbiomas intestinais. O livro dele é Eat Dirt e fala de uma alimentação natural que nos reconecta com o planeta Terra.

Eu sei que os livros estão em inglês e eu ainda não li nenhum deles para estar recomendando, mas essa é basicamente a dieta que eu sigo e posso afirmar que funciona.

Neste caso, por onde devo começar?

O jeito simples e rápido é mudar uma das suas refeições principais. Isso já seria 33% da sua alimentação (=


Outros textos que podem te interessar:

O que comer numa dieta restrita tipo AIP, Protocolo Autoimune ou Paleo


Suas alergias alimentares estão te engordando! parte 1

30 dias na dieta AIP, Protocolo Autoimune

maio 26, 2017

Correio eletrônico

Por Elisabeth Santos

A viúva foi confidenciar com a melhor amiga sobre uma mensagem recebida pelo computador. O remetente era o falecido. Ambas assustadas procuraram analisar a luz da razão: poderia ser alguém utilizando o endereço eletrônico daquele, que partiu para o andar de cima há um ano, mas isto seria ilegal. E se fosse uma brincadeira, seria desrespeitosa com o morto. As amigas não faziam ideia de quem poderia ter tamanho mau gosto! Ainda mais que a memória do computador havia sido descarregada e a utilização de contas, no nome do extinto usuário canceladas.

Por fim a destinatária do email decidiu telefonar para todas amigas, para ouvir outras possibilidades. Alguém falou na hipótese de existir, na mesma rede social outra pessoa, com o mesmo nome do seu marido.

A seguinte a receber o telefonema sugeriu uma falha técnica; houve quem falasse de vírus, e a última... Afirmou com todas as letras que aquilo só poderia mesmo ter vindo... do além! E teve curiosidade sobre o título da mensagem eletrônica. Não tinha!

Então quis saber o assunto tim tim por tim tim.

E era sem assunto!

Estas lacunas fortaleceram sua ideia, do remetente ser mesmo o falecido.

E a viúva, um tanto desanimada com tantas incertezas, segurou-se naquela tábua de salvação, elucidativa do que poderia estar acontecendo.

E ouviu o seguinte: seu marido sentia muito sua falta, e a queria ao seu lado. O melhor seria não responder a carta eletrônica, para que ele desistisse daquela sinistra ideia. Assim sendo, sem a possibilidade de encontra-la, desistiria.

Afinal, no dia do casamento ambos ouviram do celebrante:

_ Até que a morte os separe! – portanto o contrato ia só até ali mesmo.



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

maio 22, 2017

Brazil: Tipping & Etiquette

Grilled veggies and meat at America restaurant in Sao Paulo.

I was reading this traveler article about tipping & etiquette in Brazil and I came across with a few misunderstandings I would like to address here.

Tipping is the subject and they say: "Tipping in Brazil is typically not expected nor given."
This statement is not accurate if not wrong. At some places, a tip must be given. For example, at restaurants, bars, diners, self-services, nightclubs, casual Brazilian "lanchonetes" and pubs. Other places a tip is is pretty much expected, they are hair and nail salons, but I won't talk about them today.
The website goes like this: "At almost all restaurants and bars, a standard "serviço" service fee of 10% is included as a line item at the end of the "conta" or bill. This fee is not compulsory, even though it may seem so."
This is very wrong!

The etiquette says you may tip at all places where they serve you food. Which means if the food was brought to you by a waitress, waiter, or hand given to you from anyone who works at any place where they serve food, you need to pay 10% tip. It's very, very, very rude not to pay this 10% fee. Even when the service isn't perfect nor amazing you'll see Brazilians paying it. Why wouldn't you? More important, you don't want to be those ugly Americans on vacation in Latin America, right?

On the self-services restaurants where the workers only bring you drinks or desert, you still need to pay the 10%. It's not because they didn't bring you the main course, but because they served you either drinks or desert, also known as food. You might see 10% added to the bill,  but you also can leave some cash/coins on the table for it. It's not 15%, not 20%, it's 10%, and 95% of the times is in the last line on the bill "conta" for a reason. It's there for you to pay it!

* You should always check if they didn't include more beers, but this is also for another post.

How does it work? The 10% service fee that comes from each customer goes to a fish bowl which is shared at the end of the day (or week) with all waitresses, waiters and table helpers and cleaners. Brazil is not like the US where the tip goes to a person who worked on your table. You should notice how socialist Brazil is, and this part of the "even if you suck you still get a compensation".

Ok, let's say you didn't plan well for your vacation and you don't want to pay for it. Then, follow these steps:

1. Ask to talk to the "maitre", a French word for the restaurant's manager.

2. Explain with details what is wrong with your order.

3. Wait a few seconds for an apology, compensation or similar. 

4. If they don't offer a solution or anything close to that then you say why you wouldn't pay the 10% service fee.

After all, let me know how this works out for you.

Another day at America!


See the original article is here.

maio 19, 2017

Linha Branca

Por Elisabeth Santos
A linha branca de uma casa.

É interessante como a linguagem muda; como as denominações são renovadas; a capacidade de reinvenção faz surgir a cada dia novas/velhas maneiras de se dizer a mesmice.

E quem não está atento a essa mobilidade acaba ficando “tão por fora quanto arco de barril”.

Exemplificando falemos de “linha branca”, que é o termo usado para designar os componentes da copa, cozinha e área de serviço. Não vem ao caso, se a geladeira é azul, se o fogão é vermelho, ou a máquina de lavar roupas é preta. Estes e mais outros... pertencem à “linha branca” de uso doméstico.

A cada dia constata-se um “encompridamento” da tal linha branca: forno de micro ondas, lavadora de pratos, secadora de roupas respondem “presente” na extensa lista de chamada.

A indústria fornece, a loja oferece, o bolso padece, o cliente engrandece, o operário agradece e o consumismo... enlouquece!

Sem fim a lista das possibilidades da “linha branca”, que também segue tendências, acompanha a moda e vai ziguezagueando por outros cômodos residenciais.




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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

maio 15, 2017

Riqueza, Pobreza e Políticas; a perspectiva internacional de Thomas Sowell.

Wealth, Poverty and Politics, an international perspective.

Ganhei esse livrão do Mestre Thomas Sowell ano passado, 2016 e logo depois disso ele anunciou que ia se aposentar. Como ele mesmo disse, "Não me perguntem, por que me aposentar agora? Pensem que, só agora, aos 86 anos, estou me aposentando."

Eu já havia lido outros livros dele, sendo que o primeiro foi a autobiografia, o outro está aquiRecomendo todos eles, bem como a página de fotografias. Sim, Sowell é também um ótimo fotógrafo (veja aqui). Para quem nunca leu nada dele, Thomas tem um jeito simples de falar sobre assuntos complexos. Ele escreve sobre economia sem usar gráficos complicados. Isso é bom para a minha vivência de designer que estudou artes e psicologia, apesar de que não me incomodaria em ver algumas tabelas. (=

Aviso importante: não sei se vou fazer o resumão do livro todo, pode ser que pare por aqui. Vou primeiro ver como anda a carruagem.

Capítulo 1 - Problemas

Hoje ficamos incomodados com a desigualdade entre países, mas nos esquecemos que elas são comuns desde milênios. O assunto vai muito além do fator riqueza. Considere que na antiguidade, os gregos já possuíam a escrita, a geometria, a arquitetura, a política, a filosofia de Platão e Aristóteles; a Inglaterra era um terra sem um prédio sequer e ainda por cima habitada por analfabetos. Em compensação, os britânicos do século 19 eram muito mais avançados do que os gregos nesta época.

Por muitos anos os chineses estavam à frente de qualquer europeu. Eles tinham inventado o compasso, o papel, a impressão, a escrita, sem contar a porcelana, a panela de ferro, os navios e as grandes navegações. Vemos que depois a situação se inverteu. 

A agricultura chegou a Europa pelo Oriente Médio e atingiu primeiro a Grécia trazendo com ela as benesses da urbanização. Ou seja, a geografia é uma dos fatores de influência na riqueza de um país.

Regiões montanhosas desencorajam o desenvolvimento deixando essas localidades pobres e atrasadas. O fato foi  repetidamente observado  anos antes da revolução dos transportes em diferentes países, das montanhas apalachianas nos USA à cordilheira do Himalaia.

Então a geografia é uma das características a ser considerada na desigualdade e as montanhas são apenas uma parte da geografia. Independente disso, o isolamento cultural ou físico são padrões verificados na pobreza bem como no atraso cultural.

Desigualdade de renda é comum também entre países de uma mesma região como na Europa, com a Suíça e Portugal de hoje em dia. Ainda que as pessoas se revoltem com isso, não há um único fator que possa ser apontado como culpado por tais diferenças. Mesmo que você se sensibilize e esperneie por causa dessa situação, não há nada que possa fazer para mudar essa dura realidade.

Ninguém aqui está negando o fato dos espanhóis terem brutalmente colonizado o continente americano, sugando por anos a produção dos países e dos povos indígenas que ali viviam. Entretanto a pergunta aqui é: em que extensão esta transferência de riqueza das colônias contribui para a riqueza da Espanha hoje em dia?

Veja que a Espanha é um dos países mais pobres da Europa. Enquanto isso, Suíça e Noruega, que nunca tiveram colônias, são hoje as nações mais ricas do continente. Então o ouro que inundou a península ibérica naquela época foi gasto com futilidades ao invés de investimentos na economia ou na população.

Nos anos 1800 um negro americano, que havia deixado há pouco mais de 50 anos a vida de escravo, já era letrado. Enquanto que, na mesma época os espanhóis ainda tinham uma taxa de analfabetismo bem alta. Pelos anos de 1900, um negro americano de baixa renda ganhava um pouco mais que um espanhol. Ou seja, a riqueza não fez muita diferença para essa situação.


"Questões morais não podem ser confundidas com questões causais e também não devem ser combinadas para facilitar entendimento delas."

A diferença econômica é um dos aspectos da desigualdade, mas há uma tendência a se achar que a diferença econômica encontrada dentro de um país é a causa da desigualdade. Se isso fosse verdade o governo podia fazer com que todos ficassem ricos somente imprimindo mais dinheiro. Pensando assim, alguns acreditam que o governo pode simplesmente redistribuir a riqueza repartindo a renda, ou seja, fazendo justiça aos injustiçados.

Algumas instituições e a mídia falam como se riqueza ou renda surgissem do nada deixando de lado a pergunta fundamental, e verdadeiramente interessante. Como a riqueza é distribuída?

Uma das respostas citadas por Sowell foi dada pelo economista americano Henry George. Quer sejam povos, regiões ou nações, o problema da pobreza não é distribuição, mas sim porquê esses povos não produzem o suficiente. Porém essa visão é atípica, principalmente para aqueles que já tem uma interpretação na ponta da língua e uma agenda atrelada a essa explicação.

A missão de Sowell neste livro é mostrar as diferenças de produção dos diversos protagonistas econômicos do mundo e ele vai fazer isso nas 424 páginas da edição revisada e aumentada. (Detalhe: Thomas Sowell é um autor que sistematicamente revisava suas publicações.)

É fundamental para a leitura do livro entender que determinismo não é a mesma coisa que influência. Lembrando que ambos interagem entre si enquanto também interagem com outros fatores.

O exemplo que demonstra um erro comum de determinismo é dizer que regiões ricas geram países ricos. Esse argumento não é verdadeiro e pode ser facilmente rebatido com exemplos como Venezuela e Nigéria, Japão e Suiça. Os dois primeiros países estão situados em regiões com recursos naturais capazes de garantir a riqueza de todos os habitantes do país. Enquanto isso, Japão e Suiça são basicamente desprovidos desse tipo de recursos. (Eu diria que Sowell não conheceu suficientemente o Brasil, esse país rico pra c@ráio onde os políticos fazem sua população viver na M.)

Outros fatores que influenciam e afetam a riqueza podem ser: os rios, o acesso ao oceano, as terras, as riquezas minerais, o clima, a localização geográfica no continente, a genética dos habitantes da região, a cultura, o Q.I. da população, a política, dentre outros fatores. Tudo isso influencia, mas não determina e Sowell detalha cada um desses pontos no decorrer dos 6 capítulos do livro.

Segundo ele, sempre que você falar somente de um fator vai reduzir e simplificar um problema que é muito complexo. Existe sempre uma grande variedade de fatores envolvidos em cada uma das regiões e países a serem considerados. Alguns analistas falham quando deixam de lado os fatores que fizeram, por exemplo os Estados Unidos e o Canadá prosperarem. Lembrando que eles foram colônias britânicas, bem como Serra Leoa e Nigéria. Ambas hoje tem 70% da população vivendo abaixo da linha de pobreza.

Em menos de meio século, algumas nações deixaram de serem atrasadas e pobres, apesar da  manutenção da genética de seu povo. O que mudou então? A resposta é: a cultura!

A correlação e a causa também são dois pontos que devem ser diferenciados. Entender a relação entre as influências é fundamental para a leitura deste livro. Então ele termina o capítulo com a frase abaixo.

"É melhor estar quase certo do que totalmente errado."


Outros textos interessantes para você.

O guia prático do senso comum de economia por Thomas Sowell.

maio 12, 2017

Imaginação e Realidade

Por Elisabeth Santos
O registro do fim de tarde da Beth.

Nem sempre a mentira é intencional. Idosos, por exemplo, vão contar um episódio passado, e citam fatos ocorridos em outro contexto. É um probleminha da memória desgastada pelo tempo.

Passado disso, não sendo decorrente de alguma doença, ao contar detalhadamente um causo, a imaginação sim, poderá estar agindo... a todo vapor. A vapor como os trens de ferro, quem sabe fora dos trilhos, se isto fosse possível.

Juca Pinduca começava suas histórias assim:

_ Na escuridão das ruas do povoado, à meia noite passava o lobisomem da corrente. Os moradores fechavam as janelas, sondavam pela fresta e nada viam. Escutavam, e se arrepiavam, com o barulho do metal se arrastando nas pedras do calçamento. Lá adiante, numa esquina, a “coisa” soltava um uivo, e sumia sem deixar rastro!

_ Quando na pensão que eu morava apagavam-se as luzes do corredor, ouvia-se um subir dos degraus da escada, muito estranho: ti, ti, tum; ti, ti, tum; ti, ti, tum... Era uma ratazana velha com uma deformidade na ponta do rabo. Decerto que ela queria alcançar o forro da casa, e se transformar em morcego como seus ancestrais. Morcegos não passam de ratos, que a partir de certo tempo criam asas.

_ Lembro-me certa feita, que indo buscar peixe pro almoço, o açude estava tão cheio, que preferi abrir o guarda sol e encher ele de tilápia.

_ Estou recordando do episódio da sucuri nadando no rio. Primeiro ela deixava o veneno dos seus dentes pontiagudos numa folha da margem pra vir depois buscar. Nunca errava a folha da árvore!

_ Uma vez, numa caçada à onça nas terras do patrão, ela abriu a bocarra e acertei o tiro na sua goela. Quando ela caiu, percebi haver acertado duas! Bem que desconfiei do baque depois de atirar. Quem mandou andar em dupla, né?

_ Não tem erro não, gente: se a coruja piar alguém ali vai morrer!


_ Se ela não piar... é porque morreu!


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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

maio 05, 2017

Peruca

A peruca da menina.
Por Elisabeth Santos

A menina não gostava de pentear cabelo, e a vovó materna dizia que ela “brigou com o pente”. Então a criança virou: “A menina que brigou com o pente”.

Para livrá-la daquele apelido horroroso, a outra avó fez à sua netinha a seguinte proposta:

_ Querida, você passa o pente nos cabelos todos os dias, e os fios que forem caindo, guarde-os nas páginas desse livro aqui.

E entregou à neta um dos livros que compunha a pequena estante ao lado da sua cama.

A garotinha achou interessante, pois a vovó paterna completava assim a proposta:

_ Quando tiver um tanto bom de fios de cabelo, nós duas teceremos uma peruca.

Passados uns tempos, neta e avó, começaram a trançar os fios. Atentas à delicada tarefa perceberam o aparecimento de letrinhas na trança de cabelos naturais. Com certeza vinham daquele livro donde ficaram comportadamente esticadas. As duas nem deram muita confiança...

O objetivo foi alcançado. Isto era o que importava, porque a criança cresceu sempre cuidadosa com seus lindos cabelos.

Um dia apareceu, à porta da casa da família, alguém recolhendo cabelos para as perucas a serem doadas aos doentes que sofriam de perda de cabelo.

A avó olhou para a neta. A neta entendeu a mensagem, e foi correndo buscar a caixa com a trança.

O final é fácil adivinhar, já que esta é uma história do BEM.

Naqueles fios de cabelo, as letrinhas unidas escreviam a seguinte frase:

“Até de ideia meio maluca, pode surgir meia peruca”!



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

maio 01, 2017

Por que os americanos acham que os brasileiros são ricos?

Os americanos que conheço e já visitaram o Brasil ouvem falar dos absurdos que vivemos no país e dizem:

_ Vocês brasileiros são ricos!

Eu confesso que ficava indignada. Não somos ricos e não estamos melhorando nesse quesito. Também levei muito tempo para entender essa conclusão deles. Então um dia eu perguntei e essa foi a justificativa de alguns para a tal conclusão.

_ Um americano não pagaria impostos altos como pagamos no Brasil. Aqui o imposto mais alto é aplicado nos estados ricos 8%, mas em estados mais pobres é 6%.

_ Vocês brasileiros não reclamam, não protestam, não se rebelam, não fazem abaixo assinado... nada!

_ Vocês não sabem quanto pagam porque não está discriminada em todas as notas fiscais. 

_ Vocês convivem com esse roubo numa boa, ou pelo menos passam essa impressão.

Em partes o que eles me falam é verdadeiro. Ainda que, vez por outra, o povo esteja na rua tentando conseguir se livrar dessa mazela coletiva.

Pense rápido. Quem está lançando tendência e quem está mendigando?

O brasileiro é um sem-teto posando de estiloso.