setembro 17, 2018

Convivendo com um passivo-agressivo, o livro, capítulo 3

Atendendo a pedidos, cá estou eu dando continuidade ao resumão do livro do Dr. Scott no qual ele combina experiências de consultório, de amigos e observações sociais sobre a convivência com um passivo-agressivo.

- O seu nome é Dave?
- Sim! Meu nome É Dave!
Obrigado pelas BEBIDAS GRÁTIS!
Daves pela vida!!!

Lembrando que nada substitui a leitura do livro do próprio autor. Esse texto tem a intenção de ser a base introdutória para um assunto complexo que merece ser relido várias vezes durante o longo e duro processo de amadurecimento.


Quem cai no conto do homem passivo-agreesivo?

O autor começa o capítulo jogando uma batata quente no seu colo... E essa batata vai te deixar um pouco irritada, aviso. Se no capítulo anterior ele falou como você pode contribuir como passivo-agressivo, consciente ou não. Agora  ele vai focar em como você se apresenta para um cara desse tipo.

Ela se pergunta "Isso tudo é minha culpa? Eu falei ou fiz alguma coisas para provocar essa resposta?" ele responde: "Talvez sim." Porque todo relacionamento tem duas pessoas e a sua atuação é tão importante quanto a dele. Ele exercita o poder sobre você e geralmente consegue o efeito desejado. Não somente quando você é assertiva ou submissa, mas nas pequenas dicas que você dá.

Se você está lendo esse livro, afirma o autor, é porque tem problemas nesse relacionamento e o jeito mais fácil - por estar no seu controle - de mudar as coisas é mudar a si mesma. Auto conhecimento ajudará você a ver com exatidão quando se permite ficar num relacionamento que é insatisfatório ou que te restringe. Antes de mais nada verifique seu medo de abandono, ou separação.

A questão (estar com ele) parece um bom negócio quando você precisa preencher esse vazio, ainda que perdendo sua segurança. Afinal esse tipo, o passivo-agressivo não irá te rejeitar diretamente. Entretanto, esse preço pode ser um pouco alto de se pagar até que você esteja pronta para a mudança.

Algumas personalidades tendem a: vítima, salvadora e autoritáriaamos. Vejamos em qual delas você se encaixa.


A vítima

É o tipo que está sempre se desculpando por ter demandas ou necessidades. Ela pensa, com triste aceitação que é "melhor estar com ele do que ficar sozinha" ou "foi o que eu consegui para mim". Entram no relacionamento com esperança de ele melhore e sentem-se segura por serem amadas embora não tenham tanta intimidade com ele. 

A vítima, em geral se doa muito, mas para pessoas que nunca vão poder retribuir. Um dos exemplos é de uma paciente que estava noiva do cantor que nunca havia sequer composto uma música para ela. O rapaz chamado George fazia com que ela não se sentisse adequada para ele, nem mesmo se sentisse amada.

De fato Jane sabia que o tal relacionamento se parecia muito com o que havia tido com sua mãe. Para ela, o amor era facilmente associado com subtração, humilhação, promessas vazias e palavras não ditas. Ela cresceu sem saber como pedir as coisas que queria, afinal privação era o menu de todo dia. A ajuda veio em forma de reconhecimento de padrões de comportamento, do tipo: cancelar um encontro 10 minutos antes do horário, ou brigar sempre antes de irem dormir.

Jane aprendeu que abuso não é amor, mas amor pode ser usado como arma para abusarem dela. Que ela estava se humilhando por migalhas para estar ao lado de alguém que não dava a mínima para ela.


A autoritária

Algumas mulheres que se envolvem com homens passivo-agressivos gostariam que os homens se sentissem confortáveis para falar honestamente. Entretanto, autor percebeu que isso nem sempre é verdade, pois a autoritária não aceita um não como resposta. 

Pode até ser que o passivo-agressivo inicialmente desejasse expressar seus sentimentos, mas então ele é interrompido por uma desaprovação. Mais tarde ele não falará e ninguém será capaz de tirar palavras de sua boca. Afinal para a autoritária o mais importante é conseguir as coisas do jeito que ela quer.

No exemplo do Dr. Scott, Andreia mais se parece como uma chefe do que a esposa de Frank. Há tempos ela se recusa a ouvir o que ele tem a dizer e o destrata na frente de amigos. Ela está insatisfeita no trabalho e também no amor, sendo assim, desconta sua raiva no marido passivo-agressivo. Com receio de não poder recusar um pedido de sua esposa, ele não mais responde, vira de costas e sai andando. Atualmente a conversa não existe entre os dois, ele dorme na sala controlando a situação sexual do casal.

A primeira dica para resolver este caso é entender o próprio desejo de controle. Saber que a pessoa que está livre para falar também é livre para ir embora. Igualmente, é preciso aprender a receber um não como resposta, saber ser rejeitada. Lembre-se que o passivo-agressivo não tem nenhum medo de dizer não quando tudo o que você queria era ouvir um sim.


A salvadora

Existe uma tensão entre a mulher do tipo salvadora e o passivo-agressivo. Ela é a "mulher por trás de um homem de sucesso", a base e aquela que vai resgatá-lo. Ainda que baseada em motivos altruístas ela o superprotege transformando o relacionamento  (pessoal ou de trabalho) em algo maternal. Agindo como a "mamãe" dele você valida as tendências auto destrutivas dele - seja por algum vício, ou ainda pela incompetência social de se fixar num trabalho.

Mark e Rita se davam muito bem, mas recentemente ela tem reclamado da passividade-agressiva do marido. Entre outras coisas, ela notou que ele faz com ela seja vista como a "bruxa má" perante os amigos do casal. Ela é definitivamente a extrovertida, enquanto ele é o tipo que perde a estação do metrô indo parar no bairro perigoso da cidade por puro descuido.

Ao se sentir incompetente, na verdade
o homem não está muito longe de ser impotente.


Dr. Scott percebe que Rita está focada somente nas dificuldades do marido. Ela se esquece que ela também participa do distanciamento do casal. É preciso lembrá-la que antes de qualquer coisa, ele está sempre ao lado dela a acalmando. 

Todas as vezes que você age como uma figura de autoridade perante um passivo-agressivo, você assume uma responsabilidade que é dele e o estimula a ser dependente. Em doses homeopáticas você contribui para o tal comportamento. Neste caso, a dica prática do autor é: não conserte a pia que ele prometeu consertar, nem ligue para o encanador. Se fizer isso ele vai entender que você é a dominadora se ofendendo pelo seu poder. A resposta dele será a rejeição reforçando em você a ideia de que você não é boa o suficiente para ele. 

Como você já deve ter entendido, o passivo-agressivo é vulnerável e desajeitado com as mulheres. Quanto mais rápido você se reconhecer em um dos três estereótipos citados nesse capítulo melhor vai entender porque atraiu esse tipo para sua vida. Ironicamente, o passivo-agressivo também te protege da ansiedade de mudar.

Força! Agora você tem uma grande chance de parar isso que está te machucando e construir um ótimo relacionamento, no futuro.

***


O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D. Em tradução livre Vivendo com o homem passivo-agressivo; Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Encoberta - da Cama à Sala de Reuniões. Autor: Scott Wetzler, Phd., New York, 1992.

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