outubro 15, 2018

Convivendo com um passivo-agressivo, o livro, capítulo 5.2


Atendendo a pedidos, cá estou eu dando continuidade ao resumão do livro do Dr. Scott no qual ele combina experiências de consultório, de amigos e observações sociais sobre a convivência com um passivo-agressivo.

Lembrando que nada substitui a leitura do livro do próprio autor. Esse texto tem a intenção de ser a base introdutória para um assunto complexo que merece ser relido várias vezes durante o longo e duro processo de amadurecimento.


Eu sei que eu posso ser passiva-agressiva, mas você devia agradecer que passivo existe.

Falta de iniciativa


Quando colocado em check (mate) o homem mais passivo, dentre os passivos-agressivos, vai esperar que outros resolvam os problemas dele, ou que a coisa mude de figura por si só, ou que alguém que o resgate. Porque afinal de contas ele acredita que forças externas mudam as coisas. Nesse momento você vai ignorar os problemas fundamentais de personalidade e o socorrer, ou lhe dar estrutura para resolver a situação.

As mulheres do tipo salvadoras são especialmente atraídas por ele. Todavia seus esforços passarão desapercebidos perto das queixas e do intencional negativismo dele. Com tal, ele consegue usar a sua energia contra você.

Falta de iniciativa também indica outra objeção pela dependência e revela a preferência pelo conforto do status quo. O passivo-agressivo está sempre com um pé dentro e outro pé fora da relação. Assim sendo, ele nunca deixa o *relacionamento, não importando o quão incômodo ele se torne.

Porém, numa eventual retirada, ele vai fazer você ser a responsável pela falência do relacionamento. O que dará a ele a oportunidade de se vitimizar e de você se sentir culpada por deixá-lo.

A paciente do Dr. Scott resolveu investir no negócio do irmão que tem um fraco senso de prioridades e gerenciamento, ele não confia nos empregados. Ela conta que Jorge tem amigos mais inteligentes que ele, mas não pede ajuda e se pede, não as usa. O rapaz arruma várias desculpas para o fracasso, às vezes é o mercado, outras vezes é porque seu negócio é diferente de todos os outros, ou porque as pessoas cobram demais dele.


Pecado da omissão

paradoxo da dependência (passividade) e hostilidade (agressão) trazidos à tona pelos pecados da omissão de quando ele se recusa a te dar o que você precisa ou quer. Seja afeição, empréstimo, atenção, assistência, você verá o viés dele, mas essa é a real manifestação de raiva.

Ele resiste a você, te rejeita e você nem sabe o porquê. Ele te deixa do lado de fora no frio e sem alimento e com seus sentimentos machucados.

O passivo-agressivo vai te desapontar, ponto final. Ele é do tipo que está sempre uma hora atrasado, um real negativo ou a um quarteirão de distância*. Ele prometeu te ajudar na mudança, mas ele te falou que tem problema nas costas e por isso não pode te ajudar. - A palavra-chave aqui é prometeu.


Eu queria poder, mas eu não quero.
- Comprei essa camiseta em homenagem aos meus queridos PA.

A agressividade do namorado da Laura é escorregadia e ele a faz pensar que ela foi mal tratada por causa de algo que ela fez. Frequentemente ele "esquece" das tarefas diárias, mas quando confrontado ele vira as costas e não responde. Ela lembra que é falta de educação dar as costas quando outra pessoa está falando com você - uma criança educada sabe disso. "Eu não respondo porque você diz coisas absurdas." O Dr. explica que é um direito dela ficar com raiva quando foi desapontada.


Encontrando o equilíbrio

A pergunta que vale um milhão de dólares é: "como fazer ele mudar depois de tantos anos seguindo o mesmo padrão?" E a resposta é: encontrando o equilíbrio entre dar a ele uma noção de poder, independência e escolhas na vida ao mesmo tempo que o ajuda nos momentos em que ele se sente fraco e dependente. Quer seja em casa ou no trabalho, as consequências de cada decisão devem ser avaliadas por ele - talvez com sua ajuda.

Um jeito prático de fazer isso é lembrá-lo que ele tem escolhas - às vezes muitas - e que você não o está forçando a fazer algo. Ele já é um homem e deve ser responsável por sua vida, suas capacidades de sucesso e intimidade. Lembre-se também que não importa o quanto ele é despreparado, você não é a mãe dele! Não caia nessa armadilha, por favor.

Tomar decisões por ele só fazem ele jogar mais frustração sobre você. O melhor jeito então é devolver a responsabilidade para ele. No caso de Laura ela o lembra que ele vira as costas sem responder porque quer e que isso não tem nada a ver com ela. Outras pessoas conversam para chegarem num ponto comum, ou até decidirem por algo que é menos pior para ambos.

Diga coisas como: "se você se sente tão seguro a respeito disso (negócio, cinema, investimento) você deve decidir". Ele vai desanimar, atrasar a entrega, demorar a responder para testar a sua paciência, mas não há um atalho para a solucionar esse problema.

SE você tende a ser a gerentona, deixe ele resolver as coisas. Quanto mais decisões ele tomar sozinho, menos passivo-agressivo ele será.

No próximo capítulo ele vai falar da agressividade.

*Minha livre tradução de "an hour late, a dollar short or a block away."

***




O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D. Em tradução livre Vivendo com o homem passivo-agressivo; Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Encoberta - da Cama à Sala de Reuniões. Autor: Scott Wetzler, Phd.

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