outubro 08, 2018

Convivendo com um passivo-agressivo, o livro, capítulo 5.1

Atendendo a pedidos, cá estou eu dando continuidade ao resumão do livro do Dr. Scott no qual ele combina experiências de consultório, de amigos e observações sociais sobre a convivência com um passivo-agressivo.

Lembrando que nada substitui a leitura do livro do próprio autor. Esse texto tem a intenção de ser a base introdutória para um assunto complexo que merece ser relido várias vezes durante o longo e duro processo de amadurecimento.


Passivo-agressivo (adj)
1. Ser ou indicar ou demonstrar um comportamento caracterizado por expressões de sentimentos negativos, ressentimento e agressividade de maneira não acertiva - através de procrastinação e inflexibilidade.
2. Alguém fingir que está "pouco se fudendo" quando, na verdade, está se fudendo, e muito.

Subindo na esteira da dependência


O autor conta uma história antiga sobre um velho que durante uma tempestade viu uma árvore cair sobre sua calçada. Ele então decide pegar emprestada a serra do vizinho para cortar o tronco em pedaços. Pelo caminho ele segue ruminando. "Afinal de contas o cara pode achar que eu não devolverei a ferramenta, vai pensar que eu vou quebrar o equipamento. Ele não me conhece. Que tipo de pessoa esse sujeito pensa que ele é?"

Logo a elucubração toma conta da cabeça dele. Agora, indignado, ele tem certeza que o vizinho não emprestará a serra. Chegando à casa do vizinho ele bate na porta com violência. Ao abrir a porta o velho grita: "Tá bom, pode ficar com a sua porcaria de serra!"

Moral da história: O passivo-agressivo tem medo de ser dependente e se atordoa com o quão submisso ele pode ser. De qualquer maneira, ele tem raiva disso tudo.


Um olhar detalhado sobre a dependência

A dependência é uma característica inerente ao ser humano. Detalhadamente o autor descreve a relação de dependência do filhote humano, e o compara aos outros animais. 

Quando a criança aceita a diferença entre o "eu"
o "não eu" ela aprende a cuidar de si mesma.

A independência de um adulto para com seus pais, irmãos e cuidadores, mostra o quão maduro ele é para lidar com as tensões e os conflitos de separação e individualização. Entretanto, o passivo-agressivo se sente do fraco, inseguro e amedrontado, quer ele tenha 4 ou 40 anos. Pior que isso, ele se sente incompetente e carente.

conflito atinge em cheio o passivo-agressivo porque ele não consegue aceitar o que Scott chama de dependência mútua. Para ele, quando aceitamos essa condição humana conseguimos nos livrar da solidão, conquistamos parceiros mais generosos que, voluntariamente irão nos complementar.

Um pouco menos saudável, o passivo-agressivo faz de tudo para não se sentir fraco. Ao demonstrar carência ele acredita que outros vão tirar vantagem dele. O antídoto aqui não é ser mais independente, mas aceitar a dependência como algo natural.


O dilema da dependência

Se existe alguém que te coloca automaticamente - mesmo que não consciente - como uma figura de autoridade esse é o passivo-agressivo. Do mesmo modo ele, automaticamente se coloca numa posição abaixo, sem poder e dependente. Se sentindo inferior e com raiva a sua passividade-agressiva será reforçada.

O que ele vai fazer então? Encenar para ganhar poder e procrastinar por meses. Ou destruir que estiver por perto. Falar meias verdades ou mentir de vez em quando para se certificar de que você não terá a informação que precisa, ou ainda, irá se proteger contra o compromisso do relacionamento. *Veja a referência abaixo.

Ele acredita que está cercado de pessoas mais fortes que controlam o meio em que ele vive como se fosse uma criança.  Não importa o que ele faça, os outros não o protegerão nem darão o que ele precisa. Qualquer lembrança de que ele não está certo o lembrará de: ou você ou ele controlam a situação, nunca os dois!

Não se iluda, ao mesmo tempo que ele se rebela contra você, ele te coloca no poder antes de tudo. Ele pode brigar contra um adversário (você) para no final te vencer pela passividade-agressiva. "Aha, peguei você!" é o tipo da coisa da qual ele gosta. 


O passivo-agressivo se conhece através do que
os outros falam dele ao passo que se pergunta
"Quem você é para me dizer quem eu sou?" 

***



O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D. Em tradução livre Vivendo com o homem passivo-agressivo; Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Encoberta - da Cama à Sala de Reuniões. Autor: Scott Wetzler, Phd.

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