novembro 09, 2016

Suas alergias alimentares estão te engordando! parte 1

Esse é mais ou menos o título do livro que acabei de ler, em tradução livre seria Suas alergias alimentares ocultas estão te engordando - Como perder peso e ganhar anos de vitalidade. Your hidden food allergies are making you fat - How to lose weight and gain years of vitality, por M. D. Rudy Rivera e Roger Davis Deutsch.

A capa do livro e o teste que deu origem ao estudo sobre sensibilidades.

Algumas explicações preliminares:

1. Não pretendo nesse post substituir a leitura nem fazer um resumo do livro. Vou apenas deixar registrado algumas notas pessoais que podem interessar e gerar futuros leitores.

2. Esse livro foi escrito com intuito de você descobrir as suas sensibilidades alimentares para perder peso naturalmente com saúde, mas eu achei as ideias nele contidas vão muito além do emagrecimento. Propõe uma mudança de abordagem para prevenir as doenças de hoje.

3. O livro foi escrito com base no teste ALCAT, ou seja, é uma ferramenta de venda do mesmo. Ainda assim,  pensei que as ideias são úteis.

Sem mais, vamos ao texto.

Na introdução os autores falam que o livro foi lançado relançado na mesma época (2002) em que uma revista científica de cirurgia bariátrica publicava os resultados dos pacientes que usaram o teste (ALCAT) e a eliminação dos alergênicos no emagrecimento. ALCAT é exame de sangue simples e barato capaz de mostrar as reações alérgicas de uma pessoa. 

Eles mostram uma pesquisa (*1) onde foi possível encontrar menor número de metais pesados, além de maiores valores de vitamina e sais minerais nos alimentos orgânicos. Seguem demonstrando a teoria de que a redução da quantidade e qualidade nutricional também reduz a capacidade de desintoxicação do ser humano. Neutralizar radicais livres, realizar funções biológicas simples como renovação de tecidos igualmente se tornam mais difíceis. Tudo isso levando à ativação exagerada do sistema imunológico que vai gerar envelhecimento precoce, obesidade, diabetes, infecções frequentes, doenças degenerativas e câncer. Some aos organismos geneticamente modificados e você terá milhares de pessoas com sensibilidades e alergias alimentares.

No primeiro capítulo eles citam os pesquisadores brasileiros, Dr. Bruce Bartholomeu Duncan e Dra. Maria Inês Schmidt da UFRGS (*2) em uma das primeiras pesquisas a conectarem inflamações generalizadas das síndromes metabólicas com a ativação do sistema imunológico inato. Os efeitos dessas doenças (diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares) são vistos em desequilíbrio de hormônios como o do crescimento, estrogênio e testosterona.

Outro motivo para fazer o teste é o fato dele estar no mercado desde 17 anos atrás e já ter ajudado diretamente em torno de 100 mil pessoas. O teste foi baseado nos ensinamentos antigos de Hipócrates e Lucrécio sobre usar os alimentos como forma de cura.


A ideia é se alimentar de acordo com suas particularidades para evitar enxaqueca, dores de cabeça, hiperatividade, artrite, fadiga, déficit de atenção, infertilidade e outros problemas.

primeiro capítulo é dedicado aos avanços do século 21 com vários exemplos de pessoas que alcançaram cura e emagrecimento com o diagnóstico de intolerâncias alimentares. Também falam da diferença entre alergia e intolerância, sensibilidade. Alergias atingem (só) 5% da população americana, enquanto as sensibilidades estão entre 30 e 80%. Isso acontece porque as sensibilidades ficam adormecidas e só se manifestam horas ou dias depois do contato com a comida.

Intolerância alimentar e infertilidade: basicamente acontece porque a intolerância ativa o sistema imunológico que bloqueia hormônios como o que estimula o amadurecimento do folículo e o luteinizante.

Intolerância alimentar e infecções recorrentes: essas pessoas acabam tendo mais resfriados, gripe e outras infecções. 

Intolerância alimentar e problemas no coração: o sistema imunológico ativado libera a enzima myeloperoxidase que está ligada ao risco 20 vezes maior de problemas do coração.

Poupando uma vida de doenças: crianças diagnosticadas precocemente sofrem menos com déficit de atenção, dor de ouvido ou garganta, hiperatividade, autismo, dores de cabeça e eczema.

Avanço do tratamento médico: deixar de pagar fortunas em remédios e cirurgias é a meta de quem aplica as descobertas do teste.

Diagnóstico de intolerâncias alimentares: são feitos por um método computadorizado que determina mudanças mínimas nos leucócitos. Algumas das doenças que podem desaparecer quando você elimina os alimentos alergênicos são: acne, ansiedade, artrite, asma, déficit de atenção, autismo, diarreia crônica, fadiga crônica, depressão, diabete, infecções de ouvido e outras, eczema, fadiga, rinite o ano todo, dor de cabeça tipo enxaqueca, infertilidade, síndrome do intestino irritável, urticária, nariz entupido, obesidade, incontinência urinária e fibromialgia. Algumas inflamações são esporádicas devido à reação cruzada com outras substâncias, como acontece com o pólen da erva daninha conhecida como ragweed e o melão cantaloupe. Isso é devido ao fato de serem moléculas similares quimicamente. Maçã e o pólen da árvore birch é outro bom exemplo.

Capítulo 2 fala mais especificamente sobre emagrecimento começando com os nossos ancestrais. A habilidade de estocar gordura que era o mecanismo de autopreservação e sobrevivência naqueles tempos está hoje nos matando. Junte-se a isso refeições super processadas, poluição, sedentarismo, stress, porções maiores, genética, comportamento, cultura, etc.

Para cada 1 quilo a mais você aumenta uns 10% a chance de ter artrite e a cada 5 quilos a mais o dobro do risco de diabetes tipo 2. Aumentam a possibilidade de sofrer de asma, câncer de próstata, rins, mama, intestino e bexiga. Além de serem mais infelizes e gastarem mais dinheiro!

Então seria bom que fizessem dietas de baixa caloria? No livro, como na vida eles demonstram que a maioria das dietas leva ao retorno do sobrepeso. A indústria do emagrecimento é milionária e não funciona muito bem principalmente por causa do mecanismo citado acima: o corpo interpreta como um momento de restrição alimentar e se prepara para o momento seguinte que é de fartura e estocagem. Como dizia um amigo querido "dia do muito é véspera do nada".


Aprenda a identificar suas alergias alimentares ocultas.

Por que eu não consigo ajuda com meu médico? Porque muitos médicos são processados pelos efeitos colaterais das drogas para emagrecimento, a maioria deles não prescreve mais esse tipo de tratamento.

Alimentos que fazem você se sentir bem: comer alimentos alergénicos, mesmo quando eles são nutritivos e deliciosos provoca o bloqueio da serotonina. Ela controla o apetite e o desejo de comer doces e massas (açúcares e carboidratos).

Você promete e promete: mas até hoje ninguém conseguiu resolver a obesidade com remédios, por isso culpam a comida. Mas você pode comer sem perceber as ramificações desse alimento no seu humor, por exemplo. Poderia haver uma receita única, mas como nós, a receita é personalizada.

A conexão bioquímica com a obesidade: por anos acreditou-se que os gordos não tenham força de vontade, disciplina ou que sofrem de problemas psicológicos. Depois de algumas pesquisas a Dr. Sara Leibowitz, neurocientista da Rockefeller University descobriu que ao contrário, o que comemos, quanto e quando comemos é que determina o cérebro que teremos. Por exemplo, comer certos carboidratos aumenta serotonina, mas pular uma refeição ou fazer uma dieta de baixa caloria faz com que a galanina envie sinais tipo  "coma e estoque gordura". Se alimentando regularmente o corpo consegue manter níveis bons de serotonina e bloqueia a produção de galanina.

Por outro lado, a endorfina e certos aminoácidos também atuam no hipotálamo aumentando a vontade de comidas gordurosas. A insulina controla os níveis de açúcar no sangue ordenando que as células absorvem e armazenam glicose, além de extrair aminoácidos necessários para construir músculos e tecidos. Se esse metabolismo está desregulado ao comer alimentos que não te fazem bem os níveis de gordura do sangue se atrapalham e você vai ter desejos de açúcares. Comendo açúcares e carboidratos libera-se mais insulina que vai empurrar mais açúcar para os depósitos de gordura.

Tiróide: Sr. Metabolismo: a glândula mais facilmente mal diagnosticada faz com que você sinta frio, cansaço, fadiga, perca os cabelos e mesmo assim seu médico diz que você não tem nada. (É depressão, ansiedade, stress - não sei... toma aí um Zoloft. - meu comentário) Mas o hipotireoidismo gera um metabolismo baixo e ganho de peso. Fato é que a sensibilidade alimentar pode desregular a sua tireóide.

Serotonina e o teste ALCAT: os linfócitos e as plaquetas se modificam quando em contato com alergênicos. O teste mede exatamente essa concentração de serotonina nas células que sendo muito baixos te deixam mal e trazem o desejo de comer açúcar e carboidratos simples para alívio imediato. Bulimia também foi associada aos níveis de serotonina.


Capítulos 3, 4, 5 e 6 aqui.
Capítulos 7 e 8 aqui.
Capítulos 9 e 10 aqui.

Capítulos 11 e 12 aqui.
Capítulos 13 e 14 aqui.

*1 - Nutritional Quality of Organic Versus Conventional Fruits, Vegetables and Grains, Journal of Alternative and Complementary Medicine, vol 7, issue 2, November 2001.

*2 - Chronic activation of the innate immune system may underlie the metabolic syndrome, Sao Paulo Medical Journal, May 2001, vol. 119, no.3.

Livro: Your hidden food allergies are making you fat - How to lose weight and gain years of vitality, by Rudy Rivera M. D., and Roger Davis Deutsch. Revised edition, copyright 2002, ISBN 0-7615-3760-0, Second Edition, New York.


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ATENÇÃO

Todo o material escrito na seção ALERGIA tem somente a intenção de informar com referências. Você não deve de jeito algum deixar de conversar e comunicar seu médico sobre suas decisões de trocar ou parar de tomar qualquer remédio, suplemento ou começar a fazer qualquer tratamento diferente do que foi passado por ele. Por favor, use o bom senso, faça sua própria pesquisa. Consulte seus especialistas quando resolver fazer alguma substituição que afete sua vida.

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