novembro 07, 2013

Pesticidas e endometriose, uma possível explicação.

© Abdone | Dreamstime Stock Photos

Recentes pesquisas dizem que um dos fatores que contribui para a endometriose está escondido nos peixes e laticínios que ingerimos. Pesticidas do tipo poluentes orgânicos persistentes (POP) que foram usados em lavouras muito anos atrás tem sido encontrados em mulheres com endometriose confirmada por cirurgia.

Esse tipo de pesticida resiste a degradação e são pouco solúveis em água o que quer dizer: são quase indestrutíveis. Para piorar, eles podem ficar por muitos anos no solo da plantação onde foram usados escorrendo para os rios e os leitos d'água. Na alimentação, eles se acumulam nos tecidos adiposos dos animais, peixes e gado por exemplo. Isso quer dizer que ao ingerir um animal ou um subproduto do animal contaminado, todo o pesticida que este animal ingeriu vai para o seu tecido adiposo também, ou seja, vai parar na sua barriguinha, na pochete ou no pneuzinho.

Neste estudo, os pesquisadores encontraram altas doses de Mirex e beta HCH no sangue dessas 248 mulheres. Ainda foi confirmado que a exposição a estes pesticidas aumenta de 50% (Mirex) a 70% (beta HCH) o risco de endometriose porque estes pesticidas mexem com a atividade do hormônio estrogênio. Fatores como idade, cigarro, bebida, raça ou educação não influenciaram nos números encontrados.

O pesticida Mirex era usado contra formigas e foi proibido nos Estados Unidos em 1978. Não chegou a ser produzido no Brasil, mas sua matéria prima só foi proibida de entrar no país em 1992. O outro era  conhecido como lidano, beta HCH, muito usado nos anos 60 e 70 nas plantações de algodão. Continua afetando o solo e os rios apesar da comercialização foi proibida na América do Norte há mais de 20 anos, a produção parou há mais de 30 anos.

A pesquisadora Kristen Upson que trabalha para o Hutchinson Cancer Research Center foi responsável pelo estudo. A matéria original está aqui.


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Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso gosta de compartilhar as coisas interessantes que encontra por ai.

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