As histórias, os causos (mineiros) e as lendas sempre foram contadas por diferentes meios de divulgação. Lugares que nem imaginamos vão revelando modismos, conceitos e opiniões. Marchinhas de carnaval seguem esta regra. Para me despedir da festança de 2014, segue uma relíquia de 1952.
Nesta época, Blecaute cantava a marchinha Maria Candelária de autoria de Armando Cavalcanti e Klécius Caldas. Generalista, machista e com um ponto de vista sócio-cultural bem definido pelo seu tempo... Infelizmente, não é situação que ficou no passado.
Rápida explicação: a letra "O" era o cargo - e salário - mais alto que um funcionário público poderia alcançar. Então escuta ai e me diz o acha.
"Maria Candelária
É alta funcionária
Saltou de páraquedas
Caiu na letra "O", oh, oh, oh, oh
Começa ao meio-dia
Coitada da Maria
Trabalha, trabalha, trabalha de fazer dó oh, oh, oh, oh
A uma vai ao dentista
As duas vai ao café
Às três vai à modista
Às quatro assina o ponto e dá no pé
Que grande vigarista que ela é."
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Isabela: designer, especialista em tecidos automotivos, estudou psicologia clínica, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso gosta de compartilhar as coisas interessantes que encontra pelo caminho.
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