Em 2013 glúten foi considerada a palavra mais fashion do ano nos Estados Unidos, mas a doença celíaca e as dietas são velhas conhecidas no planeta. Então senta que lá vem a história!
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Discóbolo de Myron contemporâneo. |
Ano 200 d.C.
Os gregos usam a palavra koliakos para explicar pessoas que sofriam de problemas intestinais. O médico Aretaes da Capadócia foi o primeiro a usar o termo para falar dos pacientes que sofriam com dores abdominais e diarreia, mas demorou séculos para o nome ser relacionado ao glúten ou às dietas.
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Deixem a gente em paz. |
Próximo do ano 1888
O primeiro médico que identificou a ligação entre a doença celíaca e a alimentação foi o britânico Samuel Gee. Ele viu que alguns pacientes melhoravam quando mudavam de dieta, entre eles um garoto que ficou bem no período que comeu somente ostras. mas os sintomas voltaram quando a estação das ostras terminou. Ainda bem que ele gostava de comer isso, não é mesmo?
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Um cortador de banana. |
Durante o século 1920
Muitos médicos passaram a prescrever somente dieta para os pacientes que sofriam de problemas intestinais. Em 1924 o pediatra americano Sidney Haas ficou famoso por prescrever uma dieta somente com bananas para seus pacientes. Essa dieta tem a ver com a dieta de Baixos Carboidratos onde são eliminados açúcares, grãos e farinhas. Tem sido comprovada uma excelente dieta para celíacos, mas agradeça esse cara por não estarmos ainda na época "das bananas".
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Uma declaração de amor. |
Lá pelos anos de 1940
O médico Willen Karen Dicke viu que muitos dos seus pacientes melhoraram com a escassez de pão nas pequenas cidades da Holanda, especialmente os celíacos. Isso foi durante a Segunda Guerra Mundial quando haviam racionamentos de comida em todo o mundo. Entretanto, quando faziam entregas aéreas de pão na região os pacientes pioravam. Isso fez com que ele fosse o primeiro a associar a doença celíaca ao trigo e prescrever dietas sem trigo. Em 1952 ele provou essa ligação estudando fezes dos celíacos. Então lembre-se que por pior que seja seu trabalho, ele não tem (espero que não) nada parecido com avaliar o cocô alheio.
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Vilosidades do intestino delgado. |
Anos de 1956
Foi uma época que o tratamento se expandiu, mas o diagnóstico ainda estava difícil. Até que a gastroenterologista britânica Margot Shriner desenvolveu um meio de diagnosticar a doença. Fazendo biopsia ela viu a atrofia das vilosidades do intestino delgado.
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Não tenho certeza se é peido ou diarréia. |
Estamos em 1960
Para ser diagnosticado como celíaco a pessoa precisa ter uma significativa área do intestino delgado comprometida. Além disso, fazer a dieta sem glúten para mostrar que havia melhora da situação e depois provar que voltando a comer o estrago voltava. Este foi um período de "será que você tem mesmo isso ou está querendo chamar atenção"?
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O gene da doença celíaca está por aí. |
Em 1989
O imunologista Ludvig Sollid determinou a genética para a doença celíaca resumindo o risco genético para duas versões da molécula HLA. Em 1997 um exame de sangue foi criado pelo Dr. Detlef Schuppan. Lentamente vamos evoluindo para diagnósticos mais amigáveis.
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Dr. Alessio Fasano |
Chegamos ao ano 2000
Dr. Alessio Fasano, um dos mais experientes médicos nessa área, descobriu a molécula chamada zonulin que aumenta a permeabilidade intestinal e a vulnerabilidade em desenvolver a doença celíaca. A equipe dele conseguiu ligar essa molécula a outras doenças autoimunes, como a diabetes tipo 1 e a esclerose múltipla. Ele foi um dos palestrantes do Seminário sobre Glúten que assisti ano passado, muito bom!
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O que acontece no intestino quando você come glúten. |
Finalmente 2010
Algumas vacinas e medicamentos estão em teste para tratar a doença, mas serão conciliadas à dieta sem glúten. Tudo bem, porque a doença, mesmo com a dieta, causa muitos danos ao corpo. Além disso, pretende prevenir as pessoas de sofrerem grandes consequências da glutenização sem querer (aquele vídeo com os 1/8 da unha do dedão, sabe?) e ainda ajudar com as complicações da doença.
Por que os dados históricos só falam de doença celíaca e não da alergia ou da sensibilidade ao glúten?
A intolerância ao glúten é um termo guarda-chuva para doença celíaca, sensibilidade ao glúten não celíaca e alergia ao trigo.
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Isabela: designer, especialista em tecidos automotivos, estudou psicologia clínica, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso gosta de compartilhar as coisas interessantes que encontra pelo caminho.
ATENÇÃO
Todo o material escrito na seção ALERGIA tem somente a intenção de informar com referências. Você não deve de jeito algum deixar de conversar e comunicar seu médico sobre suas decisões de trocar ou parar de tomar qualquer remédio, suplemente ou começar a fazer qualquer tratamento. Por favor use o bom senso, faça sua própria pesquisa. Consulte seus especialistas quando resolver fazer alguma substituição que afete sua vida.