agosto 12, 2013

Um mundo sem abelhas, considerações da revista Time

Revista Time. Um mundo sem abelhas, o preço que vamos pagar 
se não descobrirmos o que está matando as abelhas polinizadoras. 
Texto de Bryan Walsh.

Coloquei neste texto as ideias centrais que Bryan Walsh escreveu para a revista Time.

A condição atual do mel de abelhas está por um fio. A morte das abelhas americanas significa um desastre para fazendeiros. Agora chegaram ao ponto de levarem a notícia para o público em geral, colocaram na capa da revista. Precisam do envolvimento do povo para pressionar a mudança política econômica penso eu.

Ainda não disseram exatamente o que está acontecendo mas, por enquanto, os vilões são os pesticidas. A Monsanto também está envolvida, claro. Poucos tem coragem de falar abertamente que as sementes transgênicas contem pesticidas em seus DNAs modificados. Tudo indica que o pesticida que agride menos os seres humanos, por se dispersar menos no ar, contém uma substância que faz mal aos insetos. Neonicotinoids é o nome do químico.

Mas se a substância fosse a única responsável, seria fácil. Bastava não usar, certo? Foi o que a Europa fez, mas não adiantou. Muitos países da Europa também já baniram os transgênicos de suas lavouras. Mas talvez por serem 9 as substâncias encontradas nas abelhas mortas, pesticidas e fungicidas, tudo está mais complicado. Além dos químicos, acharam uma bactéria que veio nas abelhas importadas da América do Sul e foi fatal às abelhas americanas. Ou seja, muitos fatores, muita incerteza.

O que você tem a ver com isso, se você nem liga para mel? Muitos dos alimentos que estão na sua mesa dependem exclusivamente da polinização "manual" feita por esses insetos.

O orgulhoso estado americano que exporta amêndoa para todo o mundo está em alerta. A Califórnia, primeiro produtor mundial de amêndoas, desde 2009 percebe a diminuição do número de abelhas. As amêndoas dependem exclusivamente (100%) de abelhas para serem polinizadas.

Outros alimentos dependem menos, mas também precisam delas: abacate, cebola e brócolis 90%,  pepino 80%, ameixa e melancia 65%, tangerina 45%, limão e algodão 20%.

Como se não bastasse o declínio da população de abelhas, os apicultores estão deixando a profissão pela inviabilidade da situação. Sem abelhas, para que servem os apicultores? O que faz pensar em um mundo onde só teremos as comidas que não dependem delas para nascerem, ou seja, o trio milho-trigo-arroz. O que resume drasticamente a alimentação, em cor, sabor e nutrientes.

Devido ao fato, a China está apelando para a polinização manual, literalmente feita por seres humanos. Impraticável nos Estados Unidos pensam em usar robôs para a tarefa, mas ainda é algo inviável financeiramente.

Vamos aguardar cenas dos próximos capítulos na mesa mais perto de você.

Números:
- das 20 mil espécies de abelhas do mundo somente 6 são comercializadas: Italiana, Russa, Alemã, Buckfast, Caucasian e Carniolan,
- 1 1/2 colher de sopa é o que uma operária abelha produz durante sua vida inteira,
- em um dia de trabalho uma abelha visita até 100 flores com metade do seu peso em pólen,
- para produzir menos de meio litro de mel elas voam 89 mil quilômetros, e
- uma colônia normalmente tem de 20 a 30 mil abelhas.

Quer ler o texto sobre mel? Clique aqui.

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Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso tem coisas interessantes para compartilhar.


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