“Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda.”
Sigmund Freud
Sigmund Freud
Conflitos nada mais são que ajustes da alma
aos fenômenos externos. Confessar conflitos da alma, lavá-la num tanque de
espuma, alvejá-la, por para corar e secá-la ao sol, é tudo de bom.
Quem não sabe fazer isto, é tratar de
aprender enquanto há tempo com as lições da vida. Chegar à média dos cinqüenta
anos com a moringa vazia não dá!
Assim lavando a alma, livra-a das culpas
que não tem. Pode ser que algum dia tendo-as, o refazer o trajeto, acrescido de
arrependimento, clareiem sua aparência exterior.
O dia da faxina é um dia especial sem ser.
Um dia que nasce com a luz do sol mesmo que sua figura não apareça. Poderá ser
o dia em que só seu brilho seja percebido e seu calor sentido. O que nas
proximidades estiver pode não ter também silhueta delineada, feição definida ou
sombra. Nada importa. Só a percepção lúcida de que a hora é agora, que um
minuto de adiamento seria provar a eternidade.
Será a música ou simplesmente o som; o olor
ou simples odor, suficientes para determinar a importante data de se confessar
o conflito, livrar-se para sempre da culpa indeterminada, ou infundada, e dos
medos.
Chegando o dia de o medo virar pavor e
imobilizar as pernas no caminhar em direção à luz do fundo do túnel, será esta
a data de voltar à faxina. Separar o que não presta pra nada do que pode ser
reutilizado; o que serviu alguma vez e não serve mais; o que está avariado sem
chance de recuperação, do que ainda poderá ser resgatado por ter sido muito bom
anteriormente. Tentar não se iludir ou ser levado pelas inverdades ouvidas de
outrem. Seguir em frente de cabeça erguida.
Determinar, quando teve início a mudança do
que trouxe do berço, para o lado contrário não foi difícil, só doloroso. E
quanto...
Enxergar com os olhos da alma o que havia
de errado naquele raciocínio perverso de esperar os acontecimentos para ver se
a embarcação virava, também não foi difícil determinar. Impossível era
compreender onde estava a lógica de aguardar, aguardar sem uma palha mexer, um
fim inexorável para o início de nova etapa ao retorno da esperança e da
felicidade. Se o tempo determinado para a jornada terrena, não está à mercê da
criatura, por que fazer planos para “quando isto ou aquilo acontecer”? O que se
busca pode estar ali, ou não. As circunstâncias poderão não ser as mesmas de
agora. As pessoas ao redor também não. Portanto nada de esperar solução sem
agir pela felicidade possível aqui e agora. Decurso de prazo é o nome dado ao
que está vencido sem ter sido buscado. Livre arbítrio, liberdade são direitos
natos das pessoas. Deixando de procurar o culpado, buscando antes o objetivo
final, se ganha o momento presente. Era o que precisava fazer e fez sem medo.
Enfrentou idéias opostas, conversas
envelhecidas, argumentos gastos, cara feia, nariz torcido e seguiu sua legítima
vontade pela primeira vez sem nenhuma outra interferência.
Sentia-se muito bem como há muito tempo não
sentia.
De novo retomava as rédeas do destino convicto
de que nada devia a ninguém. O que lhe deram, era seu de direito. Quem quisesse
cobrar-lhe algo poderia ouvir um curto e grosso:_ Fez porque quis! Ou não seria
cada qual o responsável pelas escolhas feitas neste mundo? Com ou sem conflito.
Confesso!
“Como
as pessoas nos tratam é o KARMA delas; o modo como você reage é o seu KARMA.”
Trulshik Rinpoche
* Depois de receber emails com dúvidas sobre o título, Cofiteor, segue uma dica.
Cofiteor = eu confesso.
Veja mais sobre o assunto aqui.
Vai gostar de ler todos os Contos da Beth.
--
Cofiteor = eu confesso.
Veja mais sobre o assunto aqui.
Vai gostar de ler todos os Contos da Beth.
--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Leave your comments here.