agosto 29, 2013

O trânsito na cidade de São Paulo

Perto da Avenida Paulista numa noite fria. Veja a versão americana dessa foto aqui.

Eu tive o privilégio de dirigir no famoso trânsito da cidade de São Paulo por algumas semanas neste inverno de 2013. Confesso que demorei alguns dias para entender porque as faixas estão mais estreitas nas avenidas da capital.

Confesso que desde o primeiro dia me senti espremida na paulicéia desvairada. Pensando que fosse culpa das largas ruas americanas da cidade pequena onde moro, tentei me tranquilizar, mas foi aí que um ônibus tirou um fino do meu retrovisor. Então me dei conta que o busão não cabia na faixa onde deveria trafegar. Também entendi que ao invés de quatro faixas, haviam cinco. Não acredita, veja a foto abaixo.


Eram 5 faixas onde deveriam ser 4.

Conta aí, da direita para a esquerda, ônibus (faixa 5), SUV preta (faixa 4), caminhão baú (faixa 3), um Chevrolet cinza (faixa 2) e uma perua branca (faixa 1). Não achou a primeira faixa? Procure pelo motoqueiro. Sim, tem um motoboy espremido no meio de duas faixas onde já não cabia mais ninguém.

De tanto passar pela situação e analisar o trânsito nas vias onde fizeram essa reforma eu pude entender... Aumentaram o número de faixas e com isso diminuira a velocidade do trânsito. Ah tá! Agora fez sentido. O trânsito caótico quando devagar é menos confuso, só que não. 

Quanto mais tempo nós ficamos em nossos carros, tentando dirigir nas vias paulistas, mais CO2 é liberado na atmosfera, mais alto o custo de transporte para as mercadorias no caminhãozinho na minha frente (na foto), mais chance do "cachorro louco" morrer* (gíria paulista para motoboy), mais difícil a ambulância chegar para ajudar o coitado, piora a qualidade do ar da cidade e todos gastam mais dinheiro com combustível. Ainda tem o desgaste do meu carrinho, também piora a minha bronquite e dói mais o meu joelho. Os últimos são problemas meus e todo o resto parece não pertencer à preocupação dos órgãos competentes no assunto. 

*Não existem estatísticas confiáveis, mas já foi em torno de 1 por dia, só na cidade de São Paulo. Não é sem motivo que eu morro de medo de encostar num deles. Leia mais sobre isso aqui.


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Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso tem coisas interessantes para compartilhar.

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