janeiro 17, 2014

Escravidão

Até 1860, 5 milhões de negros haviam vindo para o Brasil como escravos.
Outros 5 milhões foram para a América central e 600 mil para os Estados Unidos.

Sabendo que escravidão é uma forma tão antiga quanto perversa de manter o semelhante à mercê de um senhor o que resta de consideração sobre o assunto é pouco.

Quem escraviza nem sempre o faz conscientemente e quem é escravizado poucas vezes entende sua condição. Isto quer dizer do pouco que se sabe sobre a condição de escravizado e escravizante. 

Tratarei aqui do que é abstrato nessa condição mencionada a que tentarei fazer dimensionada.

-Dizem que o consumismo pode ser uma forma de escravidão, envolvendo o Homem e o Sistema Capitalista.

-Falam por aí que a mídia escraviza. Precisamos ver e ouvir as propagandas e opiniões que vão fazer nossas cabeças.

-Tem gente afirmando que o Sul escraviza o Norte, ou o contrário, dependendo do território a que estão se referindo.

-Há crenças escravizantes, há descrenças também, afirmam por aí a fora.

-Estar à mercê de uma mentalidade predominante, para se obter subsistência, seria o quê então? A pessoa não concorda, mas obedece, para não ter sua sobrevivência inviabilizada. O livre arbítrio não poderá aí ser aplicado porque a segunda opção significaria morrer à míngua ou até mesmo a extinção da sua raça. Então a condição de escravo só valeria para a matéria. Para o corpo perecível. 

Almas não são escravizadas. E há um jeito de separá-los em vida?

Escravizador pode nem existir, pois quem sente a escravidão, o sente de acordo com as ideias que tem adormecidas e nem sempre sabe de onde surgiram. Poderá vir a ser uma analise a responder se é de vidas passadas, ou passadas nesta vida mesmo, o que escraviza o ser humano a um estilo prejudicial de pensamento.

Há quem se sinta escravo da tradição cultural, há o que se vê perseguidos por seu amo abstrato; há os “maniados”, e os que mesmo estando escravizados fisicamente sentem-se livres para dar asas à imaginação e divulgar boas ou estapafúrdias ideias por aí.

Thomas Jefferson referindo-se à política divulgou esta máxima: “O preço da liberdade é a vigilância eterna.” Quis dizer que estando atentos aos rumos que governantes vão escolhendo para governados, estaríamos garantindo nossa liberdade. 

Não querendo concluir que no meu país mesmo os eleitores “estando de olho” vão perdendo a sua liberdade de decidir o que desejam de melhor para a população...

Deixo para cada qual dos meus leitores o dever de casa que é pensar a respeito.


Acho que você vai gostar de ler outros Contos da Beth, aqui.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

Um comentário:

  1. Escravos do dinheiro; escravos do conforto que o dinheiro proporciona; escravos do consumo favorecido pelo dinheiro... É muito diversificado seu uso. Paga-se SEGURO, paga-se GARANTIA. O seguro de vida assegura a vida? A garantia de um bem, garante o que mesmo? Onde fica o limite da liberdade ou escravidão quando se trata de gastar dinheiro? Um dos limites deve ser o de se gastar apenas o que se tem?

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