© Photoeuphoria | Dreamstime Stock Photos |
Esta semana recebi um desabafo de um professor que trabalha no Brasil e lê o blog com frequência. Transcrevo o comentário e deixo para vocês a reflexão. Qualquer comentário que eu faça pode desviar o pensamento para o lado utópico de quem não trabalha na área educacional.
"Olá Isabela,
Segue um desabafo de um profissional da Educação no Brasil. Ontem fui conhecer a nova escola na qual irei trabalhar em 2014. Chegando lá, encontrei o vice-diretor em uma claustrofóbica sala no fundo do corredor. Entrei na sala e me apresentei dizendo que havia mudado para a escola dele. Foi quando ele olhou para mim e perguntou:
_Quanto tempo você tem de estrada, professor?
_Tenho seis anos de trabalho numa escola técnica e outros e 5 em uma escola de ensino médio. Sem contar pouco tempo em escolas menores. - respondi.
Aí ele olhou bem no fundo dos meus olhos e balançando a cabeça positivamente me disse:
_Ah, então você já está bem calejado. - dando risada.
Eu não me aguentei. Comecei a rir também, mas foi de medo! Que país é esse que ao invés de me dizer: "Seja bem-vindo, vejo que você tem bastante experiência." Agora no Brasil valorizamos os calos que a pessoa desenvolveu com os socos e pontapés que recebeu. Porque de fato é assim hoje.
Por essa e por outras, digo e repito:
_A educação vai muito mal obrigada ou, a educação vai muito mal, obrigado.
Queremos uma educação melhor para nossos filhos mas acabamos sendo vencidos pelo cansaço, ou melhor pela dor dos calos."
--
Isabela: designer, especialista em tecidos automotivos, estudou psicologia clínica, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso gosta de compartilhar as coisas interessantes que encontra pelo caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Leave your comments here.