Encontre o Teiú. Dica: à esquerda, na sombra do carro. |
O menino gritou a mãe para vir ver. Era um
lagarto medindo uns sessenta centímetros, um terço de corpo, dois terços de
rabo semelhante a uma cobra. Passeava pelo jardim, sossegadamente, de vez em
quando punha a língua de fora.
Mãe e filho abriram a internet a
investigar. Concluíram ser um Teiú...
Muitos meses daquele ano o bicho foi visto
por ali. Ora perto da água, ora perto da pedra... sempre procurando algo para
beber, se alimentar... de preferência ao calor do sol.
Sumia por uns tempos, reaparecia maior, ou
menor. Como não poderia ter encolhido, os adultos daquela chácara tentaram
explicar ao menino que o Teiú constituiu família e aquele um que apareceu agorinha era o filhote daquele outro, desaparecido ano passado.
Ficava mais fácil contar de que maneira
apareciam teiús do que explicar como desapareciam.
Um dia, em suas voltas pelo jardim, Teiuzinho
encontrou a porta aberta e entrou na sala da TV na hora da telenovela e arrasou!
Chamando mais atenção que a atriz principal do horário nobre na telinha,
completou sua visita de reconhecimento e saiu quieto como havia adentrado.
Muito senhor de si e senhor daquele ambiente, com certeza! As pessoas ali
quietinhas. As crianças, por via das dúvidas, puxaram os pés pra cima do sofá.
Certa vez, Teiú jovem foi visto entrando em
sua toca de PVC existente no terreiro com a finalidade de escorrer água da
chuva. Depois mudou de casa. Foi morar na abertura da parede que arejava o
porão. Não era muito difícil descobri-lo em cada novo endereço. Sua cauda
comprida o denunciava.
De outra feita, já bem crescidinho e
pesado, rodeou os canteiros, e... sumiu pra
rua pelo portãozinho semi aberto.
Foi uma pena! O menino e sua mãe temeram
pela vida do amigo lagarto. No mundo de informação que obtiveram no Google
tinham ficado sabendo que a carne de Teiú era muito apreciada naquelas
redondezas.
Acho que você vai gostar de ler outros Contos da Beth, aqui.
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