julho 30, 2013

Professores estão mais satisfeitos com suas vidas que gerentes e executivos


Encontrei essa despretensiosa notícia numa revista de saúde. Confesso que precisei ler duas vezes antes de ter certeza de que estava lendo certo o que escreveram.

"Professores estão mais satisfeitos com suas vidas que gerentes, executivos, enfermeiros e donos de negócios, quando diz respeito a bem estar entre americanos trabalhadores, médicos estão no topo da lista."
Gallup-Healthyways Well-Being Index.

Eu não vou me dar ao trabalho de ir atrás da referência porque achei tão surreal (considerando a minha realidade; sou brasileira) que resolvi deixar a referência para algum Tomé conferir. Extremamente destoante se comparado ao que vejo acontecer com colegas, amigos e familiares que trabalham (eles tentam) na área de educação. Por si só, essa tirinha vale um post. O superlativo é para demonstrar o espanto e a conexão neuronial (que me falta) na compreensão da tal frase.

As últimas palavras, até certo ponto, fazem sentido, "médicos são os primeiros da lista", tá certo. Mas convenhamos que para um professor do país que privilegia o absurdo (se você não entendeu, falo do Brasil) dizer que está satisfeito com sua vida, assim em geral, sem se afetar... é difícil. Acho que faltam mais que bilhões em investimento, faltam anos luz de distância. E eu não me sinto nada feliz percebendo ou relatando o fato.

Depois de digerir bem, eu vejo que a notícia está coerente com as poucas pessoas que eu conheço e trabalham na área educacional nos States. Elas também reclamam da sala ter muitas crianças, 25 delas. Isso é muito para eles. Falam que as crianças estão chegando  na escola mal educadas, porque uma delas não pede "com licença" antes de se levantar. E por aí vão as reclamações. Fazem sentido também, parecem piores que alguns anos atrás para a realidade do Tio Sam.

Eu escuto e fico com cara de quem não processou bem a mensagem, mas não é porque está escrito em inglês. Penso, será que um dia o país onde é bonito fazer feio chegará nesse nível de "falta de educação"?

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Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso tem coisas interessantes para compartilhar.

2 comentários:

  1. O dia que o resto do mundo já tiver colonizando a Lua, pode ser que isso comece a acontecer na Terra Brazilis.

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  2. Gostei dos argumentos. Comparações com realidades culturais tão diferentes tem que ser feitas por quem está trabalhando na área em questão, e sentindo "na pele" os efeitos da falta de educação.
    Quem está sentindo-se satisfeito em ser professor em nosso país pertence a uma minoria.

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