Brasil no noticiário americano, será? |
Americanos são famosos por fazerem piadas de si mesmos, dos outros, do presidente, de todo mundo, literalmente. Governador participa de programa humorístico com entrevistas, o presidente tira sarro de si e dos outros candidatos. Ninguém fica menos profissional por causa das brincadeiras. Tudo tem hora e lugar para acontecer.
No Brasil temos muito cuidado ou voltam com a tal lei que não permitia fazer brincadeiras com os políticos. Ninguém pode fazer ironia da situação (na internet pode, vide porta dos fundos) porque geralmente é um deboche ao real. E o real dói. O parodiado vai se sentir acusado e, dependendo do "acusado" pode ser perigoso.
Aviso importante! Aviso importante! Aviso importante!
Neste programa de comédia o entrevistador comediante Stephen Colbert faz piada com os apresentadores humoristas. Acho que ficou claro que não é um telejornal, né!
Não achei um vídeo traduzido, então vou escrever (explicar kkk) umas partes que são divertidas (e verdadeiras). Acho que vai ser o vídeo inteiro!
Stephen Colbert começa falando que não presta atenção na América do Sul, mais do que ele se importa com a América do Leste, América do Oeste ou a América de cabeça para baixo, a Austrália. (verdade, eles nem se importam com o resto do mundo, só com os países petroleiros)
Mas nem mesmo ele pode ignorar que o Brasil passa por uma fase política complicada, que os brasileiros chamam de futebol. (e não é que o problema começou com os estádios!)
Ele vê as reportagens e depois fala. "Companheiros eu não entendo, isso é Brasil, o país mais alegre do mundo". (é mesmo!) Ele continua "a única coisa que deixa os brasileiros bravos é a depilação íntima" (putz o cara acertou de novo!) Ele diz que não liga pra isso, ele não entende sobre estilo pessoal da região (pubiana), mas ele não gosta de prisioneiros. (falando sobre o let it go ou deixar o bicho crescer solto)
Então ele pergunta se foi porque Pelé colocou um chapéu de Carmen Miranda no Cristo Redentor? Porque isso é tudo o que ele sabe sobre o Brasil. (é o que a maioria sabe) A reportagem continua mostrando e explicando o que originou os protestos, ou seja, o dinheiro gasto com a Copa do Mundo.
Ele diz que concorda com o povo brasileiro, "bilhões gastos em um estádio para um jogo terminar zero a zero?" Ele sugere usar as mãos para jogar (como o futebol americano usa) e mostra como faz um gol.
Agora aparece um correspondente latino americano que deve explicar a situação para ele. Esteban Colberto é uma paródia do próprio Stephen Colbert. O mexicano não sabe nada do Brasil. (para os americanos América Latina é uma só cultura e falamos a mesma língua)
O cara explica que comparar mexicanos a brasileiros é o mesmo que comparar maçãs com laranjas carecas loucas por sexo. (maçã é a fruta queridinha dos States, o Brasil é produtor e exportador de laranja, nossa produção é invejada por eles e nem preciso falar sobre a questão sexo no Brasil)
Quando o entrevistador insiste falando que é tudo a mesma coisa, ele explica que fala espanhol, a língua mais bonita do mundo. No Brasil falamos português que soa para ele como um cachorro sendo capturado pela carrocinha. (alguns falantes de espanhol acham isso do português) Mas ele chuta que os protestos são porque Pelé colocou um chapéu de Carmen Miranda na estátua do Cristo. (verdade, mexicanos não sabem nada mesmo de Brasil!)
Stephen fala que ele não ajudou em nada. O mexicano chama as mulatas, volta para o samba (meu Brasil brasileiro...) e dá umas reboladas. O entrevistador comenta "eu não sabia que ele se mexia tão bem".
Neste momento o programa fica um pouco mais sério, mas ainda faz muita brincadeira. Ele chama alguém (um expert) que vai explicar o que está acontecendo no Brasil. Começa a entrevista com o Redator aposentado do New York Times no Brasil. Escritor do livro (isso é verdade!) chamado Brazil on the rise, the study of a country transformed, Brasil em ascensão, o estudo de um país transformado, Larry Rother.
Ele pergunta o que está acontecendo? "Eles estão irritados pela corrupção, quem eles mataram, se eles deram toda a Amazônia para o MC Donalds fazer bife?" (vai ter gente falando que ouviu isso num noticiário americano) Depois que Larry explica sobre o povo pedindo mais educação, saúde... o entrevistador fala "me dá, me dá, me dá, bem vindo à América Latina do Obama". (porque americanos tradicionais valorizam o mérito conquistado ao invés de receber de graça do governo e o Obama tem feito vários programas sociais que gera reações contraditórias)
"Qual foi o gatilho da situação?" ele pergunta e faz piada com a resposta sobre os 20 centavos (em dólar são 10 centavos). "Mas o que o governo fez para acalmar a situação? Mandou o pessoal calçar bootstraps e se virar?" (é uma botas estilo Chico Bento com uma tira de tecido na parte de trás para ajudar a calçar) E ele continua "Se é que o pessoal lá usa botas ou calças." (de novo a imagem do Brasil, todo mundo pelado nas praias, brasileiro sabe que não é só isso, mas é o que se mostra)
O escritor fala que o governo devolveu os 10 centavos. Ele quer saber quem é o povo que está nas ruas e pergunta se são os pobres que foram protestar? Ouve a explicação de que o Brasil cresceu mais que a França, Itália, Rússia, Índia (porque ele não sabem o que eles tem feito por lá) e a classe média também cresceu. (então ele finaliza com uma piada sobre o Estados Unidos não ter esse problema porque acabou com a classe média, verdade, o país esmagou a classe média uns anos atrás)
Agora, deixando de lado a vergonha que sentimos das peculiaridades brasileiras (só divulgar carnaval, imagem de gente pelada na praia e ter que depilar até o cu) fala a verdade, o vídeo do cara é engraçado!
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Esse artigo não tem a intenção de divulgar comercialmente produtos de nenhuma marca, até porque não ganho nada com isso. A não ser o fato de compartilhar ideias interessantes que fazem a vida de uma designer tão divertida.
Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso tem coisas interessantes para compartilhar.
Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso tem coisas interessantes para compartilhar.
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