maio 25, 2014

Simplifique a vida, livre-se do glúten.

Cuidado!

Uma das melhores coisas que a mídia social criou foram os grupos de pessoas com objetivos comuns. Não falo somente das pessoas que protestavam para derrubar os governos autoritários lá no Oriente Médio nem dos rolezinhos no Brasil, mas das comunidades formadas com intuito de ajudar pessoas que tem problemas de saúde.

Dentro de um dos grupos que eu participo vejo muitos falando sobre alimentação sem glúteos, ops glúten. Postando receitas, fotos de receitas que deram e não deram certo, dicas de onde comprar produtos específicos, o que fazer de lanche para as crianças e assim por diante.

Então alguns tiram o trigo do alimento em questão e substituem por outros grãos que são piores. Por exemplo, substituem por milho que sabemos ser de 80% a 90% transgênico (valores do Brasil e dos Estados Unidos). Ora, se a pessoa tem problemas o trato intestinal, inflamação, irritação (ou seja lá o que for) um produto que contém agrotóxico dentro dele não é o mais indicado, certo?

Nota: Se você não sabe o que significa transgênico, veja este vídeo traduzido sobre o que eles são de verdade. Eles não são o cruzamento de várias espécies até obter a melhor combinação genética!

Enfatizando a ideia, não resolve substituir a alimentação tradicional por uma dieta sem glúten, mas cheia de tranqueira como frituras, massas, salgados, biscoitos, chocolate, doces e etc. Se você tem sensibilidade ao glúten a receita é uma dieta sem glúten, ou seja saudável de verdade. Nada de produtos embalados com o escrito natural na caixa.

Voltando à subida da ladeira... Não se envergonhe se você fez ou ainda faz isso. Todos cometemos erros quando somos calouros. Agora siga em frente, pois é hora de mudar de nível. Para te dar uma força vou contar minha história que pode inspirar pessoas com o mesmo dilema.

"Toda segunda-feira eu chegava no trabalho com a cara cansada de quem teve um final de semana cheio de aventuras e baladas num cruzeiro marítimo. Só que não! Eu apenas havia testado outra receita sem glúten, mas com ingredientes exóticos para substituir o meu inimigo, o trigo.

Isso significa que tinha ido ao mercado mais longe possível para comprar aquela farinha mais cara que o tênis Mizuno vendido no Brasil. Chegado em casa com a sacola cheia de ingredientes esdrúxulos para começar o final de semana com os vários testes em receitas que pretendiam ser orgânicas, sem químicos agressivos e sem glúten.

Depois de horas na labuta e expectativa, o final da partida quase sempre trazia um resultado ruim. Às vezes era razoável para médio, mas a proporção parecia ser, quanto mais bonito visualmente, menos bem me fazia. No final era o que descrevi no primeiro parágrafo, um final de semana frustrado e uma semana me sentindo mal.

Então, numa dessas segundonas que dava vistas para uma semana recheada de reuniões, apresentações e decisões inadiáveis eis que eu chego no trabalho com uma cara puff (assim os americanos descrevem o rosto de quem tem alergias ao acordar). Estufada como um pastel de feira, mas pesada como o travesseiro na hora do pillow fight (guerra de travesseiro).

Como de costume, eu contava para minha colega sobre os meus experimentos e o resultado, mas que não havia me feito bem, blá-blá-blá. Como boa amiga e americana realista que ela é, falou bem assim: "Oh, I'm sorry for that. (Sinto muito por isso.) Mas por quê você não come somente o que pode comer? O que sabe que não te faz mal, mesmo que seja por um tempo? Keep it simple! (simplifique)"

Foi quando eu ouvi um clique dentro da minha cabeça. Faziam meses que eu estava naquela batalha e, claramente, perdendo. Por quê eu continuava? Não sei. Comia um pão que não tinha cara nem gosto de pão, uma lasanha mixuruca ruim ou uma pizza que parecia um sei-lá-o-quê e pensava um dia vai dar certo!

Respondi um "você tem razão" bem murcho na hora e chegando em casa coloquei numa caixa todas as farinhas alternativas que havia comprado nos últimos meses. Fiz uma lista bem descente com todas as carnes, ovos, frutas, verduras, legumes, folhas, raízes e fui para o melhor mercado da cidade. Comprei o que os americanos naturebas chamam de real fresh food (comidas de verdade), ou seja alimentos não processados industrialmente)."

Conclusão, em semanas eu inverti os resultados da guerra contra a alergia; na memória, no humor, no bemestar, no sono, na concentração, no estresse, na pele e tudo mais. Diminuiu a dor de cabeça, os problemas no estômago e de outras áreas que estão neste post sobre doença celíaca.

Não digo que foi fácil, pois não foi. Essa é tarefa para os fortes! Às vezes você vai sonhar com a macarronada da mama, sentir o cheiro do pãozinho de leite que só a tia sabe fazer e salivar com os amigos comendo a melhor pizza da cidade na sua frente, ou seja, delírios de todos os tipos que eu posso até contar em outro post se quiserem.

E valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador. Tem que passar além da dor. Fernando Pessoa

Jantar no Copacabana Palace.

E você? Como tem feito para driblar as situações  normais da vida de quem tem sensibilidade ao glúten?


Outros textos legais para você, pessoa inteligente.

Sensibilidade ao glúten ou doença celíaca?





--
Isabela: designer, especialista em tecidos automotivos, estudou psicologia clínica, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso gosta de compartilhar as coisas interessantes que encontra pelo caminho.
ATENÇÃO
Todo o material escrito na seção ALERGIA tem somente a inteção de informar com referências. Você não deve de jeito algum deixar de conversar e comunicar seu médico sobre suas decisões de trocar ou parar de tomar qualquer remédio, suplemente ou começar a fazer qualquer tratamento. Por favor use o bom senso, faça sua própria pesquisa. Consulte seus especialistas quando resolver fazer alguma substituição que afete sua vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leave your comments here.