Namorando no telhado. |
Viviam nas matas, reproduziam em tocas feitas nos barrancos, voavam em bandos numerosos, pousavam nos pomares visualizados das alturas, e morriam aos quarenta anos mais ou menos.
Bons tempos!
Minha sobrinha veio passar férias aqui no
interior de Minas e ficou assustada com a maritacada.
Estão por toda parte. Fazem a maior algazarra. Gritam o tempo todo.
Quem quiser dormir até mais tarde um
pouquinho, só vai conseguir se estiver acostumado com o cra cra cra delas. Tem também o tec
tec bem ali, no forro e beirais das casas, onde dormem sem ninho. Disseram-me
que elas comem fios elétricos e causam curto circuito deixando os moradores na
escuridão. Nem adianta passar uma tela para deter a invasão maritaqueira. Rompem a tela de arame com
o bico afiado.
Quanto aos fios procurei saber se elas os
desencapam engolindo o revestimento, e umas pessoas afirmaram ser verdade e
outras negaram justificando que a maritaca necessita desgastar o bico em
constante crescimento.
Já pensei em fundar a cidade das maritacas
aqui por perto mesmo. Um local que fosse só delas, com água, muitas árvores, frutas,
milho, e principalmente sem predador. A primeira dificuldade seria como
mantê-las só nesse recinto utópico...
No mais como avisá-las sobre a grande
novidade, seria o segundo problema. Talvez uma Rede Social divulgue bem para a
espécie.
Procurarei saber ao certo e convidarei você
para a inauguração.
Acho que você vai gostar de ler outros Contos da Beth, aqui.
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