novembro 28, 2013

Antes as gorduras, agora os culpados são os grãos.

Panettone Bauducco, feito em Guarulhos comprado na Carolina do Sul.

Há alguns anos a indústria alimentícia culpou as gorduras pelas várias doenças do século, mas depois de um tempo especificaram o assunto. Separaram as gorduras em boas e más e colocaram as saturadas como vilãs e as gorduras boas como redentoras. Agora culpam os grãos.

Não exatamente porque comemos grãos, mas porque estamos comendo cada vez mais farinhas que são super refinadas e fazemos isso em todas as refeições do dia, quase exclusivamente. Por isso, alguns médicos compromissados com tratamentos pela nutrição voltam seus olhares à nossa dieta.

Começando com o entendimento desses grãos, em geral, esses profissionais da saúde falam basicamente sobre o trigo. Muitos não devem saber que o trigo que comemos hoje não tem nada a ver com o grão que nossos avós comiam. Por exemplo, o atual tem uma sequência de 48 cromossomos enquanto o de 1940 tinha 28 e o trigo descrito na Bíblia apenas 14. A mudança foi devida ao aperfeiçoamento genético do produto.

Nesse momento alguns vão pensar, mas o trigo salvou civilizações em tempos de falta de comida, ainda hoje evita a fome em vários países onde o solo não produz, é transportável, dura mais tempo na prateleira, etc, etc. Sim, tudo verdade! Então volte ao segundo parágrafo e pense nas suas refeições. Estudiosos chegaram à conclusão que em média nossas refeições são compostas de algo em torno de 50% de farinhas, refinadas ou não.

Outro fato importante sobre grãos atuais é que eles são inflamatórios, aumentam a permeabilidade intestinal e contém um gene conhecido por ser o gatilho para a doença celíaca (assunto que posso falar depois). O estudo reflete sobre o número de celíacos ter quadruplicado nos últimos 40 anos.

Entretanto, substituir produtos com glúten por outros do tipo "não contém glúten" também não resolve, dizem eles. Não conter glúten pode significar "contém farinhas ainda piores", por exemplo a de milho que é transgênico e cheio de pesticidas embutidos, veja uma explicação aqui. Fica o alerta "Substitua o glúten por uma boa alimentação sem glúten".



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Isabela: designer, especialista em tecidos automotivos, estudou psicologia clínica, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso gosta de compartilhar as coisas interessantes que encontra pelo caminho.
ATENÇÃO

Todo o material escrito na seção ALERGIA tem somente a intenção de informar com referências. Você não deve de jeito algum deixar de conversar e comunicar seu médico sobre suas decisões de trocar ou parar de tomar qualquer remédio, suplemente ou começar a fazer qualquer tratamento. Por favor use o bom senso, faça sua própria pesquisa. Consulte seus especialistas quando resolver fazer alguma substituição que afete sua vida.

2 comentários:

  1. Muito interessante!
    De fato, repensar nossos conceitos de tempos em tempos é muito importante. Não é porque algo FOI bom que ele sempre SERÁ bom.
    A indústria alimentícia tem um papel importante no aumento do consumo de carboidratos, mas foi a comunidade científica quem deu o aval, com suas pesquisar, agora já ultrapassadas.

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  2. Isso está me parecendo uma estratégia para conter o consumo de grãos, visando baixas na produção local dos EUA e a não necessidade de importação do caro insumo no mercado internacional... rs

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