Em inglês a camiseta é chamada de T-shirt traduzindo, camisa em forma de T.
A história da peça chave de qualquer guarda-roupa contemporâneo começa em 1920 quando o Senhor Robert P. Miller abre, no estado americano da Pensilvânia uma fábrica de roupas. Entre todos os produtos da malharia estava a camiseta de malha branca.
Antes de existir a camiseta que conhecemos os americanos vestiam uma espécie de pijamão de lã por baixo das roupas. A peça única tinha botões na frente, era usada por homens, mulheres e crianças e se chama union suit. Se olhar na amazon.com vai ver que ainda vendem delas por ai.
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Crianças usando o union suit. |
Foi quando uma empresa especializada em fazer os pijamões resolveu renovar a peça íntima, em 1853 separando-a em duas peças. Sucesso de vendas, a parte de cima, ainda com os botões virou moda entre os homens. Confortável, mais fácil de lavar e secar foi incorporada ao uniforme dos soldados durante a guerra entre Estados Unidos e Espanha (1898). Depois disso virou produto básico para fazendeiros, operários da construção civil, portuários e os mineradores do oeste americano.
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Marinheiros franceses com camisas de malha no Século 19. |
Continuando no mundo militar, durante a Primeira Guerra Mundial (1914) os soldados americanos que lutaram na França voltaram para a casa com essas camisas sem botões e feitas de algodão. Diz a lenda que a Rainha Victória da Inglaterra resolveu visitar um batalhão de soldados, mas como todos eles estavam de regatas o capitão pediu que costurassem mangas nas camisetas. Afinal não pegava bem para uma Rainha ver aqueles sovacos cabeludos. Verdade ou não, fato é que os americanos voltaram da Europa com camisetas ainda mais leves, confortáveis e práticas.
Não demorou muito para que alguns empresários americanos do ramos têxtil produzissem em suas fábricas as tais camisetas. Entre eles o Sr. Miller que nos anos seguintes continuou vendendo o artigo, principalmente na costa leste do país. A T-shirt se tornou uma peça básica do vestuário masculino e cá entre nós (da indústria têxtil) este é mais um exemplo de redução de custo que veio para ficar.
Dentro da indústria têxtil tudo normal até que alguém resolveu misturar fios coloridos nas máquinas de malharia para fazerem tecidos diferenciados. Foi quando surgiram as camisetas listradas de malha jersey do Sr. Miller.
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Reedição da famosa camiseta Miller, 2012.
Sem costura lateral e feita com fio tinto. |
Um tempo depois, em 1931, durante a Grande Depressão Americana era comum ver homens na rua usando camisas abertas deixando aparecer as camisetas que ficavam por baixo. Na mesma época já haviam camisetas com estampas e tanto estudantes universitários quanto esportistas as usavam com o nome das respectivas universidades e times. Até o ano de 1940, 100% das camisetas eram feitas para serem usadas com outra peça por cima.
Durante a Segunda Guerra Mundial a camiseta foi incorporada ao uniforme dos soldados e marinheiros americanos. Aos poucos o público cívil foi se acostumando a ver fotos de homens usando essas camisetas no trabalho pesado ou no calor.
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James Dean, Juventude Transviada. |
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Marlon Brando, Uma Rua Chamada Pecado. |
Somente alguns anos depois, com a ajuda de Hollywood a camiseta entraria definitivamente para o convívio social. O ator Marlon Brando (1951) foi o primeiro a usar a camiseta como peça de vestuário ao invés de roupa de baixo. Outro bad boy do cinema, James Dean (1955) também seguiu o estilo que faria a camiseta branca se firmar como ícone da liberdade de uma juventude rebelde.
Os anos seguintes teriam ainda mais rebeldia com protestos anti-guerra e movimentos em favor da liberdade. Usadas como meio de expressão as mulheres também se adaptam ao momento histórico e junto com os movimentos feministas começam a usar as prestigiadas camisetas.
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Pessoas muito loucas no Festival de Woodstock e a camiseta também. |
Atualmente 80% das camisetas vendidas nos Estados Unidos é feita fora do país e quase todas tem estampas impressas.
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