Aqui é assim: os “Donos de Bandeira de Reis” com seus seguidores fiéis, já no mês de dezembro saem pelos caminhos de roças, sítios e fazendas para lembrar a grande comemoração do dia seis de janeiro. Levam instrumentos musicais e a Bandeira do Presépio. Chegando à casa do proprietário daquelas terras, pedem licença, cantando e dançando, para entrar. O dono abre a porta, recebe a bandeira em suas mãos e passa em cada cômodo da sua residência para que Os Santos Reis Magos a abençoem.
Depois de lhes serem oferecidos uma pequena refeição e um adjutório para a festa prevista, continuam caminhando, visitando outras famílias campesinas.
O ritual se repete através dos tempos, com variações, por serem diversas Bandeiras.
Algumas só visitam as casas da cidade e são bem recebidas por cristãos.
No Dia de Santos Reis, que a Igreja Católica mudou de data fixa para móvel, (atualmente festejada no segundo domingo de janeiro) é celebrada a missa. Em algumas paróquias, a Folia de Reis adentra o templo.
Na cidade pequena, ou na periferia da grande, ainda sai a Bandeira uma última vez, até que tarde da noite chegue à casa do seu Dono. Seguida por uma multidão, os componentes que dançam vestidos de estampas em colorido forte, vão “cortando jaca” em troca de um dinheirinho: dançam, pulam, viram piruetas e dão saltos mortais.
A chegada da Folia é anunciada com fogos de artifício, e onde são muitas de volta às suas casas, o foguetório também é grande.
Os mais ousados ainda transpõem, num salto, o arco de bambu pegando fogo!
Hora do jantar, convidados chegando, muita bebida rolando, todos revivendo a alegria dos Reis Magos, que seguindo a Fé, alcançaram a Salvação!
E viva nossa tradição!
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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