Curso Como Comunicar Tendências do Observatório de Sinais. |
Mesmo quando relutamos em seguir uma modinha, quando não damos a mínima ou quando usamos exatamente o contrário do que o mundo fashion ditou, estamos sujeitos as tendências. Elas são retratos do contemporâneo que possibilitam retrospectivas e estratégias de uma geração. São muito valiosas para os que sabem ler essa escrita cultural.
Saber comunicar uma tendência é parte importante da vida de um designer, de qualquer um deles. Não somente para o desenvolvimento de um produto, mas para o posicionamento de marcas, planejamento e orientação de inovações, construção de argumentos, lançamento de produtos ou serviços.
Todo mundo bom da cuca gostaria de poder controlar os riscos e diminuir as incertezas na criação, produção e venda de um novo produto. Eu me considero parte desse grupo por que gosto bastante da ideia de diminuir a angústia da incerteza. Apesar de conviver bem com ela. Depois de um tempo no mercado automotivo era esperado que isso acontecesse, ou já teria morrido.
Vivendo nos Estados Unidos é comum perder a referência materna européia que tanto influencia a nossa gente brasileira. Então, foi bem bom participar de um curso onde pude ouvir causos do filósofos franceses Gilles Lipovetsky e Theodor Adorno, notícias de Amsterdam, do Salão de Milão, além de relembrar a clássica Bauhaus.
Também aprendi que uma voz no deserto (um filósofo moderno que não guardei o nome) acha que a Disnelandização, aquela moda das meias masculinas infantis que postei aqui e aqui, não são infantilizações. São parte do repertório lúdico precedente integrado à vida adulta do ser. Entendo e respeito a opinião dele, mas sigo achando esse tipo de homem pouco interessante e nada charmoso.
Algumas pérolas citadas no curso eu vou registrar e dividir foram estas:
"No Brasil, a área comercial é uma veia muito forte que
não deixa o designer contar sua história."
"Se um designer não quiser influenciar pessoas,
melhor que vá plantar uma horta."
* O comentário do prof. Dario Caldas no linkedin. Oi, Isabela, li e gostei! A "voz solitária no deserto" é do próprio Gilles Lipovetsky, que já argumentou, mais de uma vez, contra a tese da infantilização, por seu reducionismo (como discutimos no curso). Obrigado por sua participação e espero tê-la em breve consoco novamente. Abs!
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Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso tem coisas interessantes para compartilhar.
Adorei!
ResponderExcluirO curso deve ter sido muito bom mesmo! O Observatório de Sinais é ótimo! E essas pérolas????!!!! Realmente mereceram ser registradas!
ResponderExcluirModa ditava padrões a serem seguidos. Obedeciam apenas os ditames econômicos. Períodos pós guerras traziam mudanças radicais sim. Já o termo tendência é amplo em opções para pessoas diferentes por isso o designer tem tanto espaço de atuação. Acertei?
ResponderExcluirÉ sim um termo amplo e também o coringa do jogo. Uma tendência é uma direção que pode mudar com qualquer sopro de vento. Para quem mora em São Paulo, a tendência eram grandes letreiros com o nome de loja até o dia que uma lei disse que devia ser proporcional ao tamanho da fachada. Pronto, hoje a tendência é usar cores, grafismos e outros artifícios porque o logo tem que ser pequeno.
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