Por fim, “O BARBA AZUL”, conto inspirado no estilo de vida de um “serial killer”. Imaginem! “CASADO COM UMA LINDA MOÇA QUE VEM A DESAPARECER, O BARBUDO TORNA A SE CASAR. COMO A FATALIDADE VOLTA A ACONTECER, CASA-SE DE NOVO E DE NOVO, ATÉ QUE A ÚLTIMA DA SÉRIE VEM A DESCOBRIR : __ ELE MATAVA SUAS ESPOSAS E MANTINHA OS CADÁVERES BEM TRANCAFIADOS, EM CÔMODOS INDIVIDUAIS DO PORÃO.”
Embora as crianças morressem de medo do
personagem estavam sempre pedindo à babá que contasse novamente a história do
“BARBA AZUL”.
Uma certa noite em que a babá estava na
roça (como na cantiga de ninar), as crianças esconderam da irmã mais velha (no
lugar de D. Sanja) pedindo que fosse procurá-las, e ela foi. Achadas, pediram a
ela que lhes contasse uma história. Embora sonolenta, cobriu seus irmãos em suas
caminhas (semelhante à brincadeira de pique - esconde) e começou a embromar:
“Era uma vez um homem muito rico que morava
no campo e criava cavalos. Tinha o maior luxo com seus animais. Cuidava de cada
um com um alimento especial e os conservava em baias diferentes: de ouro,
prata, pérola, diamante e pedras preciosas diversas.
Sentindo-se solitário mesmo com tamanha
riqueza, O BARBA AZUL resolveu ir à cidade pedir a mão da moça mais linda em
casamento. A festa durou três dias e três noites quando os cavalos ficaram
soltos para que todos apreciassem o porte magnífico deles e achassem que viviam
felizes, soltos naquelas verdes relvas.
Entediada naquela vida longe dos pais e
irmãos, MARIALVA, esposa do BARBA AZUL, passa os dias escovando e alimentando
os cavalos até que um dia, pisando no feno, sente um espinho no pé e exclama:
_Ai!
_O que aconteceu? – pergunta uma voz rouca.
Marialva olha para um lado e outro para ver
quem poderia ter falado com ela. Só vê seus amigos, os bem tratados cavalos do
BARBA AZUL.
_ Quero saber se posso ajudá-la?
Era o cavalo da baia de ouro falando!
_ Antes de ajudar-me preciso saber como você aprendeu a falar.
E o animal começou a contar sua história:
_ Sou mitológico. Sei voar também. Depois
de capturar-me, o BARBA AZUL colocou-me nesta baia de ouro que não é minha.
Assim perdi a força para voar de volta ao meu mundo.
_E sua baia era de quê?
_De prata.
_Você acha que se eu trocar sua baia o
feitiço se desfaz?
_Tenho certeza disso. Meus colegas estão
todos nos lugares errados para não conversarem nem fugirem. Consegui soltar
minha voz ao ouvir seu AI! Não suporto ver ninguém sofrer.
E Marialva conversou com os cavalos, e
destrancando-os fez com que mudassem de lugar para recuperarem seus dons de
nascença.
O primeiro cavalo, agradecido, disse então:
_ Levo-a onde quiser, pode montar-me.
_Então quero ir à minha cidade contar o que
acontece aqui e dizer para os pais das minhas colegas que não deixem suas
filhas se casarem com o BARBA AZUL por riqueza nenhuma.
E lá se foram os dois cruzando os céus num
vôo suave. Olhando para baixo, viram o BARBA AZUL esbravejando e gesticulando
para que voltassem ao seu domínio, mas eles não voltaram.
_Então os coitados dos outros cavalinhos
não voaram para seus mundos perdidos? - Perguntou a única criança que ainda
estava acordada naquele quarto.
_Não, porque eles queriam arrancar cada
fiapo da barba daquele feiticeiro, de maneira que ele perdesse seus poderes
malignos. É isto.
_Boa noite!
_Durma bem querida. O mal nunca vencerá, no
reino do “FAZ DE CONTA”.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
Atualíssimo este conto da carochinha na frase O MAL NÃO VENCERÁ... qdo. comparamos com notícias políticas das manchetes de alguns países HOJE. Então... K K K K K...
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