setembro 22, 2013

Barba Azul, continuação.


Por fim, “O BARBA AZUL”, conto inspirado no estilo de vida de um “serial killer”. Imaginem! “CASADO COM UMA LINDA MOÇA QUE VEM A DESAPARECER, O BARBUDO TORNA A SE CASAR. COMO A FATALIDADE VOLTA A ACONTECER, CASA-SE DE NOVO E DE NOVO, ATÉ QUE A ÚLTIMA DA SÉRIE VEM A DESCOBRIR : __ ELE MATAVA SUAS ESPOSAS E MANTINHA OS CADÁVERES BEM TRANCAFIADOS, EM CÔMODOS INDIVIDUAIS DO PORÃO.”

Embora as crianças morressem de medo do personagem estavam sempre pedindo à babá que contasse novamente a história do “BARBA AZUL”.

Uma certa noite em que a babá estava na roça (como na cantiga de ninar), as crianças esconderam da irmã mais velha (no lugar de D. Sanja) pedindo que fosse procurá-las, e ela foi. Achadas, pediram a ela que lhes contasse uma história. Embora sonolenta, cobriu seus irmãos em suas caminhas (semelhante à brincadeira de pique - esconde) e começou a embromar:

“Era uma vez um homem muito rico que morava no campo e criava cavalos. Tinha o maior luxo com seus animais. Cuidava de cada um com um alimento especial e os conservava em baias diferentes: de ouro, prata, pérola, diamante e pedras preciosas diversas.

Sentindo-se solitário mesmo com tamanha riqueza, O BARBA AZUL resolveu ir à cidade pedir a mão da moça mais linda em casamento. A festa durou três dias e três noites quando os cavalos ficaram soltos para que todos apreciassem o porte magnífico deles e achassem que viviam felizes, soltos naquelas verdes relvas.

Entediada naquela vida longe dos pais e irmãos, MARIALVA, esposa do BARBA AZUL, passa os dias escovando e alimentando os cavalos até que um dia, pisando no feno, sente um espinho no pé e exclama:

_Ai!

_O que aconteceu? – pergunta uma voz rouca.

Marialva olha para um lado e outro para ver quem poderia ter falado com ela. Só vê seus amigos, os bem tratados cavalos do BARBA AZUL.

_ Quero saber se posso ajudá-la?

Era o cavalo da baia de ouro falando!

_ Antes de ajudar-me  preciso saber como você aprendeu a falar.

E o animal começou a contar sua história:

_ Sou mitológico. Sei voar também. Depois de capturar-me, o BARBA AZUL colocou-me nesta baia de ouro que não é minha. Assim perdi a força para voar de volta ao meu mundo.

_E sua baia era de quê?

_De prata.

_Você acha que se eu trocar sua baia o feitiço se desfaz?

_Tenho certeza disso. Meus colegas estão todos nos lugares errados para não conversarem nem fugirem. Consegui soltar minha voz ao ouvir seu AI! Não suporto ver ninguém sofrer.

E Marialva conversou com os cavalos, e destrancando-os fez com que mudassem de lugar para recuperarem seus dons de nascença.

O primeiro cavalo, agradecido, disse então:

_ Levo-a onde quiser, pode montar-me.

_Então quero ir à minha cidade contar o que acontece aqui e dizer para os pais das minhas colegas que não deixem suas filhas se casarem com o BARBA AZUL por riqueza nenhuma.

E lá se foram os dois cruzando os céus num vôo suave. Olhando para baixo, viram o BARBA AZUL esbravejando e gesticulando para que voltassem ao seu domínio, mas eles não voltaram.

_Então os coitados dos outros cavalinhos não voaram para seus mundos perdidos? - Perguntou a única criança que ainda estava acordada naquele quarto.

_Não, porque eles queriam arrancar cada fiapo da barba daquele feiticeiro, de maneira que ele perdesse seus poderes malignos. É isto.

_Boa noite!

_Durma bem querida. O mal nunca vencerá, no reino do “FAZ DE CONTA”.


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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

Um comentário:

  1. Atualíssimo este conto da carochinha na frase O MAL NÃO VENCERÁ... qdo. comparamos com notícias políticas das manchetes de alguns países HOJE. Então... K K K K K...

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