setembro 12, 2016

Você já ficou Maluco Beleza com uma cachaça artesanal?

O que mais tem em São Thomé das Letras – MG?  Você gosta de cachaças artesanais?

Imagem: Três pontos especiais Sãothomísticos: Pirâmide, Cachoeira Paraíso e Cachoeira Vale das Borboletas.

Em 2015 tivemos um post (aqui) falando um pouco sobre o que tem em São Thomé das Letras em Minas Gerais. Nesse segundo post sobre São Thomé vamos falar sobre as cachaças artesanais de lá.

Entre os produtos artesanais mais consumidos da Cidadela Mística está a Pinga, o Mé, aguardente composto. Cachacinhas artesanais com sabores de frutas ou doces típicos que lembram muito a textura e sabor de licores. São preparadas tendo como base a cachaça artesanal de alambiques locais e condimentos que fazem as misturas onde surgem os sabores, e que sabores! A mais tradicional chama-se Figuinho e seu gosto é basicamente o mesmo daquele doce de figo em caldas. Mas tem muitas outras e com nomes super criativos para os fãs da cidade.

Cachaça Maluco Beleza do Nanau de São Thomé das Letras - MG

Estive no bar do Sr. Leonaldo Alves de Oliveira, mais conhecido como Nanau que trabalha produzindo essas cachaças há 12 anos. Fica localizado na Rua Plínio Pedro Martins, n 160, em frente a galeria no centro da cidade . Antes ele tinha um bar convencional e fabricava apenas dois tipos dessas cachaças, até que resolveu criar mais sabores, e mais. Desde então trabalha somente com isso, sozinho e às vezes com a ajuda de seu sobrinho cuida de tudo desde o processo de produção até a venda no bar, usa a cachaça artesanal de alambiques amigos para produzir suas saborosas pingas sãothomísticas. 

Imagem: fotos do bar do Nanau, das pingas e cardápio.

Para quem for passear pela mística São Thomé e ainda não experimentou essas delícias artesanais o simpaticíssimo Nanau indica primeiramente os sabores: “Gabriela” (cravo e canela), Figuinho, Segredinho e Abacaxi com Maracujá. Mas o cardápio é imenso, você pode saborear a de Milho verde, Chocolate com Pimenta, Melancia, Pêssego, Bananinha, Uva, Jabuticaba, Amendoim, e ainda as de nomes bem alternativos como: Maluco Beleza, Sangue do Raul, borboleta azul, Fada, Bruxa, Mago, Duende, Ventania, Só para loucos, Mística, ET e Nectar dos deuses! Experimentei: Fada, Figuinho, Bananinha, Milho Verde, Amendoim, Segredinho e ainda não sei de qual gostei mais.

Algumas curiosidades sobre cachaça:

-> Dia 13 de Setembro é o Dia Nacional da Cachaça;

-> Cachaceiro não é quem consome bebida alcoólica sem moderação e sim aquele que produz a cachaça;

-> A cachaça é a terceira bebida destilada mais consumida do mundo, ficando atrás apenas do Soju  e da Vodka;

-> Minas Gerais é o Estado brasileiro que mais produz cachaça artesanal e é onde fica o maior colecionador de cachaça do mundo que entrou para o Guiness  Book em 2009, com 12.800 garrafas diferentes em sua coleção;

-> Da produção de cachaça no Brasil, 30% é artesanal de alambique e de toda produção industrial e artesanal 99% é consumida dentro do país, apenas 1% é exportada. A Alemanha fica depois do Brasil como a maior consumidora de pinga;

-> Snoop Dog, aquele rapper americano super famoso é Sócio e “embaixador” da marca de uma Cachaça Brasileira Mineira: a “Cuca Fresca”




-> Por aqui o consumo do “mé” pode até ser mal visto ou visto com olhos diferentes se comparado ao consumo de vodka e outros destilados, ou até mesmo vinhos, mas no exterior a cachaça é artigo de luxo, uma bebida chique, exótica, típica e proveniente do Brasil, lá eles pagam uma nota grande para tomar uma “51” que aqui é bem em conta.

-> Aquele ditado “Tudo que é demais faz mal” é real e vale para o consumo de bebidas alcoólicas, portanto, vale para a cachaça. Sendo assim, não deixe a responsabilidade de lado quando for beber.

Sites consultados:




Outros posts da Amanda você lê aqui.


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Amanda estuda Filosofia e mora em Ouro Preto – MG. Lança no mundo um olhar contemplativo e é por isso que gosta trocar informações e curiosidades sobre tudo o que admira e experimenta. Acredita que as perguntas movem o mundo e o conhecimento pode ser um remédio para a alma. Escrever no Caderno de Perguntas é uma forma de passar um pouco da sua bagagem adiante.

setembro 09, 2016

Pé de moleque

Por Elisabeth Santos



Sô Zé tinha tudo pra gostar de comer “pé de moleque”. De família do interior das Minas Gerais, seu avô materno tinha fazenda e usina de açúcar. Seu avô paterno tinha lavouras, inclusive de amendoim. Com tanta rapadura e amendoim, ao alcance da mão, não faltava doce nas sobremesas. Era “pé de moleque” o ano inteiro!

Quando ficou idoso, Sô Zé entendia de “pé de moleque” como ninguém. Mesmo tendo se mudado para uma cidade grande, conhecia as bancas do mercado que trabalhavam com seu doce preferido; sabia em qual supermercado encontraria ou não sua marca predileta; ensinou a cozinheira da casa a fazer e apurar o doce pingado ou de cortar, e não perdia uma oportunidade de experimentar novas receitas.

Para Sô Zé, em matéria de doce de amendoim, não tinha tempo ruim: estivesse fazendo frio, calor ou chuva; fosse a visita chique ou não; estando ele com dor de dente ou de barriga... “pé de moleque” tornava tudo melhor!




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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

setembro 05, 2016

Looking for unique things to do in Minas Gerais?

 Curious and fun facts about Brazil


The Estrada Real pathway crosses 3 states in Brazil (Rio, Sao Paulo, and Minas), and coat.

The Royal Road or Estrada Real is an old way to go from Tiradentes to Caxambu city in Minas Gerais State. Even better that those cities are the trip itself, the path between both ends. Be prepared for bucolic landscapes, frugal lifestyle, Brazilian history, and very interesting people to talk with.

Chances are that a true Brazilian might not understand where folks will indicate to go. Why is that? They usually say something like: “keep thru, and turn right before Joe’s house, then left after the Mrs. Mary’s farm”. Lol, like we know where those people live. So, don’t worry if you get lost for a while. Enjoy the view, and take a chance to have a cheese bread and coffee with Brazilian natives.

The Royal Highway, or in Portuguese called Estrada Real is 111 miles (180 kilometers) built by the Portuguese when Brazil was still a part of the Portuguese Royal Monarch. Their intention was to transport gold and diamonds from Minas Gerais state to the ports, and later to Portugal.


It’s a very rustic road, which means no asphalt or cement will be found on those roads. It meant to be explored by bike, bicycle, or even hiking. Be careful in the rain season without a 4W vehicle, and remember to look for one of those signs that show each 1.2 miles (2 kilometers). They will tell you what is the main road, its detours, and cities are nearby. Touristic agencies can help you with transportation from the airport in Belo Horizonte until the beginning of your journey.

The 1st recommended stop is 12.5 miles (20 kilometers) before Tirandentes city. It’s called Engenho Boa Vista (Boa Vista Mill), and it’s the oldest you'll find in the country. Gates are always open for you talk with owners who descend from the man called Tiradentes (just like the city). Don’t forget to try the cachaça (very strong liquor made from sugar cane) which is made there since 1755 while you try sausage, fresh cheese and jabuticaba jam (read about jabuticaba fruit here).

This fresh cheese it's only found in Minas. Jabuticaba jam, a unique deli. Cachaça, the inspiring soul of caipinha drink.

If you prefer something more hillbilly like, ask for the riding horses called cavalcade. It’s a 3 hours smooth riding around farms, railroad, and rivers where Portuguese used to extract Brazilian gold. And don’t forget that January is the best time also so to see the Movie and the Gastronomic Festival on Tiradentes city.

I'll talk about Tiradentes city next time. See you there.


Want to know more curious facts about Brazil? Go here and scroll down the mouse.


setembro 02, 2016

Tucanos

Por Elisabeth Santos

Oito e quinze da manhã e escuto uma barulheira no quintal.

Vejo que vizinhos exóticos tomaram posse da árvore...

aquela que não caiu na ventania do ano passado.

Eles atacam os ninhos dos passarinhos com seus bicões.

São tucanos,

com quem dividimos espaços.





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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".  

agosto 31, 2016

Quote by Aristotle



Edison Villela is Brazilian, married, live in Greenville, SC, since 2011. I like reading, watching good movies, playing the guitar (not that I know how), learning new things, understand more about myself, and the rest of the world. That’s why I love Philosophy so much! You can also find me at Edisonvillela.com

agosto 29, 2016

Já pensou sobre céu e inferno?

Já pensou nesses lugares considerando apenas o aqui e o agora? 

Céu e inferno.

Céu e inferno fazem parte da crença e imaginário de grande parte das pessoas. Escritores, poetas e filósofos usaram esses dois termos como analogias aos estados humanos de alegria e plenitude e de sofrimento e angústia. 

Em seu livro "108 CONTOS E PARÁBOLAS ORIENTAIS", Monja Coen expõe de forma primorosa e simples algumas questões como essa – sobre o céu e inferno - de acordo com o conhecimento budista: 

CÉU E INFERNO 

Um orgulhoso guerreiro chamado Nobushige foi até Hakuin Ekaku - um eminente monge da tradição Rinzai do budismo japonês medieval - e perguntou: 

-Se existe um paraíso e um inferno, onde estão? 

- Quem é você? - perguntou Hakuin. 

- Eu sou um samurai! - o guerreiro exclamou. 

- Você, um guerreiro?  -riu-se Hakuin. - Que espécie de governante teria tal guarda? Sua aparência é a de um mendigo! 

Nobushige ficou tão raivoso que começou a desembainhar sua espada, mas Hakuin continuou: 

- Então você tem uma espada! Sua arma provavelmente está tão cega que não cortará minha cabeça. 

O samurai continuando a desembainhar a espada, avançou pronto para matá-lo, gritando de ódio. Nesse momento, Hokuin gritou: 

- Acabaram de se abrir os Portais do Inferno! 

Ao ouvir essas palavras, e percebendo a sabedoria do mestre, o samurai embainhou sua espada e fez-lhe uma profunda reverência. 

- Acabaram de se abrir os Portais do Paraíso - disse suavemente Hakuin. 
                                                                                      . 
Os textos clássicos do budismo dizem que céu e inferno são muito semelhantes. Em ambos os locais há uma mesa imensa com alimentos deliciosos. As pessoas estão sentadas em cadeiras altas e com conchas longas amarradas em seus braços, portanto não conseguem dobrar os cotovelos. 

No céu, todos sorriem felizes e satisfeitos, pois as conchas são capazes de levar os alimentos diretamente para a boca de quem está sentado do outro lado da mesa. No inferno todos gritam e se insultam mutuamente, tentando em vão, se autoalimentar. Assim, céu e inferno dependem do seu estado mental de contentamento ou enfezamento. 
(Monja Coen em 108 contos e parábolas orientais)

Site da foto.

Claudia Dias Baptista de Souza nasceu em São Paulo e é a monja zen budista brasileira, quando bem jovem viveu tempos no exterior, passou por uma vida normal em sua época, onde desabrochava o movimento Hippie, um de seus trabalhos era o de enrolar cabos - de fios- nos palcos onde houvessem shows. Viveu autenticamente como uma hippie em sua época, onde ter apenas uma calça jeans era a demonstração em prática do desapego e sustentabilidade. Fã de The Beatles e Pink Floyd e sempre muito astuta e determinada se interessava em compreender e praticar o que seus ídolos - os quais ela considerava muito inteligentes – vivenciavam, desse modo, conheceu  a meditação o que sem dúvida foi  um grande marco em sua história, pois foi a partir daí que iniciou uma linda e nobre jornada de peregrinação tendo em vista o Zen Budismo, o amor e a paz interior. 

É interessante pensar em céu e inferno internos que acabam pulando para fora na medida em que sentimos a graça de um ou terror do outro, o que é interior e pequeno se torna exterior e maior na medida em que deixamos isso acontecer. Se ponderamos que ao menos nossos céus e infernos podem ser compreendidos, trazidos à luz, nos tornamos capazes de administrá-los melhor. 

Outra abordagem da tradição budista trazida pela Monja é a de que os "estados" de céu e inferno são muito parecidos, o que muda é o entendimento interior das pessoas sobre as circunstâncias em que se encontram, o olhar para o próximo, trabalhar em conjunto, doação, sentimentos de empatia, gratidão e paz fazem do céu um lugar paradisíaco, enquanto que sentimentos contrários a esses tornam o inferno detestável. 

Dedico este post ao querido Merlin.



Referência: 
Coen, Monja. 108 contos e parábolas orientais. 2ª ed. - São Paulo; Planeta, 2016. 78 pp.


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Fatores de impacto no design de interiores


Sabemos que o design de interiores tem um grande impacto no mundo ao nosso redor, mas quais são esses impactos? O gráfico abaixo vai te ajudar a descobrir alguns deles.


Fatores importantes:

Problemas globais
- a economia
- proteção ambiental
- segurança

Valores Culturais
- diferenças geracionais
- bem-estar
- comunidade
- excelência em design

Atividade de design
- proposição de valores
- estruturas sólidas
- tempo
- data e conhecimento

Os números são do mercado americano, mas penso que podem ajudar a entender o estado da arte do design de interiores.

- 68 mil pessoas estão empregadas no setor no momento
- existem 12 mil firmas de design de interior
- movimentando $9 bilhões de dólares
- 29% dessas empresas estão contratando este ano
- 11% mais profissionais designers desde 2015


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Livrarias que eu quero conhecer



agosto 26, 2016

Dona de Casa III

Por Elisabeth Santos


Toda dona de casa tem ideias a sugerir aos fabricantes de utilitários domésticos. Há quem acredite que a evolução do primeiro fogão teve a participação dela, a dona de casa.

Mesmo já tendo auxiliar de cozinha, sonhou com um apetrecho que cozinhasse sem enfumaçar sua casa, sujasse o chão, e ainda cozinhasse alimentos no ponto certo do paladar de todos e de cada um!

A geladeira veio a diminuir as idas e vindas ao açougue, laticínios e venda de frutas e verduras. E mesmo sendo aperfeiçoada todo dia merece algumas ideias. Que tal uma com sensor de espaços para dizer a quem a abre o lugar certinho de se colocar a vasilha que tem à mão? Ou uma, mais esperta ainda, que pudesse detectar e eliminar os pingados, derramados ou mal cheirosos ali esquecidos?

E um aspirador robotizado que pusesse a sujeira fora e ainda trocasse o refil sozinho? Uma máquina de lavar louça com esteira rolante pondo em ordem canecas, talheres e pratos? Outra de lavar roupas que as pendurasse ao término do processo? Como uma caixa de surpresa de onde saltasse uma mola em espiral com cada roupa esticadinha. Nem precisaria que as meias viessem enfileiradas aos pares... 

E para terminar, pós-sugestões do contingente mundial de Donas de Casas, que tal um ventilador de teto, que ligado para puxar o ar para o alto, automaticamente cortasse as asas dos aedes egipsy?




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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

agosto 22, 2016

Como ficou o saldo de design das Olimpíadas no Brasil?

O vibrante e esverdeado Rio de Janeiro merece uma medalha só por vencer a competição "aglomerado de pessoas sem ataque muçulmano". Foi ouro com louvor. A prova de "aumentar visibilidade do país" também obteve um alto score, ainda que com repercussões não tão boas. Levamos prata. Já sobre "trazer turismo e investimentos - em dólar" eu fico na dúvida, porque as arquibancadas estavam meio vazias. Seria um suado bronze.

Outros infortúnios como furtos e roubos, me dou o direito de não comentar aqui. Entretanto, sobre design de interiores, arquitetura e engenharia posso dizer que nem nos classificamos. Ou vai dizer que não viu os posts internacionais do pessoal alojado nos apartamentos? Esse da fita adesiva é o melhor. Veja outros aqui.

Time da China, no twitter.
Fita adesiva é uma coisa que o atletas não podem esquecer no #Rio2016.
Vai te ajudar de muitas maneiras na Vila Olímpica.

A exposição mundial das instalações do Rio foi grande. Sem contar às altas expectativas de atletas que já passaram por várias cidades e à pressão social - global, no caso. Lembro que por 2 semanas, a cada 4 anos, todo mundo está focado na cidade sede das Olimpíadas de Verão (referência do hemisfério norte).

No Rio, a montagem da estrutura foi logisticamente complicada. Afinal, de última hora é difícil fazer coisas boas. Veja este postEm geral, os projetos devem ser feitos com edificações que ressaltam a região. É uma oportunidade sem precedentes para a cidade sede reafirmar seu esplendor. Um exemplo foi Barcelona, na Espanha, a cidade literalmente reviveu após os jogos Olímpicos com os investimentos na infraestrutura da cidade. Dizem que Barcelona voltou ao calendário turístico após 1992.

Poucos sabem que nos bastidores dos jogos há também uma competição de arte, arquitetura, engenharia e design. Afinal, quem não se lembra do ninho de Beijing? O equilíbrio entre prazo de entrega e efeito visual foi fundamental nessa edificação. 

Estádio ninho de pássaro na China.
No trabalho entre designers e engenheiros as pequenas empresas não têm vez em parte devido à papelada do COI, que até foi reduzida nos últimos anos. O processo faz com que somente as melhores e mais experientes empresas passem na avaliação do Comitê. Pelo menos é o deveria ter acontecido no Rio. Ou vai me dizer que a pia caída no quarto do jornalista chinês representa as melhores empresas de construção do Brasil? Eu não acho!

Uai, então quem ganha uma concorrência dessas? Somente grandes empresas como AECOMSOM e Populous, isso lá no início do processamento das ideias. Isso não quer dizer que pequenos não participam de nada, mas é muito difícil um deles ganhar a concorrência do grande projeto. 

Mas para não dizer que não falei de flores... 30 milhões de itens foram comprados localmente ou feitos à mão, como os travesseiros. Sabrina Porcher, especialista em sustentabilidade disse antes dos jogos que ia trazer materiais simples, como concreto e tijolo para o design de interiores. Confesso que fiquei com medo, mas outros designers garantiram que o espírito crítico brasileiro foi mantido. Ufa!


Enfim, turistas que vão ao Brasil esperam ver expressionismo ou como eles dizem, drama, mas em troca terão funcionalidade. Minimalismo que é nome ensinado na faculdade, o italiano chama de espartano, o americano fala que é frugal, mas é mais conhecido como pão-durismo ou desvio. shhh

Falando nisso, babado forte: Zaha Hadid acusou os organizadores japoneses de descartarem o projeto dela para o estádio. Alegou que no centro das decisões permanecem o que eles chamam de “jantares e vinhos”. Não acham que o Rio ficou de fora dessa, né mermão? Aliás, dizem ter sido o pior desde Atenas 2004, na Grécia. Competição suja essa.

No final das contas, um desenvolvimento que custa na casa de 50 milhões de dólares precisa ainda se pagar. Façanha que só a minoria consegue e não estaremos nesse time. Ah, não vai me dizer que achou que seria diferente, no Rio? Cidade maravilha purgatório da beleza e do caos!

No final das contas, das medalhas e dos jogos, seja por bem ou por mal, nós brasileiros ficamos mais conhecidos.


Como seria a linha do tempo para as Olimpíadas se o Rio fosse um lugar organizado.