Sô Zé tinha tudo pra gostar de comer “pé de moleque”. De família do interior das Minas Gerais, seu avô materno tinha fazenda e usina de açúcar. Seu avô paterno tinha lavouras, inclusive de amendoim. Com tanta rapadura e amendoim, ao alcance da mão, não faltava doce nas sobremesas. Era “pé de moleque” o ano inteiro!
Quando ficou idoso, Sô Zé entendia de “pé de moleque” como ninguém. Mesmo tendo se mudado para uma cidade grande, conhecia as bancas do mercado que trabalhavam com seu doce preferido; sabia em qual supermercado encontraria ou não sua marca predileta; ensinou a cozinheira da casa a fazer e apurar o doce pingado ou de cortar, e não perdia uma oportunidade de experimentar novas receitas.
Para Sô Zé, em matéria de doce de amendoim, não tinha tempo ruim: estivesse fazendo frio, calor ou chuva; fosse a visita chique ou não; estando ele com dor de dente ou de barriga... “pé de moleque” tornava tudo melhor!
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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