fevereiro 27, 2017

Como reconhecer um passivo-agressivo?

Mimi and Eunice cartoon.

Eu falei no texto anterior que a partir de agora vou chamar esse comportamento de agressivo-passivo e se você perdeu a minha rápida e única explicação pode clicar aqui para ler sobre isso. Por enquanto vou deixar um outro pensamento bem aqui para você.

É provável que na infância sua mãe tenha lhe ensinado que é falta de de educação virar as costas para quem está falando com você ou não fazer o que lhe pedem ou ainda, não responder o que as pessoas lhe perguntam. Então me diga, porque seria aceitável ter um relacionamento com um adulto que faz o mesmo com você?

(Mais tarde ela também deve ter ensinado como responder com educação às perguntas indiscretas daqueles que não têm mais o quê fazer da vida. Isso também tem a ver, mas o importante ainda está na pergunta do parágrafo de cima.)

Vamos então ao assunto de hoje, como eu vou reconhecer um agressivo-passivo?

O comportamento agressivo-passivo (PA passivo-agressivo, negativista) existe ainda que não se encontre explicitamente descrito no DSM e de fato representa um desafio para muitos de nós em nossas vidas diárias. Ele pode se expressar de maneiras bem diferentes, mas tipicamente envolve a agressão não-verbal que se manifesta como comportamento negativo. Alguns exemplos podem ser responder "sim" ou "não" a uma pergunta e depois deliberadamente "esquecer" de fazer a tarefa ou nunca se lembrar dos compromissos que interessam aos outros ou ainda, evitar a comunicação quando há claramente algo importante ou problemático para ser discutido e resolvido.

Uma das coisas mais desafiadoras sobre viver ou lidar com o agressivo-passivo é que ficamos o tempo todo tentando entender o que fizemos de errado e como vamos corrigir o erro para uma próxima vez. Tudo isso consome uma energia infinita. Se você convive com um desses, sabe do que estou falando.

Certa vez, um site para membros de famílias com pessoas com transtornos de personalidade  Out of the Fog (saindo da neblina, em tradução livre) descreveu o comportamento agressivo-passivo com essas características abaixo:

1. Afastamento - incompetência ou procrastinação, lerdeza específica, priorização de atividades alternativas (que não foram definidos por vocês), a retirada de apoio material ou físico, não contribuir para objetivos compartilhados ou de família.

2. Tratamento silencioso - respostas monossílabas "sim", "não", "é", "tá", desatenção, tornar-se constantemente indisponível, virar as costas.

3. Crítica sem contexto - propagar fofocas ou críticas a um terceiro na tentativa de influenciar negativamente a opinião de outras pessoas.

4. Sarcasmo, ironias, humor negro - um humor que atinge um indivíduo específico é uma forma de comunicação agressiva-passiva, responder as perguntas com críticas ao outro devolvendo a responsabilidade da atitude.

5. Violência indireta - demonstrar força ao destruir a propriedade do outro, bater portas, fazer tarefas cotidianas de forma desleixada estragando os objetos, fazer crueldade com animais, negligência.

Esse último me lembra uma colega contando que sua mãe lava a louça em silêncio, mas com a expressão mais raivosa do mundo. Nunca pedia ajuda e também nunca determinou quais filhos deviam fazer a tarefa por ela. "Ela colocava tanta força e fazia tanto barulho que sempre quebrava, no mínimo, um copo. Então começavam as lamentações e a vitimização...".

Esquecimento e não cumprimento deliberado das tarefas sociais.















Lembrando que não é porque você uma vez ou outra usa ou usou um desses comportamentos que deve ser classificado como agressivo-passivo. Então a APA (Associação Americana de Psicologia) categorizou o agressivo-passivo por aqueles indivíduos que fazem uso constante de quatro ou mais dos seguintes traços de comportamento:

* A resistência passiva no cumprimento de tarefas sociais e rotineiras.

* Queixas constantes de serem pessoas mal compreendidas e não apreciadas pelos outros.

* Uso de humor sombrio e argumentativo.

* Críticas frequentes e irracionais à autoridade.

* A expressão de inveja e ressentimento para com os mais afortunados.

* Queixas exageradas e persistentes sobre infortúnios pessoais.

* Frequentemente alterna entre desafio hostil e arrependimento.

Vale lembrar que as personalidades agressivas-passivas muito se parecem com o narcisismo patológico, mas estes incluem um exagerado senso de autoestima. Além da falta de controle de impulsos, incapacidade de empatia e um sentimento de direito sobre os outros que pode não aparecer no agressivo-passivo.


Cartoon Mimi and Eunice ♡2010 by Nina Paley. Copying is an act of love. Please copy and share.

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fevereiro 26, 2017

Carnaval 1930

Por Elisabeth Santos

Para ver outras fotos vá no site Isto é Campanha, aqui nasceu o sul de Minas. 

Moças da sociedade participavam dos corsos na maior empolgação. Copiavam a fantasia da revista “Fon Fon”, formavam um bloco carnavalesco e iam de automóvel pelas ruas da cidade cantando.

O motorista descia a capota do veículo, para o desfile em volta da praça principal. As moças lançavam serpentinas de papel, que acabavam por emendar um veículo em outro e mais outro e no próximo, parecendo mesmo um trenzinho.

Chovia confete colorido nas pessoas que assistiam ao animado cortejo.

As marchinhas carnavalescas falavam de amores impossíveis e de saudade;  reclamavam dos governos e faziam solicitações às autoridades; criticavam alguns, elogiavam outros; nada nem ninguém escapava. As brincadeiras eram bem humoradas e houve marchinha que deixava bem claro o tanto que os foliões estariam preocupados com os comentários maldosos:

_ “A água lava, lava, lava tudo. A água só não lava a língua dessa gente”.

E os menos favorecidos também tinham vez nesse festejo. Saiam atrás do desfile principal, em suas caminhonetes e até caminhões. Fantasiados ou mascarados de improviso não ficavam devendo nada nos quesitos graça, e animação.

Certa vez um caminhãozinho quebrou, e ficou parado atrapalhando a festa. A notícia correu e chegou ao ouvido do seu proprietário. Achou que seu veículo estava transportando produtos da lavoura, mas o motorista tinha dado uma pausa para oferecer carona a um bloco carnavalesco. Com isto, o empregado foi mandado embora do serviço. Os últimos tostões que tinha no bolso apostou no jogo do bicho e acertando recebeu uma boa quantia. Montou negócio próprio, teve êxito, casou e formou numerosa família.

Carnaval tem disso: poderá mudar até o destino das pessoas!



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

fevereiro 24, 2017

Marchinhas de Carnaval

Para ver outras fotos vá até o site Isto é Campanha, aqui nasceu o sul de Minas.

A música invade o salão e os foliões vão aparecendo. Dos quatro cantos. Uns aguardam a banda tocar suas marchinhas prediletas para levantarem-se de seus lugares e irem dançar com entusiasmo:

“É hoje que eu vou pra farra ninguém me amarra eu vou me esbaldar...”

Aos brincalhões bastam os primeiros acordes de “Olha a cabeleira do Zezé...” para que entrem na folia e só saiam com o “Zé Pereira”...

Para os turistas é só ouvirem a primeira frase “Cidade Maravilhosa cheia de encantos mil” que só descansam com o “Alá aô ô ô ô ! Ai que calô ô ô ô ôr!” 

E assim o baile vai ficando ótimo, cheinho de animação, suor e risos.

Cada qual com sua preferência saudosista de carnavais passados, pois as marchinhas vêm de longa data, e entre cordões, trenzinhos e rodas sempre vão espalhando alegria.

Há quem prefira que as bebidas rolem com: “As águas vão rolar, e garrafa cheia eu não quero ver sobrar”...

Mas existe marchinha para cada escolha pessoal:

Aos sedentos: “Tomara que chova três dias sem parar”...

Revoltados: “Abre o chuveiro, mas nem um pingo... desde segunda até domingo!”

Futebolescos: “Doutor eu não me engano, meu coração é corintiano”, ou o hino da torcida do seu time.

Piadistas: “Quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato.”

Cheios de si: “Nós os carecas somos maiorais, pois na hora do aperto... é dos carecas que elas gostam mais”.

Paqueradores: “Garota você é um doce de coco. Tá me deixando louco, tá me deixando louco”...

Olheiro/Alerta: “Mulher casada que anda sozinha é andorinha... que sozinha faz verão... Andorinha, cuidado! Homem casado sozinho é gavião”!

Endividado: “Me dá um dinheiro aí”.

Bebê chorão: “Mamãe eu quero, mamãe eu quero... Mamãe eu quero mamar”...

Apaixonados: “Quem sabe, sabe. Conhece bem, como é gostoso, gostar de alguém”...

Desconfiados: “Se você fosse sincera, ô ô Ô Aurooora”...

Casados: “Trocaram o coração da minha sogra, puseram coração de jacaré”...

E assim se passa a semana do carnaval das marchinhas, até que na despedida do reinado de Momo surja a:

 “Bandeira branca amor, não posso mais, pela saudade que me invade eu peço paz”... 

pois enquanto não chega a quaresma, não há folga.

Por isso a saudade é de cada carnaval que passou, e este passando certamente vai virar saudade também.

Tal um confete colorido, ou um rio em nossas vidas...

Até o dia clarear, ou seja até o próximo carnaval!




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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

fevereiro 20, 2017

Como lidar com passivos-agressivos?

Mimi & Eunice Cartoon Mimi and Eunice ♡2010 by Nina Paley. Copying is an act of love. Please copy and share.

Há alguns anos escrevi sobre como lidar com a personalidade passivo-agressiva, mas ultimamente recebi um email pedindo para voltar ao assunto. Então, esse post é para você que pediu ajuda. Se, ao contrário, você chegou aqui hoje aqui estão os textos anteriores.

Alguns de nós estão bem familiarizados com os passivo-agressivos, de fato, mais do que gostaríamos. Entretanto nem sempre conseguimos os identificar a tempo... de fugir? Outros fatores também não ajudam no reconhecimento, como por exemplo a modificação do DSM (Manual de Diagnóstico de Transtornos Mentais) lá pela quinta edição onde o transtorno ficou escondido dentro de um outro ramo de desordens. Outro ponto a ressaltar são os nomes eufemísticos que muitas vezes usamos; pessoas negativistas, difíceis, traíras, etc.

Outro fator que na minha ridícula opinião distorce o entendimento é o nome passivo-agressivo. Por ser um comportamento enviesado e sutil é, por si só difícil de ser detectado, mas ficaria bem óbvio em português se chamássemos essa pessoa de agressiva-passiva ou agressivo-passivo. Então para facilitar a nossa vida, é assim mesmo que vou falar neste texto. Simplesmente porque é o que vai perceber primeiro depois de você ler mais sobre o assunto.

A agressividade-passiva (viu só como fica mais fácil?!) é uma maneira de expressar agressão pelo silêncio, indiferença, meios indiretos, comportamentos negativos ou aparentemente apáticos. Pode variar desde uma resistência aos trabalhos do dia a dia em casa ou no trabalho, pode também ser um jeito eterno de empurrar com a barriga, os esquecimentos infinitos ou ainda, aquela ineficiência proposital, a insubordinação ao superior, a resistência ao atender ordens simples, o ressentimento que transborda em má vontade para com os outros e os compromissos, os comportamentos contraditórios - como quando a pessoa parece entusiasmada, mas tem atitudes de sabotagem e vários outros meios de fazer muito estrago na sua vida.

Eventualmente muitos de nós pode agir com agressividade-passiva, enquanto isso o clássico agressivo-passivo (PA, passivo-agressivo) transforma esse comportamento em algo padrão para usar nos relacionamentos com todas as pessoas ao seu redor. O importante então é entender para diferenciar o patológico do esporádico e aprender a lidar com essa pessoa. Para isso vamos começar do começo, do descobrimento da patologia.

O comportamento agressivo-passivo foi documentado pela primeira vez na II Guerra Mundial quando foi usado para descrever soldados que se recusavam a cooperar com as ordens de seus oficiais. Em 1945, o Departamento da Guerra dos Estados Unidos reclamou oficialmente de soldados que se esquivavam do trabalho, se fazendo de incompetentes. O relatório dizia que eles não estavam abertamente desafiando seus superiores, mas estavam expressando raiva através de "medidas passivas, como expressões de desprezo, teimosia, procrastinação, ineficiência, a criação sistemática de empecilhos e obstáculos". Eles classificaram o comportamento como imaturo e relacionado ao stress devido à rotina militar. Depois do final da guerra, o termo continuou sendo usado militarmente, mas não demorou muito para fluir ao mundo civil. Em 1952, o termo foi publicado no primeiro DSM com as mesmas descrições usadas nos manuais militares.

A APA (Associação Americana de Psicologia) foi muito criticada na época e por anos depois disso por simplesmente copiar e colar o diagnóstico militar e seus tratamentos. Além de ignorar os problemas com os soldados e trazer o novo diagnóstico patológico para o mundo civil do trabalho e da família. Para muitos esse efeito foi horrível, já que transformava em patologia os comportamentos totalmente comuns.

Então o DSM II definiu o comportamento como uma doença mental com origem na má adaptação e por isso deveria ser devidamente tratada. Aqui está a frase do Manual de 1968: "Esse comportamento geralmente reflete a hostilidade que o indivíduo sente e não se atreve a expressar abertamente. Muitas vezes, o comportamento é uma expressão do ressentimento do paciente ao não encontrar gratificação em um relacionamento com um indivíduo ou instituição da qual ele é excessivamente dependente". (APA, 1968, página 44, código 301.81)

Pausa para pensar. 1. Essa descrição já acende uma luz, não acha? É uma expressão do ressentimento por não encontrar gratificação em um relacionamento do qual ele é excessivamente dependente. Que tal deixar essa frase marinando nos seus pensamentos por um tempo? 2. É fato que algumas pessoas veem patologia em tudo e imediatamente iniciam o tratamento medicamentoso tarja preta para todo e qualquer mínimo desvio de comportamento. Por outro lado, essas descrições ajudaram a nominar o problema e também iluminar (literalmente) a existência de quem está em convívio (sofrimento) direto com essas pessoas.

Em 1994, depois de muito debate, deixou de ser classificado no DSM IV como transtorno de personalidade. Na verdade foi diluído dentro das Desordens de Personalidades Negativistas e colocado no apêndice para futura revisão e estudo. Os sintomas continuam sendo a resistência passiva aos trabalhos de rotina, tarefas sociais, desdém por autoridades, inveja, ressentimento e as queixas de serem mal compreendidas. Agora está incluso também o humor negativo e outros problemas de personalidade não específicos.

Hoje em dia, muitos psicólogos estão pedindo à volta da classificação, pois o foco nos pensamentos negativos não representa, nem determina claramente a situação dessas pessoas. Eles ainda pedem que os estudos sejam refeitos e renovados com o acréscimo de "Comportamento irresponsável, sentimentos internos de inadequação e necessidade de reconhecimento, ressentimento ruminante e desprezo por figuras de autoridade". 

Particularmente eu me coloco neste segundo grupo de reclamantes, pois a classificação poderia representar mais estudo e novas pesquisas sobre o assunto. No que diz respeito ao povo brasileiro é inacreditável que esse comportamento não seja estudado, lido, nomeado e relembrado diariamente. Sendo irrelevante, para mim que tenha sido descoberto inicialmente em militares da Segunda Guerra Mundial. Afinal todo mundo conhece funcionários que insistentemente quebram as ferramentas quando não querem trabalhar, amigos que têm uma má vontade mórbida com os outros ou maridos que sabotam as tentativas de felicidade da família.

Então, vamos falar sobre a agressividade-passiva?

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fevereiro 17, 2017

Crise

Por Elisabeth Santos

Carneirinhos e garrafinhas.

Em tempo de crise usem a criatividade. Vejam as garrafinhas d’água. Vejam o rebanho de carneirinhos. É tanta ideia de trabalhos manuais aqui e ali, que parecem brotar do nada servindo pra tudo, e mais alguma coisa.

Essa coleção de chaveirinhos, tão úteis, levinhos, confeccionados a mão nunca antes treinadas para tal...

Tudo vem da necessidade, boa vontade, paciência, e claro, da criatividade de cada cabeça pensante.

Se for para aumentar a renda familiar, podem ser feitos de outras rendas. E se não houver renda... Por que não confeccioná-la?

No jogo das palavras surgirão outros jogos.

Com eles atinge-se outra faixa de interessados em adquirir produtos diretos do fabricador.

Além de realizar os trabalhos manuais, apostar em pequenos artefatos de materiais diversos, descrever sua experiência. Depois de relatar o processo passo a passo, dar as dicas do “não erro”; Criar o clube das mães de família, a se reunir mensalmente para a socialização necessária à divulgação dos produtos. E assim prosseguir o caminho, devagar e sempre, trocando, compartilhando ideais, buscando a luz no fundo do túnel.

E por falar em luz, em tempos de crise use e abuse da luz solar.

Do solo tire o tempero do alimento que traz energia.

Com esta energia, movimente o mundo ao seu redor, agite-se, não desperdice o tempo.

As crises vêm e voltam; quem se adapta às mudanças sobrevive para encarar a próxima cada vez mais fortalecido. 

Lindos chaveiros feitos à mão.



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".  

fevereiro 10, 2017

Munheca de samambaia

Por Elisabeth Santos

Munhecas

Broto de samambaia ou munheca de samambaia vem a ser a mesma coisa, porém com significados diferentes. Com o broto, você poderá fazer uma receita culinária típica da roça, mas de “um munheca”, não deve esperar grandes coisas. Quando caipiras queriam se referir a um sujeito muito econômico, utilizavam essa expressão que se popularizou pelo Brasil adentro: _ Fulano (a) é um (a) munheca de samambaia!


Para quem não é dado a conversas “lavourescas” vai uma foto para identificar o broto de samambaia. Prestando atenção... tem leve semelhança com mão bem fechada. Assim sendo ficou combinado o linguajar: sovina, muquirana, mesquinho ou avaro significam “munhecas de samambaias”.


A respeito do broto de samambaia comestível, existem lavouras, e pontos de comercialização nas feiras de alimentos. Para quem não é muita “munheca” o melhor mesmo é provar o prato num bom restaurante de comidas típicas.




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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".  

fevereiro 06, 2017

O que comer numa dieta restrita tipo AIP, Protocolo Autoimune ou Paleo

Vou colocar aqui umas imagens para ajudar e, ao mesmo tempo, responder uma pergunta recorrente... "Afinal, o que come uma pessoa que precisa seguir uma dieta dessas?"

A dieta em questão pode ser a AIP (Protocolo Autoimune), a Paleolítica (Paleo), uma dieta de baixos carboidratos (low carb) ou até mesmo uma dieta de restrição por questões de doença ou alergia. No caso é uma dieta customizada para as minhas necessidades que em outras palavras significa simplesmente evitar o que me faz mal e comer mais do que ajuda na recuperação de sintomas.

Então vamos lá...

Enquanto os colegas se esbaldavam com o pão de queijo recheado com lingüiça no Copacabana Palace... Eu esperei o prato principal, e único que eu comeria. Para compensar eles capricharam na apresentação e na sobremesa. (tomate não é AIP)

Por duas vezes as opções de ingredientes para fazer o meu prato eram tão mirradas que o cozinheiro colocou uma flor para eu comer. Será que ele ficou com pena?

No America só dava para pedir um prato, filé e legumes grelhados. (berinjela não é AIP)

Enquanto pessoas normais pedem a opção de cima, macarrão enfeitado, bolo de chocolate com creme e sorvete. Você pede a opção saudável, ou o mais próximo possível, porque nessa altura um quindim açucarado não vai fazer tanto mal assim.

Em casa as opção não são tão floridas, nem tão arrumadas, mas mantém o padrão de qualidade e de segurança.

À esquerda, maçã verde, couve de bruxelas, abacate, salada verde e cenoura - opção vegan. À direita, fígado de frango, tomate, salada verde e batata. (tomate de novo, não é AIP)

À esquerda, tomate, salmão, abobrinha amarela (squash) e salada de espinafre. No meio, cenoura, couve-flor, bacalhau, brócolis e aspargos. À esquerda, salada verde, ovo mexido e couve-flor grelada.

À esquerda, batata roxa (nunca vi no Brasil, mas também não é AIP), almôdega de carne com shiitake e azeitona, abobrinha italiana e salada de rúcula. No meio, tomate, salada verde, escalopes, abobrinha e couve de bruxelas. À direita, arroz (não é AIP), batata doce, almôndega, couve de bruxelas, salada de rúcula, couve de bruxelas e maçã verde.

Em Nova Iorque, enquanto o pessoal comia coisas italianas (macarrão com mexilhões) eu esnobava na salada Cobb desconstruída. (pepino não é AIP) A parte boa foi a sorveteria que tinha opções sem leite e sem glúten. Aí sim!

Em outra viagem, enquanto o pessoal namorava as opções da esquerda, eu estava  feliz da vida com o meu lanchinho colorido.

Vale voltar no America para comer o mesmo de ontem? Vale sim, produção!

Frutas! Elas serão eternas companheiras, no trabalho, em casa, nas viagens.





Peraí, o que esse biscoito está fazendo do lado do coco? Alarme falso, era da amiga e estava ali só compondo a foto.
Você pode trocar o café da manhã francês pelo americano. Siga o lema "na América faça como os ____________". (complete a frase, mas lembre-se que nem todo o bacon no EUA é AIP)

Carnes, ou melhor, aquele momento que você não pode se dar ao luxo de deixar de comer o animalzinho. Filé com mandioca e saladinha de enfeite embaixo à esquerda. Filé esturricado com fritas e vagem à direita.


Carne com legumes de todos os tipos. Em sentido horário, filé com brócolis, cenoura e couve-flor; filé com cogumelo e umas lascas de cenoura que eu cheguei a perguntar se não ia fazer falta; filé com vagem, cenoura e brócolis; frango grelhado com abobrinha, brócolis e cenoura; palmito batatinha e uma carne que eu não consego mais identificar; finalmente o salmão com vagem, squash que é abobrinha amarela americana, pimentão, abobrinha e cebola roxa.

Salada mista funciona, às vezes nem tanto. Afinal, o que faz esse pão intrometido aí na foto? Pois é, o cozinheiro precisa fazer tudo de novo, pois eu pedi sem pão. Alface americana, cranberry, nozes, maçã verde e outras folhas verdes; à direita temos blueberries, mais folhas sendo que algumas são roxas, maçã verde e vermelha, uva passa e nozes.


Salada com uma opção de grelhado e ainda bem que camarão não é problema! Em sentido horário começando de cima, folhas, tomate e camarão; truta com crosta de ervas finas, folhas, aspargo, alcachofra e morango; camarão, folhas, tomatinho minguado, broto de cogumelo; salada de rúcula com camarão grelhado e a salada de rúcula só tem isso mesmo; camarão, abacate, tomate e salada de folhas verdes com alface americana; camarão, folhas, tomate e cenoura, mas o molho a gente não come, viu?

Captou a mensagem? De vez em quando vale substituir a farinha de trigo por outra farinha, mas falando de adulto para adulto consciente, o conceito não é esse. A ideia básica é restaurar e recuperar o corpo de um problema, de uma doença ou alergia. Neste caso, um monte de farinha de milho transgênico com açúcar não trará muita alegria para o seu organismo e sendo assim, não sei para você. Eu sei que para mim não adianta.

Então deixe seu comentário com receitas e resultados abaixo. Vamos trocar figurinhas.


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fevereiro 03, 2017

De Camas

Por Elisabeth Santos

©  | Dreamstime Stock Photos

Do berço à cama tamanho King, quem quer dormir bem tem muita opção. No tempo que do berço passava-se para a cama de solteiro, e desta para a cama de casal as alternativas eram bem poucas: Rede no verão, cama portátil de lona, colchão sobre estrado, ou até mesmo assoalho tinham serventia nas emergências.

O berço podia ser utilizado até o neném completar idade escolar, contanto que se retirasse a grade. A cama de casal da reserva poderia servir, para três crianças, contanto que a menor dormisse no meio. Aliás, se quatro crianças precisassem deitar na cama grande, era só colocar-se os travesseiros no sentido oposto a pés, cabeceira do leito.

Sempre haveria uma maneira aceitável de a família numerosa resolver questões imprevistas tais como: goteira de chuva na madrugada, móvel que foi para o conserto, ou hóspede que não noticiou com antecedência sua chegada. Dormir em pé? Ninguém dormia!

O colchão mais conhecido era recheado de palha, e o travesseiro, era cheio de paina ou macela. Alérgicos utilizavam os mesmos acessórios, encapados de plástico.

Quanto aos cobertores, maioria artesanal, só variavam os fios de algodão ou lã de carneiro. Este sim esquentava!

A menina que estudava de manhã ia para o Colégio de uniforme de inverno: meia três quartos, saia de casimira, blusa de popelina, agasalho azul marinho, e assim mesmo tiritava de frio antes de entrar na sala de aula. A calça comprida que agasalhasse as pernas, ainda não era bem aceita pela comunidade escolar. A boina havia caído em desuso.

E as camas, dos anos cinquenta aos dois mil? Evoluíram num pulo, ou em vários saltos. Passando pelo colchão de molas (que a criançada fazia de cama elástica), ao magnético, e ao massageador, muitos tamanhos, formatos, modelos, materiais e preços fazendo a diferença.

Dormir bem faz parte da manutenção da vida saudável, e hoje existem milhares de opções em cada cultura, sendo que ainda se pode idealizar, e fabricar uma cama personalizada. A do astronauta, por exemplo.


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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".