fevereiro 24, 2017

Marchinhas de Carnaval

Para ver outras fotos vá até o site Isto é Campanha, aqui nasceu o sul de Minas.

A música invade o salão e os foliões vão aparecendo. Dos quatro cantos. Uns aguardam a banda tocar suas marchinhas prediletas para levantarem-se de seus lugares e irem dançar com entusiasmo:

“É hoje que eu vou pra farra ninguém me amarra eu vou me esbaldar...”

Aos brincalhões bastam os primeiros acordes de “Olha a cabeleira do Zezé...” para que entrem na folia e só saiam com o “Zé Pereira”...

Para os turistas é só ouvirem a primeira frase “Cidade Maravilhosa cheia de encantos mil” que só descansam com o “Alá aô ô ô ô ! Ai que calô ô ô ô ôr!” 

E assim o baile vai ficando ótimo, cheinho de animação, suor e risos.

Cada qual com sua preferência saudosista de carnavais passados, pois as marchinhas vêm de longa data, e entre cordões, trenzinhos e rodas sempre vão espalhando alegria.

Há quem prefira que as bebidas rolem com: “As águas vão rolar, e garrafa cheia eu não quero ver sobrar”...

Mas existe marchinha para cada escolha pessoal:

Aos sedentos: “Tomara que chova três dias sem parar”...

Revoltados: “Abre o chuveiro, mas nem um pingo... desde segunda até domingo!”

Futebolescos: “Doutor eu não me engano, meu coração é corintiano”, ou o hino da torcida do seu time.

Piadistas: “Quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato.”

Cheios de si: “Nós os carecas somos maiorais, pois na hora do aperto... é dos carecas que elas gostam mais”.

Paqueradores: “Garota você é um doce de coco. Tá me deixando louco, tá me deixando louco”...

Olheiro/Alerta: “Mulher casada que anda sozinha é andorinha... que sozinha faz verão... Andorinha, cuidado! Homem casado sozinho é gavião”!

Endividado: “Me dá um dinheiro aí”.

Bebê chorão: “Mamãe eu quero, mamãe eu quero... Mamãe eu quero mamar”...

Apaixonados: “Quem sabe, sabe. Conhece bem, como é gostoso, gostar de alguém”...

Desconfiados: “Se você fosse sincera, ô ô Ô Aurooora”...

Casados: “Trocaram o coração da minha sogra, puseram coração de jacaré”...

E assim se passa a semana do carnaval das marchinhas, até que na despedida do reinado de Momo surja a:

 “Bandeira branca amor, não posso mais, pela saudade que me invade eu peço paz”... 

pois enquanto não chega a quaresma, não há folga.

Por isso a saudade é de cada carnaval que passou, e este passando certamente vai virar saudade também.

Tal um confete colorido, ou um rio em nossas vidas...

Até o dia clarear, ou seja até o próximo carnaval!




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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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