Sô Quinzote Sacristão levou a estampa de volta para a igreja, e presenteou a voluntária que enfeitava de lírios o altar de S. José. Ela ficou-lhe muito agradecida dizendo que ia mandar emoldurar.
O quadro pronto foi adornar a parede da sala de visitas, combinando com a decoração de móveis antigos, toalhas rendadas, e flores naturais. Entretanto não ficou sozinho por muito tempo. As visitas da D. Ilda vinham vê-la, reparavam o olhar da Santa Maria que parecia acompanhar cada um. Elogiavam. Ouviam a história, e na próxima visita traziam de presente outros quadros para a amiga.
A maioria dos quadros daquela coleção iniciada por acaso, foi ofertada por parentes e amigos que viajaram por esse mundo afora. Cada qual tinha sua história, repleta de detalhes curiosos. Todos feitos por mãos habilidosas.
Até mesmo o primeiro, achado em meio a entulhos de uma reforma, descobriu-se não se tratar de estampa, gravura ou impresso, mas de um desenho muito bem feito, datado e com dedicatória do autor. Não chegava a ser suficientemente antigo; pouco provável ser uma obra rara; a importância que tinha lhe foi dada pela família e seus amigos.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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