agosto 28, 2015

Chicotinho queimado

Arco-íris no fim de tarde, chuva e calor no Brasil.

Ligo o Skype com web câmera para conversar com familiares que moram no exterior. Primeiro a atualização dos assuntos, as notícias de cada pessoa querida, e nos finalmente... Conversamos sobre o tempo.

Se aqui é verão lá pode ser inverno. Eu de cá com roupa leve e colorida, e o de lá todo encapuzado.

Aí começa a brincadeira do “chicotinho queimado”. Para quem não conheceu é bem assim: um dos participantes esconde o chicotinho que pode ser substituído por cinto, correia, barbante ou fita. Daí convoca a todos que estavam de olhos fechados a procurar o objeto escondido, e vai dando as dicas:

_ Tá morno! (se a pessoa está aproximando-se do esconderijo do chicotinho); esfriou!(se o participante mudou para a direção errada); tá esquentando... esquentando... Achou!!!

Na tentativa de relacionar esta brincadeira com minha conversa diante da Web Câmera... no fim de semana seguinte a conversa sobre a temperatura rola assim:

_ Aí é verão, e você vestida que nem eu aqui no inverno? Tá doente?

Respondo explicando sobre a onda de frio chegada do sul do Brasil.

Na outra semana, a coisa muda de novo. Calor de 30° com sensação de 40° e eu diante do Skype, bebendo água e o ventilador a toda.

_ ‘Tá quente? ‘Tá frio? ‘Tá morno?

Parece mesmo “chicotinho queimado”.

Resolvi então forjar um cenário de verão, em pleno e feroz inverno, ligar a Web Câmera, e tentar uma conversa com o hemisfério norte:

_ Olá, tudo bem com vocês? E os estudos?

_ O quê? Não estou acreditando no que vejo... Você sempre tão friorenta aí se abanando, bebendo suquinho gelado, de vestido decotado? Já sei! É a onda de calor em pleno inverno! Jamais que volto a morar num país de clima tão louco. Num mesmo dia se vê amostra das quatro estações do ano!

_ Não, não, não! Era só uma pegadinha para ouvir seu comentário. Aqui é inverno sim. Tem onda não. Pode voltar. Volta, volta!

Kkkkk...



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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