julho 08, 2015

Valores que aprendi morando nos Estados Unidos.

Essas são 3, quase 4 coisas que aprendi morando nos Estados Unidos. 

Antes de mais nada, vamos à famosa excessão. É claro que quase toda regra tem excessão, elas são chamadas minorias. Por isso não venha me dizer que encontrou um cara, numa tal cidade que não era assim. Ah, essa premissa vale para todos os tópicos.


1. Ajudar as pessoas

O Hands On Greenville (mão na massa Greenville em tradução livre) acontece uma vez por ano e é quando toda a população da cidade se voluntaria para renovar, construir, reformar, pintar ou limpar partes da cidade. Pode ser um local público ou privado desde que estejam inscritas no programa. Eu escrevi mais sobre esse dia no post que fiz em inglês.

Ao contrário do que se pensa e eu também pensava, a maioria dos americanos vai cooperar com você. Em sentido bem amplo, eles querem que você se dê bem, que sua família fique bem, que tenha um bom emprego, que ganhe um bom salário, que seja reconhecido pelo que faz bem e assim por diante. Agora vou contar algo chocante, quanto mais conservador (di direita) mais forte será essa característica. Seja pelos valores da religião ou porque eles não ficam sentados esperando o governo fazer a coisa acontecer.

Pense um pouco sobre esse exemplo, se para você a prefeitura é responsável pela limpeza das ruas por que eu vou catar esse pedaço de lixo que está na rua, na frente de casa, onde passo todos os dias? Por que eu vou reformar a calçada da minha casa? Não, eu não preciso fazer nada disso, deixa que o "guverno faiz".

No dia-a-dia americano funciona assim, sempre que não conseguir fazer algo sozinho, peça ajuda! Você vai ver que vão te ajudar ou ao menos tentar ou vão indicar alguém melhor para a tarefa. Esse comportamento faz todo o sentido, jaquí (já que) quando estamos rodeadas de pessoas que tentam seem melhores (em sentidos morais) até por osmose fica mais fácil para os outros também o fazerem.

Então, entre na balada e ajude mais pessoas.


2. Ser sincera


Sendo honesto você nem sempre consegue muitos amigos, mas você sempre terá os (amigos) certos. John Lennon

Essa foi uma lição de respeito que aprendi logo nos primeiros meses e ainda hoje me surpreende. Ser o mais sincero possível ao falar de qualquer assunto que lhe foi perguntado. Também conhecida como a arte de falar a verdade sobre algo que discordamos sem ofender o outro, sem os confusos eufemismos, os rodeio e nem o dramalhão brasileiro.

Vou confessar que mesmo para quem não gosta de mentir isso não é lá muito fácil. Principalmente se você vem do país da cultura de massa, onde todos tem que fazer mais do mesmo senão lá vem o ódio contra você. "Você acha isso? Credo! E começam a virar a cara quando você passa. Também no país dos panos-quentes e do comer pelas beiradas. Essa última expressão os americanos entendem com poucas visitas ao país.

Entretanto, vou te dizer, que tem sido uma bela aprendizagem. Americanos falam na sua frente, por exemplo, que a sua roupa não te valorizou. Está chocado? Bobeira sua, porque eles também falam que seu cabelo ficou um ótimo frame para seu rosto. É aí que você entende o sentido de ser sincero. Aquele elogio não é da boca para fora, para puxar o seu saco ou te desviar de algum assunto desconfortável.

Então aproveite a maré, aprenda mais essa virtude e no final das contas você saberá com quem poderá ter uma conversa sincera.


3. Chegar no horário e (um bônus para você) estudar antes de um encontro



Eu nunca fui considerada uma típica brasileira neste assunto, mas aqui eu aprendi também a me preparar para os encontros. Este é um sinal de respeito aos colegas e é usado principalmente nas reuniões de trabalho.

Sobre o horário, em países latinos (e o Brasil entra neste balaio) os atrasos são de no mínimo 30 minutos, e olha que estou sendo bem camarada. Perde-se muito tempo esperando todos chegarem e não dá para começar antes, ou melhor, no horário porque vai ter que voltar ao início da conversa. Porque o atrasado sempre quer saber o que foi falado antes e o líder da reunião vai ser visto como persona non grata se não ceder. Coitadinho, perdeu o horário do trem. Aqui, ao contrário, raramente alguém repete os tópicos para o dorminhoco que não teve consideração com os outros. Seria um insulto aos que seguem o relógio e uma premiação aos preguiçosos. Você não vai ver isso por aqui.

Agora o bônus, chegar com o dever de casa pronto.

Funciona assim, ao receber o convite da reunião X você busca informações sobre o assunto, na internet ou procura saber detalhes com os colegas. Dessa maneira todos começam juntos depois do prefácio.

Para um encontro casual ou festa vale o mesmo. Pense em assuntos sobre os quais gostaria de falar, coisas interessantes sobre você, seu país ou sua semana. Por exemplo, o que há de diferente na sua cidade natal, nas tradições do seu local de origem e até fatos exóticos.

Deixe o egocentrismo de lado, procure saber mais sobre a outra parte, pergunte sobre coisas fatos que gostaria de saber, a cultura de onde vieram, os pontos turísticos da cidade dele(a), a alimentação, etc.

Então é isso, o que mais vocês veem de diferente entre Estados Unidos e Brasil? Conte para nós.


Quer conhecer algumas tradições americanas? Clique aqui.

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Um comentário:

  1. Anônimo9/7/15 21:08

    Oi! Fico cada dia mais encantada com a vida de vocês aí. Deve ser muito bom! A cultura de massa, de passar a perna no outro, de dar um jeitinho..., já saturou aqui na terra brazilis... E quando estamos em uma empresa estatal, todas essas coisas horríveis são muito fortes. Bom, seria desastroso falar mais.
    Gostei do post! Obrigada por nos brindar com seus escritos e as verdades dos EUA.
    Bjs,
    Marília

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