julho 24, 2015

É rocambolesco... O jeito de cada um fazer seu rocambole.

Gostosuras que só a Beth sabe fazer.

A massa é de pão de ló, que antigamente desafiava a paciência de qualquer um que se habilitasse a mestre cuca. Agora já não é mais. É fácil, fácil, e sempre saboroso, pois cada qual vai rechear seu rocambole a seu gosto. E os recheios são comprados prontos, podendo ainda ser enriquecidos com frutas, castanhas trituradas, cremes e coberturas.

Dona Joana faz cada rocambole...

Não dá receita, mas convida quem quiser aprender a vir até sua casa e vê-la fazendo. Um aprendiz por vez.

É que as perguntas dos curiosos são muitas, e a Joana acha que não vai dar conta do recado ou da demonstração.

Ela separa os três ingredientes nas medidas e quantidades da receita aprendida com a sogra, e vai em frente, forrando com papel manteiga a assadeira onde vai deitar a massa.

 – Não vai fermento? Não. _ não vai leite? Não. _ não vai manteiga? Não.

_ É pão de ló, colega! Mas se quiser garantir o ponto de massa leve, fofa e flexível suficiente para a enrolação, use farinha de trigo com fermento - responde a mestre cuca.

O pão de ló fica uns vinte minutos no forno, e quando assado é virado rapidamente sobre pano de prato úmido e polvilhado de açúcar. Retira-se o papel. Espalha-se o recheio, e vai-se enrolando o enrolado segurando o pano e não o pão de ló, que fica apertado naquela situação de grudar uma parte na outra, sem quebrar.

_ E se quebrar Dona Joana?

_Não se preocupe. Remende com um pouquinho de recheio ou esconda com a cobertura que irá sobre ele depois de frio.

E olha que Dona Joana nunca quebrou nenhum. Só trincou algum, mas o pessoal comeu e gostou do mesmo jeito.

É que apreciadores de rocambole não se incomodam com o rocambolismo correto, mas com o prazer em degustar a iguaria. Seja doce ou salgada.



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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