julho 01, 2016

Crer

Por Elisabeth Santos

Quadro da Beth para a Festa do Divino.

Ver para crer é um assunto. Crer sem ver depende da convicção de cada um.

Acredito na vida após a morte feita do que a pessoa deixou na memória de outros, e até no inconsciente coletivo.

Creio firmemente que alguém deixa um legado bom à medida que boas ações realizou em sua vida terrena. Se escreveu, perpetuou, mas se foi através da tradição oral inserida numa determinada comunidade, seu exemplo de vida poderá ser cultivado através dos anos, ad eternam. 

Para acreditar-se convictamente em fenômenos não comprovados cientificamente é necessária a fé. Esta sim é de cada um.

Da mesma maneira que se diz: “Tempo de murici? Cada qual cuide de si”. Posso inventar: “Tempo de novidade? Cada um com sua verdade!”.

Quando quero acreditar que a alma das pessoas retorna para pagar o mal feito em vi(n)das anteriores, não consigo achar, que voltem no mesmo invólucro. Seria um quebra-cabeças dificílimo de montar!

 Pergunto-me a quem caberia tão árdua tarefa...

Determinar, o que cada qual vivenciará, inserido no mesmo ambiente, diante das mesmas personalidades, e ainda lembrando a cada encontro com seu algoz ou amado, conhecido de outras vidas, seria perda de tempo, já que determinado do além.

Se tenho que crer nisso, prefiro algo mais razoável: as almas que precisam nova chance de convivência terrena, recebem essa oportunidade de aperfeiçoamento, recolocadas em ambiente propício. Serão pessoas nascidas em famílias bem estruturadas, de boa índole, que passem bons exemplos. Que seus tutelados tenham oportunidades de escolha entre o bem e o mal a efetivarem, para si e para outrem (consciente ou inconscientemente).

Toda vez que tenho a sensação de reconhecer alguém visto pela primeira vez, acabo concluindo pelas aparências, e modo de ser, semelhantes às de outra pessoa conhecida. Acontece sim; com frequência não!

Caso eu tenha de ficar o tempo todo redescobrindo personalidades por esse método, penso que não conseguiria viver a vida que me foi dada hoje.

Considero incabível que almas voltem para vingarem. Seria entrar num círculo vicioso. Hoje volto a ter vida Terrena para vingar de quem me vingará na próxima.

Explico porque para mim isso não faz sentido lógico (ou não teria que acontecer pela lógica?).

Considero-me uma pessoa prática: minha alma é dotada de livre arbítrio, mas contei com chances boas de caminhar para minha evolução. 

Depende mais dos seres humanos unidos pela PAZ a superação da condição humana, do que da fenomenologia.

O assunto não tem fim, pela própria individualidade de que a humanidade é dotada. 

Ninguém é igual a ninguém!




--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leave your comments here.