julho 08, 2016

Cortando gastos

Por Elisabeth Santos

Um  lindo quadro da Beth.

Para baratear custos e garantir ganhos há de se economizar. É muito difícil ficar rico gastando. Riqueza garantida se faz guardando.

Quem não nasceu rico, mas pretende ficar, deve enxergar as boas chances e aprender a gastar de acordo com o que ganha.

Até meu circo predileto transformou-se em meio círculo para garantir sobrevivência. 

Também mudou arquibancadas para cadeiras de plástico. Usa palco ao invés de picadeiro.

Contrata artistas versáteis, que após venderem ingressos na bilheteria, e lembrancinhas alusivas ao espetáculo, fazem mágicas e malabarismos para a distinta plateia.

As bailarinas aprenderam a fritar saborosas batatas a serem oferecidas nos intervalos, a dez reais a porção.

O sonoplasta é encarregado de toda instalação elétrica. O recepcionista é também segurança, ajudante do trapezista, e o segurador de todos que simulam voos, se equilibram no alto, ou andam na corda bamba.

Esses artistas das alturas se arriscam sem rede de proteção, porque a distância do solo também diminuiu (e o ajudante de palco mede quase três metros, com o braço estendido pra cima!).

O show encanta crianças de oito a oitenta anos, sob a batuta do músico, administrador, proprietário, chefe direto, divulgador, etc.

O estrategista da empresa tem alguma semelhança com Mister Eme, pois intercalando apresentações com aroma de cachorro quente, ou de pipoca doce, duplica os ganhos... enquanto o recheio da carteira do respeitável público diminui, para manter a alegria entusiástica da criançada.

Vale a pena ver de novo, e de novo!

O circo realizou sua última apresentação ontem, mas hoje mesmo anunciou que vai reapresentar-se com o dobro de números artísticos, e ingressos promocionais custando a metade.

Cortando gastos, trabalhando incansavelmente, lá vai pelas estradas da vida... o circo driblando a crise!





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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".  

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