Sô Sizinho cavalgava por suas terras, quando ouviu um zuuuuuuuuuuuuuuum. Até que era suave, como que longínquo, mas interminável de dar medo. Desceu do cavalo num salto, e pôs-se a correr no meio das pedras que rodeavam o morro.
Tropeçava, se arranhava, sem parar de correr. Lá envinha seguindo a trilha um enxame enooormeeee!
O cavalo Pampa passou à frente de Sô Sizinho numa galopada só. Pressentiu o perigo! Marimbondos parecem se sentir ameaçados pelos quadrúpedes ferrados, e atacam pra valer. E o zumbido daqueles incomoda os ouvidos destes.
O cavaleiro escolheu fugir pelo morro da Pedreira por saber do açude ali bem perto.
Seu cavalo Pampa, entretanto, chegou mais rápido ao estábulo da fazenda, a uma légua, de apavorado que ficou.
Quem não chegou nunca foi o chapéu do Sô Sizinho!
Certa tarde, batendo um papo na cozinha da fazenda do seu irmão, Sizinho vê chegar... nada menos, nada mais que o seu chapéu. Na cabeça de um desconhecido, claro!
Conversa vai, conversa vem, tendo absoluta certeza da origem daquele chapéu, Sizinho resolve revelar ser o verdadeiro dono.
O cara não quis devolver.
Tinha achado.
Achado não era roubado!
Sô Sizinho já estava ficando nervoso com aquela situação inesperada.
Só argumentando sobre a origem do chapéu. Fora do seu falecido pai, e junto à herança viera de lembrança. Era único portanto. Na etiqueta da loja onde havia sido comprado, resistiam bravamente, manuscritas, as iniciais F.M.
_ Este chapéu que o senhor diz ser seu, a mim pertence, e eu estimo ele.
O chapéu era de estimação! Foi este o argumento final, convincente e vencedor para voltar ao seu legítimo dono.
E o Sô Sizinho saiu satisfeito, sentindo ter ganho o dia. Afinal ele só não teria voltado à pedreira, e na trilha percorrida na fatídica ocasião em que perdera o chapéu por...
por causa que não o vira cair da sua cabeça, ora!
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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