Por Elisabeth Santos
De tudo que vi, em matéria de tradição canadense, o
que mais me impressionou foi a variedade de guloseimas feitas a partir da seiva
do Bordo Maple. Reconheço-me como “formiga doceira”!
Descoberta como alimento por acaso, a seiva adocicada,
rica em minerais bons para nossa saúde é colhida da grandiosa e imponente
árvore símbolo do país. É necessária grande quantidade de seiva para se fazer o
xarope ácer que adoça os alimentos no Canadá, conhecido e apreciado em todo
mundo.
Anualmente, na época da coleta, realizam-se nas devidas
localidades rurais, festivais de Maple com a “Cabane a Sucre”. Trata-se de um espaço
com estacionamento amplo, restaurante de mobiliário rústico, comidas típicas da
roça, sucos e sobremesas deliciosas tendo o Maple como adoçante característico.
Músicas tradicionais para cantores e dançarinos
traquejados, ou improvisados, espalham alegria pelo ambiente.
À hora do término do grande festival, parada
obrigatória na cabana onde é feito o pirulito mais natural da região.
Num fogão a lenha, que torna a Cabana acolhedora no
rigor das baixas temperaturas, panelas daquela seiva mágica que vai se evaporando
até o ponto de puxa...
À espera da guloseima saudável fica o balcão repleto
de gelo triturado. Cozinheiros bem treinados na arte do manuseio do doce dosam
a quantidade exata a ser equilibrada em cada palito. O pirulito estará pronto
para degustação ao esfriar e tornar-se sólido sobre o gelo. Que delícia!
Saboreando, posando para a foto lembrança, observa-se
a decoração local: ferramentas, utensílios e vasilhames são facilmente reconhecidos
como os instrumentos de quem ali vive do extrativismo.
Quem não prestigia tradições culturais por certo não
terá histórias para contar futuramente. Ao passear por lugares assim nos
sentimos “espionando” nossas origens e o trabalho incessante das gerações
passadas.
--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".