Inspirado no livro de Joyce Maynard com o mesmo nome, Labor Day foi lançado em 2014 no Brasil. O nome em inglês significa dia do Trabalho que é um feriado no começo de setembro, também marca o final do verão nos Estados Unidos. Estreando em 2013 nos EUA, Refém da Paixão tem 1 hora e 51 minutos e foi dirigido por Jason Reitman. Os atores principais são Kate Winslet, a depressiva Adele; Josh Brolin, o fugitivo Frank e Gattlin Griffith, o filho de Adele, Henry.
A trama lembra um filme romântico água-com-áçucar, daqueles para se assistir nas férias à tarde quando não se tem nada melhor para fazer, certo? Não se iluda, este filme tem vários pontos de debate e aprendizagem.
Então vamos aos pontos principais, na ordem mais fácil para eu escrever.
Adele é uma jovem suave e bonita quando se dá conta da paixão pela dança e por um rapaz que viria a ser seu marido. Tudo é inocentemente adocicado como o frescor da juventude até que eles se casam e tentam formar uma família. Entretanto, como ela mesma explica, "meu corpo parece não conseguir manter os bebês aqui dentro". Apesar disso, o casal tem um filho, Henry, que ficará ao lado da mãe a maior parte de sua vida.
O casal continua tentando outros filhos e sofrendo o amargor de uma família que tem um filho só. A frase pode soar estranha para algumas mulheres que optam por terem uma ou nenhuma criança, mas mesmo o antigo testamento diz "de preferência um casal". Hoje perduram as indiretas "quem tem um não tem nenhum", "filho único fica mimado" e outras exigências veladas.
Nessa fase, a tênue Adele perde o apoio do marido, ele não resiste e cai nos braços da secretária, um clichê. Ela não resiste e mergulha fundo na culpa da mulher que não consegue formar uma família, outro clichê. Vivendo uma depressão sem fim, ela chega ao esgotamento físico e mental. Clichês à parte, é sabido que o corpo feminino se consome a cada aborto, expontâneo ou provocado.
Este pode ser motivo para debater um tópico que gera bastante confusão, o aborto. Estendendo a discussão para o aborto intencional e suas consequências sociais, físicas, mentais, de curto e longo prazo. Sem a pretenção de discutir aqui valores religiosos conscienciais do momento da concepção ainda é possível embarcar no campo dos argumentos. No Brasil as pessoas ficam limitadas a "poder decidir o que fazer do próprio corpo" ou "o número de mulheres que morrem em clínicas clandestinas". A meu ver uma conversa limitada que pouco fala das consequências observadas em países mais experientes no assunto. Alguns números que exemplificam o que quero dizer estão no final do texto ou aqui.
Seguindo em frente, a culpa e as raízes da doença (depressão) tomam conta do casamento descosturando as relações entre o casal. Na falta de possibilidades, o depressivo se vê impossibilitado de viver. Adele e seu filho se tornam vulneráveis ao estranho que encontram no mercadinho. Ele diz que vai embora no dia seguinte e ela fala "fique um pouco mais".
Talvez o único motivo pelo qual o garoto tenha continuado íntegro seja pelos valores morais que foram preservados. Diferente do pai que foge com a secretária, não há escapismos da parte de Adele, nada de drogas ou alcoolismo. Ela entende que tem um filho para criar e o faz sem reclamar. Seguindo o exemplo da mãe, o menino entende que precisa ajudar sua mãe e aprende a ser adulto. Ambos aceitam suas condições e crescem na cooperação.
Assista o filme, mas não se esqueça de olhar além do melado romance de cabeceira.
E você? Assistiu o filme? Gostou?
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