abril 17, 2015

Como?

Outro quadro da Beth.

No livro de segundo ano escolar tinha, de acordo com minha memória, uns versinhos assim: “Se o mundo fosse... um grande doce? As plantas balas e pão de ló... que seria de todos nós? Faria dó! 

Como se pode viver, sem água para beber?”

Os pequenos aprendizes ficavam a imaginar os rios de chocolate, as lagoas de sorvetes rodeadas de pedras de pés de moleques, montanhas de brigadeiro, jardins floridos de jujubas multicores e casas de biscoitos cobertas de telhas empirulitadas.

Aí então, desenhavam, e coloriam aquele que poderia ser um dos mais cobiçados desejo infantil. 

Chegado o momento da frase final da poesia percebiam, com tristeza, a impossibilidade de se viver sem água para beber. Pensavam que só a água do banho diário poderia acabar nas torneiras. Não ter água de chuva, de fonte, nos rios, represas? Isto seria impossível na cabecinha de cada “pingo de gente” ali sentadinho na sala de aula. Também não era objetivo da professora preocupa-los, por isso os desenhos eram exibidos no varal das obras de arte decorando o ambiente escolar.

Hoje as mesmas crianças daquela escola reúnem-se para discutir a questão da má distribuição de água no planeta Terra: enquanto chove torrencialmente em áreas urbanas causando transtornos de todo tipo, os reservatórios abastecedores de água vão secando. Países que não preveniram, tentam  agora medidas emergenciais.

Impossível culpar só a natureza sem antes fazer exame de consciência bem feito. O velho ditado: “A economia é a base da porcaria” deu lugar à máxima: “Preservemos a Terra! Ela não nos foi dada pelos nossos pais, está sim nos sendo emprestada por nossos netos”.



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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