abril 16, 2015

No Vale das Sombras e a reflexão sobre a fidelidade

 

No Vale das Sombras é um filme de 2 horas e 4 minutos lançado em 2007 que apesar de ser uma ficção, foi baseado numa história real. O nome em inglês, "Valey of Elah" fala do lugar onde aconteceu a batalha entre Davi e Golias.

Este é mais um filme americano de guerra, mas não é de maneira nenhuma um filme sobre a guerra. Mais do que isso, esta película permeia várias guerras e alguns temas bons para reflexão em aulas de ética, psicologia, sociologia ou da vida cotidiana mesmo.

Um dos assuntos do filme que pouco se comenta por aí é a fidelidade. Essa não é qualquer fidelidade e isso você vai percendo gradualmente. Fica nas entrelinhas das conversas, nas atitudes dos personagens e na envolvimento por baixo da trama.

A lealdade se faz presente desde o início do filme, logo quando o policial aposentado Hank (Tommy Lee Jones) sai de casa em busca do filho Mike (Jonathan Tucker) recém chegado da guerra do Iraque. No caminho, o policial corrige a posição de uma bandeira americana que foi hasteada de cabeça para baixo. Lealdade ao país, às intituições e a ordem instituída. Ele explica ao imigrante que nos Estados Unidos a bandeira de cabeça para baixo significa "desesperança, tudo está perdido".



Sem saber que esse era um presságio, Hank continua sua busca e vai encontrando pedaços (literalmente) da história do filho na guerra que aconteceu num país distante. Então ele encontra a detetive, Emily Sanders (Charlize Theron) que vai ajudá-lo na busca investigação. Traindo a ordem das coisas, na delegacia ela tenta fazer seu serviço enquanto os colegas, ao contrário, continuam fieis aos deboches e zombarias de quem nada pretende fazer.

No grupo de soldados que Mike participava, a lealdade também se apresenta. Nenhum dos garotos pretende trair o entendimento estabelecido pelo grupo, "nem mesmo Mike o faria" diz o colega. Num certo momento do filme o mesmo colega desabafa ao pai de Mike, "eu vi o que ele fez com a criança, mas se me perguntarem eu vou dizer que era um animal porque foi o que aprendemos aqui".



A medida que o filme avança, o desesperança toma conta da sua sala. Aquela desilusão da bandeira de cabeça para baixo. Até mesmo para a esposa do ex-policial, sempre fiel às decisões do marido. Ela agora lamenta ter perdido dois filhos por causa da cega devoção do marido à pátria. Joan (Susan Sarandon) implora para, pelo menos ver o corpo do filho. Ela consegue, em partes.

Enfim, um filme muito bom para refletir sobre apegos que ofuscam a nossa visão da realidade. Não assista se estiver meio deprimido ou vai descer uns 10 degraus na escala buraco depressivo.

  1. Here is the relevant part of the US Code of Laws regarding how to fly the flag when in distress: THE UNITED STATES FLAG CODE. Title 4, Chapter 1. § 8(a)The flag should never be displayed with the union down, except as a signal of dire distress in instances of extreme danger to life or property.
Aqui está a parte relevante do Código de Leis dos EUA a respeito de como a arvorar a bandeira quando em perigo: O código da bandeira dos Estados Unidos. Título 4, Capítulo 1. § 8 (a) A bandeira nunca deve ser exibida com a união (parte azul com estrelas) voltada para baixo, exceto como um sinal de grande aflição em situações de extremo perigo à vida ou à propriedade.


Já assistiu esse filme? O que achou, conte para nós!


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5 comentários:

  1. O filme é bom..mais você tem razão é deprimente..tem que estar muito bem pra assistir..caso contrário..se sentirá ainda pior..😊

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    1. Vale muito a reflexão em tempo de vitalidade de emoções!

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  2. Impressionante...
    E aquela foto real que aparece depois dos créditos...?! Tô chocado

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    1. Eu estava procurando algo na Internet sobre isso... é a foto real, da criança atropelada?

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    2. Sim, baseado em fatos reais.
      E você curtiu?

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