novembro 27, 2015

Joinville II

Foto divulgação internet.

A viagem de ônibus leito faz o passageiro chegar descansado, para trabalhar ou divertir-se em excursão. Joinville surpreende mais uma vez! Em pleno outono, no sul do Brasil, um calorzinho de fazer inveja à vovó recém-chegada das montanhas de Minas. Ah se ela pudesse levar para lá esse clima...

Como tivesse trazido na excursão só blusas de mangas longas, teve de pegar a tesoura e recortar algumas para sentir-se melhor. Teve de comprar uma sombrinhona também. Sombra, sombrinha, sombrona? Já não lembrava mais essa aula de Língua Pátria, mas resolveu que não tomava chuvisco à tardinha, e nem recebia os raios solares ultravioletas do dia. Para tanta diversificação, a sombrinha virava guarda chuva na boa.

Também aquele cartaz lido no portão da garagem do vizinho tinha sua linguagem própria e era entendido por todos. Pelo menos vovó não viu nenhum carro atravancando o acesso do proprietário motorizado. Aliás, nem viu outro aviso tão diretamente alertador: ESQUEÇA O CÃO BRAVO. AQUI RESIDE UM “PROPRIETÁRIO FEROZ”! EU MURCHO OS 5 PNEUS, CHAMO O GUINCHO E AVISO A POLÍCIA. ESPERO QUE ENTENDA SEM PRECISAR DE DESENHO! GRATO.

Na churrascaria leu outras frases espalhadas pelas paredes, só que do tipo muito bem humoradas: “aqui tem carne grelhada, cerveja gelada, flamenguista animada!” e mais esta, “bebo pra ficar ruim. Se fosse pra ficar bom eu beberia remédio”.

Vovó é atenta à cultura do lugar onde está.

Em Joinville o pessoal cumprimenta com entusiasmo, atende com presteza o freguês, recebe o turista de braços abertos e não se importa de parar o que está fazendo para explicar a quem está se sentindo perdido na localização de ruas nomeadas com tantas consoantes e tão poucas vogais!





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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".  

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