Por Elisabeth Santos
Recebi de presente dois bons livros de poesias e curti
ambos. Bráulio Bessa é o autor de “Poesia que Transforma”. Ele poeticamente
fala de um recomeço para todos que desejam um novo tempo em suas vidas. Inicia
pela vontade de fazer diferente, de não ficar somente na vontade, e realmente
tentar! Bem próprio do nordestino brasileiro que nunca desiste.
O poeta apareceu nas redes sociais para valorizar as
diferenças da população brasileira, a ocupar enorme território. Todos tão
semelhantes, assim mesmo vítimas de desconfortável preconceito que tentava
fracionar a Nação, jogando uns contra outros por nada de concreto.
Tive um pouco de experiência em ver, ou sofrer
preconceito por ter família vinda de Aracaju (SE) para Campanha (MG).
Aconteceu de eu ter nascido no Sul de Minas. Poderia
ter nascido em Sergipe, pois dois de meus irmãos pouco mais velhos são naturais
de lá, e o seguinte foi trazido no ventre de minha mãe. Enfim... meus pais
trouxeram muito de onde estiveram: um pouco da cultura, boas recordações do
povo, transmitindo aos filhos o que aprenderam de melhor no período em que
moraram no menor dos estados brasileiros. E ainda ensinaram a mim e minhas
irmãs mais novas: o alfabeto de lá, o sotaque e linguajar comum; sobre as
belezas do nordeste, a maneira livre de bem viver numa cidade litorânea, a
simplicidade de conviver junto à natureza, o tanto que tudo isto pode ser
verdadeiramente saudável para o corpo e a alma de cada um de nós!
Acho que isso me tornou meio nordestina, apreciando
cordel, tapioca, coco, rapadura; o balanço de uma rede, o canto do corrupião se
juntando à gritaria do papagaio; até a sobrevivência com trabalho farto e água
potável escassa aprendi!
Li com muito gosto “Poesia com Rapadura” (2017), e não
saberia escolher um texto para citar aqui. Então, e por tudo descrito acima,
uso de permissão poética para compor meu versinho:
Pode ser que eu vá pra frente devido a uma topada,
Mas não me esqueço de ser feliz por vitória
conquistada,
Mesmo sendo sonhadora, e meu sonho não ter preço,
Quero que chegue a mensagem que lá vai sem endereço:
Acredito na amizade, que é amor com fraternidade,
Quando todos se dando as mãos
Fazem do cordel uma canção...
Em formato de coração!
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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