agosto 23, 2019

Dia Especial

Por Elisabeth Santos



Hoje será o dia especial da “sobrinhada” comparecer ao atelier de artesanato dos tios, tios avós, e dos avós corujas legítimos, postiços e recém-ingressados na família que já triplicou de tamanho. Ufa!

Nada mal para um início de ano que teve réveillon na sala de jantar do Solar Carvalho com presença de sessenta familiares, sendo o mais novo com oito e o mais velho com oitenta anos de idade.

Começamos o dia com a adequação do ambiente para quem viesse participar do aprendizado e da confecção de objetos artesanais. Valerão as técnicas repassadas pelos membros mais velhos do grupo, mais as novidades sugeridas, e ainda o que for surgindo no momento de pensamento criativo livre. Será um “vale tudo” de trocas de ideias, técnicas inovadoras, invenciones, gambiarras e quebra-galhos que se fizerem necessárias no momento de confecção.

A turma foi chegando, vestindo as camisetas velhas por cima de suas roupas, escolhendo ferramentas, pondo as mãos de obra nas massas, que podiam ser: folhas de madeira ou de papel; pedaços de fitas, barbantes ou tecidos; argila, telas, tintas e pincéis em profusão; sucatas à vontade e a perder de vista...

À medida que aqueles artesãos davam uma peça como terminada, muitas outras surgiam acrescidas de plumas e paetês fazendo a diferença.

E assim chegou a hora do rancho ou do lanche indo todos de mãos lavadas para a copa/cozinha sovando outro tipo de massa, a comestível depois de assada. Pãezinhos, bolos, biscoitos e bolachinhas cobertas de suspiro; coando café, limonada, laranjada, e vitamina de banana com aveia e mel; fritando bolinhas de queijo para rechear os salgados. Não houve quem não participasse quando a pia ia ficando cheia de “trem para lavar”. Até o pano de prato passou de mão em mão!

_ Barriga cheia, pé na areia?

_ Quem disse Elenice?

A exposição saiu sim! Vieram compadres, comadres, padrinhos e vizinhas para ver! Eram duas estantes de três prateleiras cada, mais uma mesinha, e parede repletas de criatividade!
Em destaque um painel de meios limões e suas cascas simulando rosas.

E lá se foi uma tarde de família unida que jamais será vencida! Outras férias virão com os tradicionais: festival do picolé; campeonato de pingue pongue, pebolim, vôlei e pelada; jogos de tabuleiros, de cartas, e até Bingo quando todos colaboram com as prendas e ainda revezam na tarefa de cantar as pedras sem “marmelada”.





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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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